A Profecia de Dodona

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  Já tinha se passado um mês desde a Heraia, o outono estava no seu algue, e as Olimpíadas estavam se aproximando, mas esses fatos são irrelevantes, tinha resolvido manter o pergaminho em segredo, e ainda ameacei contar o segredo do Victor se ele desse com a língua nos dentes. Era melhor que ninguém soubesse do bilhete. Estava na cozinha analisando mais uma vez o bilhete. Tentava de todas as fôrmas encontrar uma ligação entre os codinomes, mas não encontrei. Estava distraído quando a minha tutora entra na cozinha. Rápido abro um livro e coloco o bilhete entre suas páginas.

  -O que você está fazendo?- Pergunta se sentando na minha frente.

  -Lendo.- Falo

  -O que você está escondendo entre as páginas do livro?- Pergunta alheia a si mesma.

Fiquei confuso, como ela sabia.

  -Não precisa responder.- Fala desbotado um sorriso.- Mas se quiser minha ajuda pode falar.

A Hilda era uma mulher interessante. Ela era rígida e severa durante os treinos, mas era gentil e até matriarcal durante o dia a dia. Ela era bem bonita, o cabelo loiro undercute combinava com seus olhos cinzas. Tinha um corpo forte e musculoso, mas ainda sim exibia fôrmas femininas. Normalmente não se maquiava, mas Rose insistia que ela pelo menos passase baton.

  -Bem.- Começo.- Eu queria ver o problema de outra forma.

  -Você quer que eu te ajude, mas não vai me falar com oque?- Perguntou

Acenei a cabeça de forma positiva. Ela suspirou e falou.

  -Suponho que também não queria falar com seus companheiros.

Novamente acenei.

  -Esta bem então, se você quer ver o problema de outro ângulo, e não quer falar pra outra pessoa, eu sugiro que consulte um espírito.- Falou.

  -Sério.- Sendo sarcástico.- Você quer que eu saía por aí procurando fantasmas?

Ela deu um risada contida, mas depois falou.

  -Procure um espírito que vê o passado e que tenha vislumbres do futuro.- Dizendo isso ela se levanta.- Oque eu podia fazer eu já fiz, acho que daqui você já pode seguir.

Dizendo isso ela abre a geladeira, pega um maçã e sai. Não entendo essa obsessão que ela tinha por maçãs, mas isso não vem ao caso. Oque ela quis dizer com "espíritos que vem o passado e que tem vislumbres do futuro." Aquilo me deixa curioso, enquanto  pensava resolvo sair da cozinha. Fecho o livro e o coloco na estante que estava no corredor. Já era meio dia e a temperatura não coincidirá com a hora do dia. O outono na Ômega e mais rigoroso do que no resto da Grécia. Aqui a temperatura chegava fácil nos dez gráus, apesar do frio as plantas não morriam, tinha algo haver com o poder intenso que Deméter plantou nesse lugar. O frio também vinha desse poder. Mas como eu já estava esgotado de ler e reler Àquele maldito bilhete, então resolvo ver TV. Entro na sala e noto as janelas fechadas e as luzes apagadas, as únicas fontes de luz eram a porta da cozinha que trazia a luz pálida do outono, e a tela da TV. Fecho a porta da cozinha e me sento no sofá perto de Alex, que pra variar estava com o Austim. Os dois dividiam um edredom preta e branco. Ela estava sobre o peito dele e ele a envolvia com o braço esquerdo.

  -Se o Dean ver isso.- Falo olhando pra eles.

  -Ele saiu com a Rose. Foram fazer compras, só vão voltar as três horas.- Disse Alex.

  -E também ele só vai saber se você ou a Hilda contarem. - Austim fala.- E eu sei que você não vai contar.

Dou de ombros e presto atenção no filme que eles estavam assistindo. Ironicamente era Percy Jackson e o mar de monstros. Eu pessoalmente não gostei dos filmes, mas a série de livros até que era interessante. Mas era o que todos esperávamos de um servo de Apolo. Rick Riordan era um chamariz, ou seja ele servia pra chamar a atenção para os deuses. Já eu e meus amigos eram guerreiros, nos servimos aos deuses oferecendo as nossas vidas. O filme ainda estava no início o Percy tinha ido visitar o Oráculo.

O Servo de Hera e a Ânfora Oculta Onde histórias criam vida. Descubra agora