Aguentar aquela situação já estava difícil. Sair de casa e dar de cara com a nova vizinha, estava me abalando. Fazia exatamente dois meses que eu não conseguia dormir direito. Tudo por causa daquela vizinha inconveniente.
Lalisa Manoban, vinte e quatro anos e publicitária, prazer. Eu sempre fui uma mulher que não encarava romances na vida, mas algumas coisas mudaram de dois meses para cá. Foi quando ela chegou no meu bairro, com seu caminhão de mudanças e um belo sorriso no rosto. Aquele sorriso que me derreteu por dentro. Lhe chamo de minha destruição, mas para facilitar o entendimento, seu nome é Park Chaeyoung.
Nunca trocamos mais de duas ou três palavras como um "Bom dia" " Olá" " Boa tarde". Por idiotice minha, eu bem que poderia falar mais com ela. Mas, minha vergonha não deixa. Chaeyoung é linda, muito linda. Ela é gentil, e trabalha em alguma empresa de moda. Se não me engano ela faz parte da administração.
Eu não sei como, ou quando aconteceu, mas aconteceu dessa vizinha inconveniente entrar no meu coração, sem sequer pedir a minha devida autorização. Não sei se foi o sorriso, a voz, a beleza, mas tudo nela me encanta. Não sei descrever o sentimento que carrego, mas talvez possa ser amor.
Uma das piores - ou melhores - coisas que acontecem todo dia, é o fato da janela do meu quarto ter a visão do quarto dela. Eu já me peguei olhando para aquele corpo desnudo enquanto ela se trocava na frente do espelho. Não me culpem, ou me achem uma tarada. Mas, eu estava olhando o céu e simplesmente aconteceu.
Teve uma vez que eu ajudei ela a carregar as sacolas, nesse dia nossas mãos se tocaram e eu pude ir ao céu e voltar. Eu disse que nunca mais iria lavar minha mão, acabei levando um tapa da minha melhor amiga por isso, e fui obrigada a lavar. Quase fiquei depressiva, por não ter mais o toque dela em minhas mãos, mas com umas boas olhadas no céu - se é que me entendem - eu consegui superar.
O que mais me preocupa nesse meio todo: é que ela possivelmente possa ser hétero. Eu não tenho nada contra héteros, mas, ela bem que poderia colaborar mais nesse quesito. Chaeyoung tem uma amiga que aparece quase todo dia na casa dela. Minha melhor amiga, Jisoo, também faz isso. E, quando Chaeyoung e sua amiga estão juntas, eu e Jisoo nos juntamos para olhar a janela.
Não nos culpem, ficou quase impossível não olhar mais.
De vez em quando aparece um garoto na casa de Chaeyoung, confesso que fico com o coração apertado toda vez que eu o vejo, mas eu não posso fazer absolutamente nada. Eu nem ao menos converso com a minha crush.
Eu simplesmente odeio aquela vizinha inconveniente. Odeio o fato dela me deixar assim; sem chão. Me fazer ficar pensando nela o dia inteiro, até quando eu como. Me fazer ficar corada com um simples olhar. Eu a odeio por me fazer se apaixonar.
E por que eu estou falando isso tudo? Porque um idiota, chamado Baekhyun, resolveu organizar uma festa para os moradores do bairro. A festa tem o intuito de aproximar mais os moradores antigos dos novatos. Entretanto, eu quero ficar os mais longe possível de Chaeyoung. A festa localiza-se em um clube aqui no bairro, então eu tenho a sorte dele ser muito grande. Ou ao menos tinha.
Faziam exatamente cinco minutos - e vinte segundos - que Chaeyoung estava parada enconstada em uma coluna, com um copo em mãos e me observando. Da primeira vez que eu a olhei jurei ter sido miragem, mas depois de dois minutos, percebi que era real.
Eu estava sentada em um banco próximo ao muro, tomando meu suco de laranja. Não curto muito álcool, por isso forcei Jisoo a trazer meus sucos de caixinha. Jisoo veio, pois faz parte do bairro. Até em festas eu tenho que aguentar aquela desocupada. Bom, era o que eu achava. Mas, em seis minutos de festas, Jisoo já estava com alguma mulher que tinha visto por ai.
Chaeyoung continuava me olhando e eu sugava o ar que tinha dentro da minha caixinha. Tinha acabado e, para aliviar meu nervosismo continuei sugando. Droga! A senhorita inconveniente, estava chegando mais perto de mim, com um sorriso sacana no rosto. Talvez eu desmaie, não sei. ㅡ Lalisa Manoban. - Aquela voz angelical soou ao pé do meu ouvido e eu pude estremecer somente com aquilo. O que me passa na cabeça é: como ela sabe meu sobrenome?
ㅡ Uh, olá Chaeyoung. - Tentei soar o menos nervosa dando o meu melhor sorriso. Ela riu anasalado e negou com a cabeça. Pegou a caixinha de minhas mãos e jogou fora. Não sei se ela sabe, mas poluição é errado.
ㅡ Não entendo seu nervosismo. Você não fica assim quando olha para a janela do meu quarto. - Sorriu ladino me olhando de um jeito safado. Eu apenas queria que aparecesse um buraco para eu me enfiar dentro. Eu devia estar corada, muito corada. Droga de mente safada!
ㅡ O-oque? - Perguntei envergonhada, eu tinha que me fazer de desentendida, cá entre nós. Para acalmar meu nervosismo resolvi pegar outra caixinha de suco que havia ao meu lado, mas Chaeyoung foi mais rápida e pegou de minha mão.
ㅡ Não se faça de desentendida, eu sei bem que você olha meu corpo todo dia. - Falou enquanto abria a caixinha e bebia de meu suco. Sim, ela é uma inconveniente, o suco é meu! ㅡ Aliás, eu só comecei a me trocar no espelho depois da primeira vez que te vi me olhando. Sabe, é bom ter platéia. - Tocou no meu nariz e riu levemente. ㅡ Obrigado por me chamar de vizinha inconveniente, isso soa como um elogio.
ㅡ Como você sabe? - Perguntei incrédula. Ela tinha super audição, por acaso?
ㅡ Jisoo vive falando para Jennie que eu sou sua vizinha inconveniente. A sua amiga namora a minha amiga. - Fiquei boquiaberta com a informação, aquela galinha, é uma galinha morta! ㅡ Não sabia? - Indagou e eu neguei. ㅡ Bom, ela me disse o quanto você acha meu corpo lindo. O quanto meu sorriso te derrete. Fico feliz por ser sua vizinha inconveniente que não pediu permissão para entrar no seu coração.
Eu comecei a olhar para os lados, tentando arranjar uma escapatória. Levantei-me envergonhada. Tentei andar, mas tive meu braço segurado e meu corpo puxado para perto do dela. E adivinhem. Sentei no colo da semhorita Park incoveniente. Ótimo! ㅡ Me deixe ir. - Pedi tentando me afastar, mas ela apenas colocou seus braços em volta de minha cintura e apertou contra ela.
ㅡ Por que? Você queria conversar comigo, agora tem a chance. Aliás, ainda não entendo o porque de toda essa vergonha. - Ela falou olhando nos meus olhos, eu estava com a cabeça de lado da dela, mas ela se inclinou para olhar nos meus olhos.
ㅡ Eu... Apenas me deixa ir. - Pedi novamente, mas tive meu pedido negado quando ela riu e me abraçou mais.
ㅡ Olha, acho que começamos com o pé direito. Park Chaeyoung, prazer. - Estendeu a mão e eu lhe apertei. Eu olhei nos olhos dela e ela nos meus, Chaeyoung deu um sorrido ladino e se aproximou mais de mim. Fechei meus olhos ao perceber que a respiração dela já batia em minha pele.
Senti lábios macios se chocarem contra os meus e eu pude relaxar. Ela estava me beijando! Park Chaeyoung, me beijando! Sua língua entranhou minha boca, sem nem pedir permissão. Nem fazia questão mesmo. Sua mão direita foi até minha nuca fazendo um carinho, enquanto a esquerda estava apertando minha cintura. Levei minhas mãos até seu ombro e o apertei.
Eu me sentia uma adolescente sentindo as famosas borboletas no estômago. Eu ia a loucura quando ela sugava meu lábio inferior e dava uma leve mordida. Eu queria ficar o dia inteiro fazendo isso, mas meus pulmões imploraram por ar e tivemos que nos separar. Encostei minha testa na sua e sorri observando ela ofegante, eu estava do mesmo jeito, mas ela estava mais linda.
ㅡ Então, eu posso entrar no seu coração? - Perguntou sorrindo e eu abri um sorriso maior. ㅡ E de brinde, você pode ganhar mais uma daquelas visões noturnas mais perto. - Informou passando seus dedos pela minha franja mal cortada.
Pensando por um lado. É, até que ela não era tão inconveniente assim.
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Aí deus
Espero que tenham gostado ♡
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Vizinha Inconveniente | Chaelisa
Fanfiction"Vizinha inconveniente! Quem acha que é para entrar no meu coração sem pedir permição, Park Chaeyoung?!" Era isso que Lalisa se perguntava todo dia quando percebia que Chaeyoung ainda era sua vizinha.