Capítulo 1: A pandemia.

58 4 5
                                    


Monterey, Califórnia
Acampamento Eagleclaws
02/06/19

Noah Scott olhava pela janela do velho carro de sua mãe observando a paisagem ensolarada e esverdeada enquanto ela falava alguma coisa sobre garotas e drogas, ela nem podia imaginar que a única garota que seu filho havia ao menos beijado era sua prima.

- Você tá me escutando?- pergunta a mãe de Noah, Audrey, batendo no ombro dele com força.

- Sim, sim, claro- ele volta sua atenção para ela e coloca a mão no ombro.

"Se duvidar isso vai ficar roxo" ele pensa.

Ele olha novamente para a janela e vê um grande chalé com várias pessoas ao redor vestindo uniformes verdes com um símbolo de águia no peito.

- Ótimo, se aparecer alguma garota grávida na porta da minha casa você tá ferrado!- diz e pega a mochila no banco de trás- olha, você tem que me ligar todos os dias entendeu? Todos os dias as três horas da tarde!

- E se não tiver sinal?- ele pergunta.

Noah acha que se não houver sinal para ligar para sua mãe, uma semana depois irá descubrir que ela teria se suicidou por não receber a ligação, ela poderia ser bem dramática.

- Então pare tudo que está fazendo e vá rezar, peça ao senhor que eu receba suas orações- ela diz - ohh filho, você tá tão lindo...

" Claro que eu tô lindo aos olhos da minha mãe, até a mãe da professora Eve devia achar ela bonita, mesmo com aquelas orelhas enormes." Pensa Noah

-.. nem acredito que você vai para um acampamento sozinho- Noah sorri  revirando os olhos- vai ser apenas um mês querido.

" Um mês dormindo com mosquitos, usando banheiro público, comendo a papa da cozinheira..ok, isso saiu estranho..

Se isso não é um castigo divino, então eu não sei o que é." Noah pensa quase chorando.

- Você vai fazer vários amigos!- Audrey comenta com os olhos brilhando.

Nem o mascote da escola quis ser amigo de Noah, as únicas pessoas que ele possuía na agenda são a mãe e o carinha que entrega jornal. Meio que ele estava em último na hierarquia social da escola.

- Tá bom, mãe, eu já entendi- diz e olha pela janela. Noah desejava mais que tudo que uma bomba explodisse naquele momento ao vê tantas pessoas ao redor, ele não se dava bem em multidões.

- E eu coloquei suas cartas pokémon no seu casaco para você jogar quando ficasse entediado- ele coloca a mão no bolso do casaco verde e vê as cartas.

"Agora que eu não vou fazer amigos" Noah pensa desesperado.

- Por que você colocou isso aqui mãe?- ele esconde as cartas novamente e olha para os lados vendo umas garotas loiras rindo dele.

- Para você brincar querido!- escutam um carro buzinando atrás- bom, acho que tá na hora de você ir querido- a mãe responde com o semblante triste.

Audrey então o abraça, e o mesmo a retribui, Noah iria sentir muita falta dela.

- Eu te amo, mãe- diz e ela coloca as mãos em seu rosto.

Thriller  Onde histórias criam vida. Descubra agora