Eu sei que você quer voltar para casa

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Duas coisas eram certas naquela noite fria, a primeira era que a garota tinha algo que não era para ela e a segunda era o que ela havia em seus bolsos agora poderia lhe causar um prejuízo enorme.

Mas ela continuou andando, as unhas segurando levemente o pequeno pacote e o olhar pronto para escapar de qualquer coisa.

Dobrou a esquina e entrou no beco escuro, sua companhia já estava lá.

Os olhos vermelhos e as mãos tremendo entregavam a necessidade dele por aquilo que ela carregava, automaticamente o conteúdo foi passado e ele sentou no chão, a mesma se abaixou.

– Quanto tempo você não vai em casa? – ele não respondeu, estava ocupado demais procurando algo que lhe auxiliasse.

– Ninguém está sentindo minha falta. – acendeu o isqueiro e um pouco depois colocou a borracha no braço. – Estou na casa da minha tia. – o alumínio esquentou e logo foi parar na veia dele. – Vai embora.

Os olhos dela se fecharam por alguns segundos, após um suspiro, levantou e seguiu caminho, precisava sair dali, precisava esquentar o corpo.

Sua respiração só voltou ao normal quando ela se sentou em frente o balcão e o homem veio até ela.

– O de sempre? – foi confirmado. – Parece nervosa.

– O frio. – ela tentou um sorriso, o barman olhou para frente após alguém se aproximar.

– Hey. – ele atravessou o balcão e abraçou o homem que chegava. – O que faz aqui, Gendry?

Gendry, filho do amigo do pai de Arya.

– Resolver algumas coisas. – se sentou ao lado da garota, sem quase perceber sua presença.

– Como assim? – entregou a bebida e preparou outra sem mesmo ninguém pedir.

– Hotpie. – deu um gole. – Você pode me ajudar com algo? Como fazer uma busca nesse fim de mundo?

– Cara, o tempo é curto. – entreolhou as duas pessoas ali. – Arya conhece bem esse lado da cidade.

Finalmente os dois pares de olhos se viraram para ela enquanto a bebida descia pela sua garganta.

Ele já havia a visto, mas não por ali e sim na casa dos Starks, bem longe daquele lugar.

– Você poderia? – Gendry perguntou. – Só preciso saber de alguns lugares, não tem necessidade de me acompanhar.

– Para onde você quer ir? – nesse momento os dois ficaram ali e Hotpie seguiu com seu trabalho.

– Eu estou procurando pelo meu irmão, me disseram que ele anda em certos pontos de venda.

– Seu irmão tem problemas, não tem? – deu o último gole. – Por aqui temos dois tipos de vendas... – se pôs em pé.

– A minha esperança é rodar todo o lugar e não o encontrar por lá.

Os lábios dela se contraíram e seu próximo movimento foi de se curvar em cima do balcão a procura de alguma caneta. Gendry tentou ignorar o movimento que o short dela fez.

– Aqui. – puxou a mão dele e começou a rabiscar . – Ligue para esse número amanhã ou vá nesse endereço, já está tarde para procurar alguém.

– Ok. – admirou o nome e o número ali. – Você vai embora sozinha?

– Sim. – colocou dinheiro sob o copo de vidro que antes tinha a bebida. – Até amanhã...

The wrong side of the cityOnde histórias criam vida. Descubra agora