O prólogo

176 12 1
                                    

A terra de Adernas, onde reside seu firme e sólido continente, conhecido como Ellhiere, nada mais aparentava do que um pequeno grão em meio ao enorme e desconhecido mundo de Adernas. O principal reino naquele continente, Soyrr, enviava expedições formadas pelos seus melhores homens. A única coisa que lhes importava era simples. Tão certo quanto o pão da manhã garantido pelos que mais possuíam condições, eles haviam a vontade ardente de crescer, de se expandir, de serem melhores, da tão sonhada glória.

Um dos eventos mais importantes que precederam Adernas, foi graças a curiosidade infinita provida aos seres humanos que ali habitavam. Era igualmente intrigante, o fato de que nenhum dos antigos restou para narrar os eventos que precederam aquele mundo antes do início da construção de Soyrr, antes mesmo do legado rofeslene. A história parecia não existir antes da vinda daquele reino, e esse fato perturbava todos os historiadores e exploradores existentes em Soyrr, que por sua vez, partiam em certas expedições em nome do reino. Não havia como saber definir ao certo o que cegava inúmeros seres evoluídos e pensantes, como assim mesmo se auto intitularam.

Tomados por tamanho narcisismo, e uma pitada de ignorância, que passara do ponto por diversos anos, aqueles seres se julgaram os mais importantes daquela terra. Era tamanha imprudência pensar que não haviam cartografado nem metade dos terrenos fantásticos que este intrigante continente havia para oferecer, e ainda sim, o Rei de Soyrr e sua corte eram como seres absolutos, diferentes de qualquer outro cidadão. Eram realmente absolutos, completos tolos e presunçosos, cobertos de vãs certezas preenchidas por achismos para responder perguntas que, até o momento, não faziam ideia da resposta.

A Capital de Soyrr, nomeada de Terrabela, era o coração de seu reino. O lugar que fora batizado por seu rei, Yzes, ergueu-se mais rapidamente do que qualquer outro reino antes conhecido. Fora investida uma intensa parceria entre a União do Aço, os principais fornecedores de suprimento de artilharia e tático. Já a Irmandade Mercantil, fora composta por nômades e honrados arqueólogos comerciantes, com conhecimento incomparável sobre diversas terras. Para muitas cidades presentes em Ellhiere, esses locais não passam de um amontoado de medo e melancolia. Para erguer essa histórica capital, uniram-se os melhores guerreiros e mestres estratégicos, junto dos melhores comerciantes daquela era.

E assim, de uma épica parceria, nasceu Soyrr. Dizia-se que o reino tomou suas proporções por beber das oportunidades que aquele solo, embora um dia encharcado pelo rubro do sangue de inúmeras batalhas, ofereceu a Yzes e seus homens o triunfo que sempre lhes era de direito. No mesmo vilarejo, na mesma terra, no mesmo esplendido solo, que desde sempre, era banhado pelo suor de seus feitos diversas vezes.

A Irmandade Mercantil, é categorizada por seus comerciantes nômades. Tendo Esmo como seu líder e representante, o mesmo era um visionário e versátil negociador. Não se sabe muito sobre o passado de seus representantes, mas há inúmeros rumores que passeiam pela cidade como folhas arrastadas pelo vento.

Esmo e seus comerciantes vieram de terras distantes, um pequeno vilarejo chamado Ebaroo. Dotado de terras abundantes e esplêndidas, o seu rico solo permitia uma farta colheita, repleta de todos os tipos de vegetais e verduras que podia se imaginar, e então, por anos a família Seisete, tendo Esmo como seu chefe, povoaram esse pequeno vilarejo, nas proximidades de árvores que tomaram a liberdade para batizar de Floresta Seisete.

Tudo que se sabe é que; por medo de serem saqueados ou mortos, a família Seisete e os outros moradores do vilarejo, encaixaram seus aconchegantes casebres dentro de suas carroças, levando com eles todos os materiais necessários, seja vestimentas no geral, comida, dinheiro e etc; tudo em carroças. Os comerciantes em bando, buscavam sempre viajar por trilhas longas e menos cogitadas pelos meios comerciais que eram convencionais.

Adernas: o Jardim das AlmasOnde histórias criam vida. Descubra agora