Chuva de pedras.

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no ano de dois mil e dezenove, um manhwa chamado "apocalipse" fora iniciado pelas mãos de Park Jimin, um cartunista que seguia uma vida simples, e consequentemente era sustentado pelo seu trabalho conhecido mundialmente. praticamente sol e lua eram dedicados ao seu tempo praticando traços delicados e visíveis. dificilmente sua atenção tornava-se um sentimento virado para outros afazeres, além de sua contínua história em quadrinhos.

[em 2010.]

apocalipse se tornou um dos manhwa's mais conhecido, tanto no exterior, quanto no próprio país em que vivia. a história consistia em um protagonista chamado Jeon Jeongguk, o dono da empresa "Chicago", bilionário que certamente já teria sua vida ganha, porém havia algo no seu caminho no qual sempre o perseguia. aos quatorze anos seu pai foi assassinado de forma bruta, cujo objeto para tal ato fora uma pistola conhecida como ".40", antes utilizada pelo falecido para seu emprego, guarda-costa da casa azul. após um prolongado dia em seu colégio, chegara em casa e sua mente produzia imagens monótonas de seu pai com os braços abertos para envolvê-lo em um forte abraço como se não o visse há anos. porém, desta vez ele não estava lá. a porta da moradia entre-aberta, era visível pegadas sujas do barro que predominava no jardim do interior de seu lar. provavelmente sua irmã chegaria ao escurecer da madrugada, então tratou de não esperá-la para adentrar o local totalmente suspeito de que algo teria acontecido. estava totalmente assustado, suas mãos trêmulas e frias como de um fino galho que chacoalhava em um forte vento ao amanhecer de um inverno. não demorou para encontrar o corpo de seu pai deitado sob a grama molhada pela forte chuva, que cobria o céu sombrio e escuro. correu rapidamente ao local, quase tropeçando em seus próprios pés. não era possível programar isso em sua mente; "meu pai está morto." uma munição atravessada em sua testa, assim como facilmente um arco passaria por uma fina camada de algodão. agora seus dedos estavam coberto pelo sangue quente de seu bem mais próximo, não poderia um momento sequer acreditar que aquele local no qual o garoto sempre selava antes de dormir ou ir para a escola, poderia ser o motivo de sua morte. por ser um jardim aberto, totalmente exposto ao vento, rapidamente os vizinhos que presenciaram aquela cena ligaram para a polícia. minutos depois invadiram a casa como se não houvesse amanhã, revirando exatamente tudo atrás de provas e o objeto que seria o motivo do acontecimento. 

 uma semana se passou e Jeon não se comunicava com praticamente ninguém além de Sooyoung. da escola para casa de sua tia, onde agora seria seu novo lar. nem ao menos se preocupava em ser ético ou ter bons modos, o mais importante era alimentar o próprio ego, engolindo à seco toda essa dor que cortava sua garganta, da mesma forma que cactos são totalmente perigosos para balões finos e delicados. na percepção de alguns, Jeongguk era um playboy arrogante que não se importara com sentimentos alheios de forma alguma. poucos reconheciam o motivo de tais atos, todavia insistiam em julgá-lo como se fossem juízes ao ponto de compôr sentença de morte ao jovem.

costumava ser o mais inteligente da turma, com altas notas e participações em todos os projetos realizados no colegial. mas, passou a ser apenas mais um com baixas e medianas notas. desde sua infância, adorava desenhar. para tal, esse ato era como um refúgio para a própria mente, se livrando de quaisquer problemas existentes diante de sua vista. 

sua irmã estaria farta de vê-lo naquele estado. não podia passar despercebido olheiras abaixo de seus olhos, e arranhões em seus dedos finos e longos. decidiu comprar-lhe algo de presente como sempre faziam na infância, provavelmente isso poderia ajudá-lo na superação. aliás, já se passaram dois anos desde o falecimento do pai. indagou, o que poderia dar para ele, na intenção de fazê-lo se distanciar da triste realidade que o assombrava todas as noites? era tão óbvio, certamente não creio como não pude pensar nisso antes. com a ajuda de sua tia por parte materna, sooyoung e jisoo compraram um tablet específico para desenhos. após tantos anos, traçando linhas em folhas finas de papéis, pensaríamos que agora algo poderia lhe auxiliar para expandir a imensa criatividade que vagava pelos neurônios de Jeon. 

não tardou em o presentear após uma longa procura por um bom objeto; digno de Jeon Jeongguk. naquele momento, o menino encontrava-se em um extenso banho, deixando que aquelas mornas gotículas de água, levassem consigo ao ralo suas dores e cansaços contínuos. seu banho durou em aproximadamente uma hora, tempo suficiente para que sua irmã e tia preparassem tudo. até mesmo o menino teria esquecido. porém hoje, dia 24.07 seria a data em que completaria mais uma primavera. o sombrio horário noturno já tomara conta de busan naquela noite de forte ventos. o novo tablet juntamente de uma carta foi posta sob sua penteadeira. o garoto adentrou o quarto em passos firmes e sobrecarregados, aparentemente um banho não foi suficiente para levar com as águas, a tensão que cobrira suas costas e mente. nem ao menos entendia do que se tratava aquele novo objeto no local onde arrumara seus cabelos e pele, coisas que já não fazia há tempos. com o finíssimo papel que tomara conta de seus dedos naquele momento, tratou de abrir aquela carta de tom preto (cor favorita de Jeon) de forma levemente bruta e desentendida. 

"Espero que possas aceitar nosso presente como forma de reconhecimento por não ter cuidado de ti durante esses dois anos, de tal forma em que não estive presente nos momentos mais difíceis de tua vida. caso permita, desejo lhe proteger de qualquer mal que venha querer assombrar-te, e ser a mãe que cuida de você, como nossa Solji não o fez.

de: Sooyoung.  

para: meu pirralho Jeongguk, Jeon.



[continua no próximo capítulo.]

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⏰ Last updated: Jul 24, 2019 ⏰

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