Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETO

Capítulo 30 - O Caçador Elementar do Vento e os vampiros supremos da morte

Desesperadamente, a criatura corria em meio àquele mar de prédios feito um fugitivo profissional. Sua fuga era ágil e eficiente, seguindo sempre o mesmo ritmo: aterrissar, correr e saltar; aterrissar, correr e saltar. E até poderia dar certo, mas ao olhar para trás o vampiro notou que uma luz prateada aproximava-se ainda mais rápido. E parecia ter o domínio sobre o vento que o cercava.

Era o Riku.

Riku dava "saltos flutuantes" de um terraço a outro. Sentia-se poderoso, apto a fazer qualquer coisa, até mesmo destruir um vampiro supremo; e sentiu seu anel materializando-se em seu dedo anelar direito subitamente. Aliás, por que o inimigo queria sua Takohyusei?

Cada vez mais os dois distanciavam-se do prédio dos cadáveres, Riku furioso e o vampiro desesperado. Ele não escaparia de jeito nenhum, mas também não desistiria tão fácil. Seu fôlego era quase infinito, já o do caçador era limitado. Uma hora ele cansaria, ou pelo menos era assim que o inimigo pensava.

Eles pulavam de prédio em prédio sem nem ligar para a altura. Lá embaixo havia muita movimentação de carros e outros veículos. A cidade era cheia, bem iluminada e extremamente barulhenta. No céu noturno, a Lua Minguante brilhava em tom azulado, acompanhada por estrelas que mal podiam ser vistas por conta das luzes urbanas. E a brisa era tranquila, a não ser ao redor de Riku, que não só brilhava como também agitava o vento à sua volta.

- Não adianta correr! – ele gritou ao inimigo, que estava a vários metros à sua frente. - Uma hora eu te alcanço.

O vampiro continuava correndo, aparentemente sem rumo. Talvez seus músculos o impediam de ser tão rápido quanto poderia ser. E aquela tatuagem... Riku trincou os dentes com fúria ao lembrar-se dela, um enigmático eclipse azulado que evidentemente era a marca dos membros da organização que o assassino de seus pais faz parte. Ocorreu-lhe que aquela fuga poderia ser uma armadilha. Uma armadilha que poderia levá-lo ao Shaong Kabeiyama, pai de Shin.

Riku mataria qualquer um que aparecesse à sua frente.

Teve uma ideia, observando os prédios adiante do vampiro com seus chamativos olhos amarelos. Olhos que faziam com que a sua visão ficasse aguçada, mesmo em meio à escuridão dos terraços à frente. Se o plano desse certo, o inimigo seria obrigado a parar. Acontece que Riku conseguiu avistar mais a frente um prédio com um terraço muito mais amplo que os últimos e possuindo uma torre de metal com uma caixa d'água no topo. O plano seria simples e, por sorte, o inimigo estava indo naquela direção. Riku já se preparava para agir.

O vampiro nem mesmo percebeu para onde estava indo, pensava apenas em correr e pular. Não ousou olhar para trás, já estava tão perto... Não imaginava que passaria por uma situação assim para chamar a atenção do caçador. Aliás, não deveriam haver três? E quando estava perto de aterrissar no terraço de um hospital, foi surpreendido.

- Rajada potente! – ouviu o grito do Medeiros, depois sentiu um tufão de vento vindo em sua direção. Rolou para o lado sem problemas, assim que aterrissou, no entanto o ataque atingiu em cheio uma torre de metal à sua frente, fazendo um barulho ensurdecedor. Com o forte impacto, a torre entortou-se e a caixa d'água inclinou-se em sua direção, todavia o vampiro conseguiu desviar no último segundo, por pouco. O objeto enorme caiu no solo com tanta força que explodiu em água, fazendo um barulho ainda mais forte que o de uma cascata. O vampiro levantou-se rapidamente, e até conseguiu saltar para outro terraço, mas já era tarde.

Riku estava muito perto, a poucos centímetros.

A água continuava a espalhar-se pelo terraço, mas Riku não se importou. Correu atrás do inimigo, pulando praticamente junto dele, e quando já estava bem próximo, concentrou-se e desferiu outro golpe, mesmo ainda no ar, mesmo os dois voando em direção a mais um dos terraços. A cena pareceu em câmera lenta.