Ji Min emergiu do sono devagar, sem se recordar de nada em específico. Estado similar ao de quem desperta de um sonho muito longo e bom. Tinha um pouquinho de baba no canto de sua boca e um braço ao redor de sua cintura.
Então, também como quem desperta de um longo sonho, recordou-se de tudo e estacou ao reparar na parede a sua frente.
As paredes de seu quarto em Hworan eram tradicionais, madeira marfim e papel. Já a que se achava diante de seus olhos era branca, tal qual as do quarto de Yang Soon.
O Sonho havia acabado, acabado no pior momento possível.
Ji Min se desesperou, cobrindo o rosto com as mãos.
— Não, não posso ter despertado agora… não agora!
— Chin Tae?
Se lhe contassem antes que chegaria o dia no qual seu coração quase pararia de felicidade por terem-no chamado daquela forma não teria acreditado, embora tenha sido exatamente o que se deu. E, a voz, o tom sonolento…
Por favor, por favor, por favor! Suplicou, olhando para trás com o som das batidas de seu coração quase entupindo seus ouvidos. Por favor, por favor!
Era ele. Kookie. Ele estava ali bem pertinho — era o braço dele em sua cintura —, metido em vestes de dormir de cetim branco e sorrindo o sorriso mais lindo do mundo, com os olhos ainda gordinhos de sono.
Ji Min observou ao redor e relaxou. Estava em seu quarto em Hworan. A “parede” branca era somente um biombo que havia sido colocado a meio-caminho da porta. Ai, que alívio! Obrigado, Glorioso Dameolin! Obrigado!
Remexeu-se sem sair dentre os braços de Kookie — seu pescoço se apoiava no úmero dele, não no travesseiro —, até ficar de frente para ele e achatar aquelas bochechas perfeitas entre suas mãos. Um sorriso bobo tomava seus lábios, um brilho apaixonado, seus olhos.
— Você tá aqui… — sussurrou com um biquinho inconsciente. — Você tá aqui de verdade, né?
— Estou — Kookie confirmou, limpando o rastro de baba de seu rosto e o deixando para lá de encabulado. Por que não limpei isso antes?! Aigoo, que vergonha! Era um completo desastre, e, ainda assim, o sorriso de Kookie não era menos bobo que o seu… O que o amor fazia com as pessoas? —, e você também. — Ele recostou a testa à sua e fechou os olhos, não parecia guardar mais qualquer receio de tocá-lo. — Voltou pra mim…
As sobrancelhas de Ji Min se arquearam. Será que eu cheguei a sumir daqui?
— Eu… tinha ido a algum lugar?
— Quase… — o pânico ameaçou tomar conta de Ji Min — …assim como eu…
Eu quase morri? Por quê? Se lembrou que tudo havia ficado nevoeirento igual — aliás, pior! achou que fosse sublimar ao calor daquele sol! — a quando teve aquele desmaio, igual a quando a senhora da Casa de Perfumes morreu. Daquela vez, eu não tive nenhuma recaída. Eu devo ter desmaiado, porque estava contando aquela história. Fiquei péssimo durante uma semana por causa daquilo. Também acabei bastante tonto e cansado depois que a senhora Kko Mool acordou. Seja lá o que eu faço quando perco a consciência, é certo que consome as minhas energias. Em tese, poderia, sim, me matar. Por isso, Kookie me pediu pra fazer aquela promessa… Mas, eu não fiz nada do que ele disse pra eu não fazer… Será que aquele aperto no meu peito desencadeou isso? O que está acontecendo comigo, afinal?
A voz branda de Kookie resgatou sua atenção, o calor da respiração dele se confundia com o da sua, e a sensação que causava era ótima. Aquela proximidade era ótima.
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Outlander || Yoonjikook
CasualeA vida de Park Ji Min se resume a fazer seus deveres acadêmicos - que consomem quase todo o seu tempo -, comer e dormir. Suas amizades são mantidas por encontros de corredor, raras visitas em casa, ligações e mensagens. Vivendo entre o silêncio da c...