Capítulo III

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Capítulo III

Era meu último dia como bibliotecária. Depois de estar pronta e já ter tomado um copo de leite gelado fui para o colégio. Eita sexta feira, a ultima como bibliotecária, eu estava tão feliz por isso, e a manhã passou voando, já estava ensinando a Amanda, minha substituta. Ela era do segundo ano, muito querida, simpática e bem prestativa, não dei brecha por mais que insistisse em saber da minha vida, apenas disse que ela tinha muito que aprender, e que se ela queria realmente isso deveria ficar e gostar daquilo que estava fazendo.

Enquanto ela estava arrumando os livros criei um email pra ela e que fosse padrão para a biblioteca e fiquei com o antigo, enviei emails a todos da lista anterior informando a mudança e agradecendo por todos pela colaboração e também que a Amanda estaria em meu lugar. Amanda era loira e baixinha, de cabelos ate os ombros, não pedi seu sobrenome, nem queria, afinal, era muito simples o trabalho na biblioteca. O meio dia chegou voando e eu agradeci, fiz uma oração em agradecimento, coisa que eu não fazia era um bom tempo e sai de alma limpa.

Ao chegar em casa me deparei com buquê de tulipas brancas e apenas em uma no meio de todas aquelas, havia uma branca com um detalhe em vermelho, eu olhei para as tulipas furiosa pois eu sabia de quem eram, contudo, as tulipas não tinham culpa, era uma forma de amenizar meu sofrimento. Olhei o cartão e era do Eduardo. Não pensei duas vezes e liguei pra floricultura e pedi que viessem buscar e enviar elas para meus pais. A tarde tivemos trabalhos e quem não dançava na festa junina tinha outros afazeres, como era meu caso fui fazer um trabalho de inglês e na aula de educação física jogar xadrez. Roberto dessa vez jogava comigo, ele era estilo nerd como toda turma tem um, muito inteligente e tinha óculos bem fundos, o famoso " fundo de garrafão" querido! Mas ele era muito amado, sempre me respeitava, a sineta tocou e a aula terminou, sexta a noite prometia. Eu tinha que achar algo a fazer. Lisy voltou do vôlei e pegando a mochila me disse:

- Vamos dar umas voltas hoje a noite?

- Acho que não, não estou no meu estado de espírito, acho que vou para a casa dos meus pais ainda hoje, e o Pedro Henrique, meu irmão ainda esta aí. – fui cortada por ela.

- O que? O seu irmão gato esta ainda aí e você não me diz nada! Eu vou com você. Claro se você quiser que eu vá.

- Lisy eu não me importo se você for, mas eu quero sossego. Eu preciso de um tempo só pra mim!- Tudo bem, deixamos pra próxima sexta. Eu vou passar em outro local antes e depois vou pra casa.

Eu concordei e fui pra casa. Liguei para o Pedro e ele me encontraria em quinze minutos. Arrumei as roupas e quando estava saindo, um entregador me parou no elevador, mais um buquê de tulipas amarelas, e eu sabia exatamente seu significado: "amor impossível". É então essas vão para alguém em especial. Já estávamos descendo quando ele me entregou.

- Se você não se importa, mas pode remeter de volta ao emissor? – eu disse olhando para o entregador, um homem baixo, de aparência sofrida, eu senti compaixão por ele.

- Me desculpe, mas a Senhorita não vai aceitá-las? – disse ele pra mim surpreso.

- Não, devido ao seu significado, o Senhor me perdoe, mas elas devem voltar a quem me enviou, eu lhe pago o valor. – fui em direção a minha bolsa, para pegar minha carteira.

- Não por isso Senhora, mas elas são lindas! – seus olhos brilhavam devido a beleza das flores.

- Eu sei, eu sei como são belas e delicadas, mas nessa cor, elas significam amor impossível, e é por isso que quero devolve-las, pois de seu emissor eu esperava o inverso.

- Sim senhora. – ele baixou o olhar para elas e me olhou de novo. – Não tenho mais das brancas.- Obrigada, mas creio que você ainda virá me entregar muitas tulipas.

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