Capítulo 1

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Olá, me chamo Deivid, sou um jovem de 25 anos, e vim aqui só pra compartilhar um pouco sobre mim. Estava esperando um conto de romance apaixonante não é verdade? Quem sabe uma história com uma linda princesa num tempo medieval? Seria bem interessante, talvez eu ainda faça, quem sabe. Antes que eu me esqueça, antes de prosseguir saiba que terá vários erros de português, embora eu acredite que eu até escreva bem, preciso lhe avisar sobre esse detalhe para que você esteja ciente antes de continuar. Tudo que você lerá aqui é muito pessoal, não vai haver nada técnico, afinal não sou um especialista. Bom, dados os recados acho que podemos prosseguir.

Eu sou um jovem saudável até onde eu sei, não posso dizer que sou um rapaz infeliz ou me queixar de como a vida é dura e cruel. Eu tenho amigos, familiares, muitas pessoas que me amam e querem meu bem, mas eu tenho um problema, eu tenho crises de ansiedade. Não sei muito bem como falar sobre isso, só sinto que seria bom botar pra fora, e já que não tenho muitas pessoas com quem conversar sobre esse mal, talvez seja benéfico escrever um pouco sobre isso.

Eu não sei dizer se isso começou a muitos anos atrás ou se apenas se instalou em mim do dia pra noite, o meu tratamento com minha psicóloga tem ajudado a entender isso um pouco melhor, mas não saberei explicar tudo isso de uma forma técnica, o que posso te contar é sobre o start inicial dessa guerra ferrenha.

Comecei um relacionamento quando estava perto de completar 18 anos, tudo normal até então, até que um dia, começou... Ela encontrou no histórico do meu computador alguns links de sites pornográficos, me ligou furiosa, meu pai na época me deu uma ideia: "Diga pra ela que era eu que estava olhando." Bom, foi o que eu fiz, cheguei em casa e menti pra ela, ela acreditou e eu me livrei de uma briga.

Após isso alguma coisa em mim não ficou certa, algo começou a me corroer por dentro e uma culpa avassaladora se instalou no meu coração, era uma sensação horrível, a culpa e a condenação sobre mim eram tão fortes que quase me sufocava, coisas vinham na minha mente, coisas como: (Ela vai te achar um bom namorado baseado numa mentira, tu é uma fraude, mentiroso). Pra me livrar disso eu resolvi contar a verdade pra ela, achei que deveria ser honesto e dizer a verdade e depois de uma pequena briguinha as coisas ficaram bem, mas o problema veio depois.

Nós gostamos de ser românticos concordam? Declaramos amor eterno, fidelidade até o fim e não estou dizendo que essas coisas são mentira, mas tem uma delas que com certeza é. "Eu só tenho olhos para você." Uma frase linda, mas me responde agora, só a sua parceira é atraente? Nenhuma mulher no mundo de atrai? Você menina, só o seu parceiro é bonito e cheiroso? Só ele é atraente? O que quero dizer com isso? Eu desenvolvi no meu relacionamento uma auto patrulha muito exigente, já vou te explicar melhor.

Eu não queria ser um mal namorado, queria ser bom e não errar com ela, então comecei a lutar uma batalha que eu jamais consegui vencer, eu tentei lutar contra meus hormônios. Entenda que aqui eu não estou dizendo pra você sair por aí e ficar reparando em todo rabo de saia que passar por você, mas minhas crises fizeram eu atingir outro patamar. Se eu ameaçasse olhar pra outra mulher que não fosse minha namorada, a culpa se instalava no meu coração e as proporções eram as mesmas da primeira vez. Hoje escrevendo isso eu sei que jamais trairia minha namorada, mas a sensação era tão forte que pra mim era como se eu tivesse cometido o pior dos crimes.

Com o tempo as crises ficaram cada vez mais frequentes e só o que aliviava era "me confessar." Sempre que eu julgava ter tido uma atitude errada, eu tinha que contar pra minha namorada, na minha cabeça o certo era eu arcar com as consequências independente do que fosse. De crises em crises o relacionamento foi se desgastando, até que teve seu fim, infelizmente as crises não pararam, apenas trocaram de alvo.   

Cronicas de mim mesmoWhere stories live. Discover now