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Suas mão suavam, apesar do frio, antes mesmo de conseguir enxergar Winterfell no horizonte. Ele estava ansioso, qualquer um com olhos poderia chegar a essa conclusão.
Ele nunca achou que um dia pisaria tão ao norte, não depois de tudo ter dado errado em relação a Patrulha da Noite. Ele era um bastardo muito sortudo mesmo.
Suspirou pesadamente mais uma vez, antes de finalmente atravessar o portão. Onde ela está?
A notícia de que Arya Stark estava viva e em casa o pegou de surpresa. Tamanha a alegria e ansiedade em pensar em revê-la que sentia como se fosse vomitar todos os órgãos ali mesmo.
Já havia a muito aceitado a morte da garota, principalmente depois do reencontro com o Cão. Ninguém sabia do paradeiro dela. Depois da luta entre o Cão e Brienne ela estava sempre perto, mas sempre escorregava pelos dedos dele, e da irmandade. Foram tempos difíceis, quando ele se sentiu mais impotente que nunca. Até que Arya sumiu sem deixar nenhum rastro. O que mais ele deveria ter feito se não supor que o pior acontecera? Só lhe restava aceitar que a garota não iria mais voltar.
Doeu, muito. E nunca deixou de doer.
Ele nunca se despediu. Ele sequer agradeceu a ela por o ter salvo tantas vezes, de tantas formas. Só de ela estar com ele já o fazia se sentir o bastardo mais sortudo que existia.
Mas ela está viva. Ele tem outra chance de agradecer, se desculpa e se redimir.
Deuses, pensava, como pude rejeitá-la? A lembrança do dia qual Arya lhe disse que poderia ser sua família lhe apavorava, alegrava,e acima de tudo, o enchia de vergonha. Como fui estúpido.
Onde ela está?
Jon parou o seu cavalo, e consequentemente a comitiva. Os dragões voavam em círculos acima da fortaleza e todos mantinham seus olhos neles. Olhares de fascinação, olhares de surpresa, e olhares de medo.
Onde ela está?
Desmontou do cavalo, pegando seus poucos pertences e entregando as rédeas a um garoto que parou ao seu lado com a mão estendida.
Agora podia ouvir seu próprio batimento no ouvido. Seu coração batia tão rápido que doía. Onde? Deuses! Ela deveria estar perto da família, não é? Seus olhos varreram o grupo que se mantinha em frente a entrada do salão da fortaleza. Havia uma mulher bonita, alta e ruiva, Sansa. Jon a prendeu num abraço apertado, levantando ela por segundos do chão, mesmo que Jon seja mais baixo. O garoto em seu lado, em uma cadeira, carregava uma expressão solene. Gendry podia jurar que ele o encarava. Os pelos de sua nuca se eriçaram. Ele não tinha tempo pra isso. Onde?
Levantou o olhar para a fortaleza, onde alguns nobres e funcionários observavam de janelas e sacadas. Nada. Os muros. Nada. Ela não poderia estar na multidão. Por que estaria? Ela iria querer ver o Jon quando chegasse.Onde?
Gendry sentiu uma mão em suas costas e virou assustado.
Todos os centímetros de seu corpo tremeram.
— Procurando alguém? — Era ela, olhando pra ele e sorrindo como se eles nunca tivessem se separado. Não devia ter crescido mais do que alguns centímetros, continuava da altura dos seus ombros. Arya o observou de volta, de cima a baixo, mudando o peso de uma perna pra outra, e ele pode observar a roupa que ela usava. Couro e pele. A capa tinha um corte e costura qual ele nunca havia visto antes. Nortenhos. Também notou as armas presas na cintura da garota, uma adaga, ligeiramente longa, o acabamento parecia muito fino. E Agulha. Como ela conseguiu a Agulha de novo? — Não vai dizer nada? — Questionou levantando as sobrancelhas daquele jeito bem Arry que ele sentia tanta falta. A parte de seu cabelo que estava solta flutuava como pena com o vento gelado. Definitivamente uma garota. Uma garota bem bonita, pensou corando.
— E-eu—er. — Ele nunca se sentiu tão estúpido, não conseguia formar uma simples palavra. Patético. — Arya..c-como?
— Eu corro bem rápido. — Gracejou. Gendry sabia que não era apenas isso, ele queria saber tudo. Mas por hora estava satisfeito por ver sua amiga novamente.
— Eu senti tanto a sua falta. — As palavras saíram antes mesmo de ele se dar conta. — Desculpa, Arry. Eu tentei te encontrar por meses, mas você e o Cão estavam sempre 2 passos na nossa frent-
— Isso não importa mais. — Arya acabou com o espaço que restava entre eles, o apertando num abraço meio desengonçado, mas ainda sim o melhor que Gendry já recebeu.
Depois de alguns segundos, o maior pareceu perceber o que estavam fazendo e a afastou gentilmente, corado da cabeça aos pés.
— Nós estamos no meio de uma guerra, ninguém vai se importar com dois amigos se abraçando, Gendry.
— Você sabe que vão. Você não é qualquer garota, isso foi..impróprio. Perdão. — Pediu, abaixando a cabeça, quase como uma reverência.
Arya suspirou, ela parecia realmente exausta olhando com atenção. — Todos estão ocupados demais encarando a rainha e os dragões, não se preocupe. E não ouse se desculpar, fui eu quem te abracei. — Finalizou com um sorriso de lado e fez um gesto como se fosse se retirar. Eu fiz algo de errado?
— Onde você vai? — Gendry tinha certeza que sua voz saiu tão desesperada como ele estava se sentindo. Patético.
A garota, mulher (?), virou novamente para ele e falou. — Jon. — Ela sabia que não precisava dizer mais nada.
Gendry esperava não parecer aos olhos de terceiros tão abobado como se sentia olhando pra ela. — Oh! Ok. — Sua mão foi instintivamente na nuca. — A gente se vê..depois?
Arya mexeu a cabeça levemente em confirmação. — Eu te encontro depois. Até logo, Gendry. — E acenou com a cabeça em despedida e começou a andar em direção a fortaleza, na direção contrária a multidão.
O garoto só saiu do lugar depois de Davos dar um tapinha em suas costas e convidá-lo para entrar no grande salão.
— Ei! Tudo bem garoto? Parece meio afetado.
Gendry sorriu genuinamente. — Nunca estive melhor.
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