Frio.
Meu corpo está gelado, o chão é frio. todo meu corpo faz contato com o chão e se tornam apenas um. Estou com os olhos bem abertos, estou encostado na parede. O que estou fazendo nesse lugar? Não acredito que peguei no sono aqui. Meus pais? devem estar preocupados comigo, sempre chego tarde em casa, mas sempre passo a noite em casa.
Levanto e vou em direção a porta para assim tentar ir embora sem fazer barulho. Minha cabeça dói demasiadamente. Olho para trás e a menina está dormindo, parece um anjo e não a bêbada que ajudei a trazer em casa há algumas horas. Sua respiração contagia todo o quarto.
Como as situações mudam em apenas algumas horas.
- Por quê você está me observando?
- abre os olhos e se espanta ao me ver. Parece que deu de cara com um fantasma.
-Desculpa. - tento não espantá-la.
- não queria assustar você.
Tento disfarçar, mas ela não responde nada, seu susto se transforma em sonolência.
- Você já perdeu alguém muito importante para você? - Pergunto recordando de seus versos.
- Ela pula da cama ao me ouvir e estranha quando percebe que toquei em seus papéis.
- Você não tem autorização para mexer nisso!
- exalta-se.
Mesmo com a voz alterada seu tom continua suave.
- Desculpa eu ser invasivo é que comecei a pegar seus papéis na parede e não conseguir parar de ler.
Tento confortar.
Pronto desabafo.
Espero que o pedido de desculpas funcione.
- Ela ajeitar suas roupas e prende bem seus cabelos.
- Não! - respira fundo. - Desculpa eu. Diz voltado atrás.
-Obrigada por me trazer ontem a noite, eu não estava bem. Obrigada mesmo.
- Agradece um pouco constrangida. Seus olhos nunca se esforçam para agradecer.
- você que escreveu aquela canção?
Minha curiosidade toma conta.
- Qual? -Pergunta no mesmo segundo.
- Loucura. - Respondo.
- Na verdade não é uma canção. É apenas alguns trechos que coloquei no papel quando...
Ela parece ter lembrado de algo e fica calada, seus olhos enchem de lágrimas. E o mundo parece chorar com ela.
- quando minha mãe morreu. - Conclui e senta na chão com as mãos no rosto.
Essa menina precisa de atenção, ela é totalmente diferente daquela bêbada que conheci ontem. Minha vontade é entregar-lhe um abraço forte e dizer que tudo vai ficar bem. Mas a falta de intimidade não permite.
- Sabe eu nunca perdi alguém que seja muito importante para mim. As pessoas que mais amo são meus pais e eles estão bem pertinho. Mas só em pensar que posso perder eles me bate um aperto no peito... - Aproximo meus braços de seus ombros.
- Então pode chorar, eu entendo a sua dor.
- Sento ao seu lado vendo ela se acabar de chorar.
Seu silêncio parece um pedido para ficar sozinha, então me afasto e saiu tentando fazer silêncio.
- Vou indo. - fale quase em um Sussurro.
- Levanto e vou em direção a porta.
- qual seu nome? Ela pergunta me pegando de surpresa.
- Colin. Mas se quiser pode me chamar de apenas de Lin. - sorrio.
- Acho Lin simples de lembrar, só que Colin é mais bonito.
- abre um sorriso e me pega de surpresa.
As lágrimas limpam seu rosto e deixa os mesmos livre de toda a maquiagem, de todo cansaço, o castanho de seus olhos são fortes, as lágrimas não conseguem modificar seu rosto.
- Você gostou da canção mesmo? - Pergunta mostrando incerteza.
- Claro que sim. - Afirmo com a cabeça espantado qualquer dúvida.
- Então pode levar para você. - Deixa um sorriso escapar e estica suas mãos para eu pegar a folha de papel.
- Obrigada. - Agradeço pegando a folha de suas mãos.
- Obrigada você... eu não costumo me embriagar no álcool, na verdade foi a primeira vez que bebo e ingerir álcool demais por sinal. E se não fosse você eu poderia acordar na rua agora... Obrigada mesmo.
Essa menina é encantadora o tom da sua voz é suave e vê ela pedindo obrigada para mim é como se eu ganhasse o mundo.
- Eu não conseguiria dormir em paz se não trouxesse você em casa em segurança. O que não estava nos meus planos era adormecer aqui, e você fica engraçada bêbada.
Queria dizer que ela fica engraçada e linda, mesmo toda despenteada mas não quero que ela me ache inconveniente, já que ela parece tímida. - Um sorriso inesperado aparece. - Obrigada novamente, Colin.
Faço um sinal de tchau com os braços.
- Colin! - Grita meu nome quando aproximo-se da porta. - Fale para os seus pais que ama eles. Não perca tempo.
- Pode deixar mas... Aceito suas ordens.
- espero encontrar você novamente...
- Solto despedindo-se de seus olhos.
- Sabe aquele boteco que você encontrou uma menina bêbada ontem à noite e trouxe em casa? - Olha para o texto propositalmente. - Sempre estou por lá.
- revela olhando lentamente para as paredes.
- Então te encontro qualquer dia desses lá. - Seu sorriso se abrem novamente e a certeza de um reencontro conforta.
Retribuo o sorriso e abro a porta para sair.
Estou sentindo algo inexplicável acho que nunca senti na vida, parece ser um recomeço de algo que já existiu há muito tempo. Parece que encontrei o caminho que me leva ao tesouro.
...
Chego em casa e guardo com cuidado o papel com a canção da Lawren por baixo do meu travesseiro, durmo alguns minutos e logo acordo, os raios de sol já invadiu meu quarto então desço para tomar café da manhã.
- Pai? Mãe?
É estranho não encontrar meus pais sentados na mesa pela manhã. Todos os dias recebo o bom dia amoroso de ambas. Volto para a cozinha imaginando aquilo tudo estranho, surpreendido quando vejo um bolo inteiro de cenoura do jeitinho que só minha mãe sabe fazer. Encontro um bilhete escrito:
Meu vida
Meu amor
Nosso sorriso
Você cresceu, você foi e sempre será o nosso sonho realizado, Rígel. Te amamos e disso você não tem dúvidas. Eu e sua mãe tivemos que viajar e já algum tempo que queremos conversar com você sobre essa viagem. Mas você não nos dá ouvidos. Ultimamente você só pensa em "se divertir" e esquece que tem pai e mãe.
Sofremos com sua ausência mas sabemos que você é jovem e que essa é a fase em que achamos melhor em nossa vida.
Eu e sua mãe vamos ficar longe por um tempo e esperamos que nos compreenda e que você seja responsável com si mesmo.
E lembre-se que tudo morre assim como as estrelas, então compreenda que a vida é mais brilhante do que parece ser, por isso ela é curta e valiosa.Tem amamos imensamente,
seus pais.
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Estrela Binária
RomanceO amor existe? Eu sou suspeito para responder essa pergunta, pois meus pais tem um amor incondicional e alegam que sim, o amor existe. Apesar de ser filho de um casal que se amam, particularmente eu não acredito no amor, não quero me prender a algué...