"Narra Víctor"
Eu não conseguia acreditar que tinha me descontrolado daquele jeito, não sabia o que estava acontecendo comigo, minhas mudanças de humor repentinas estavam me assustando. Talvez fosse efeito de algum remédio, ou talvez eu estivesse ficando louco.
Nunca antes ela tinha me dado um motivo para ter ciúmes, mas quando eu a vi naquele vestido notando que vários homens à olhavam, a raiva me consumiu e acabei descontando na última pessoa que eu queria magoar.....minha Helena.
Ela estava muito mudada, aquele vestido não era do tipo que minha garota usaria, lembro-me de que uma vez em que ela me disse "eu não entendo como tem mulher que se sente confortável usando essas roupas apertadas, eu nunca usaria algo assim", era por essa garota que eu havia me apaixonado, e agora eu sentia que ela era outra....Ana.
Vi como ela saiu do restaurante depois de me deixar um olhar cheio de dor, fazendo com que eu me sentisse o pior homem o mundo...e com razão. Bia saiu correndo atrás dela me deixando sozinho com Manuel. Ficamos por alguns segundos em silêncio, eu eu evitei olhar nos olhos dele, eu estava envergonhado do que tinha feito.
- não precisamos conversar sobre isso agora - meu primo disse quebrando o silêncio.
Finalmente olhei pra ele, esperando ver ódio ou decepção em seus olhos, mas encontrei somente um olhar compreensivo e me senti um pouco melhor.
- vamos pra casa.. - ele disse enquanto empurrava minha cadeira de rodas.
Saímos do restaurante encontrando uma Bia muito irritada, nunca a tinha visto daquele jeito.
- COMO VOCÊ PÔDE FALAR ASSIM COM ELA?! - ela gritou furiosa vindo na minha direção enquanto Manuel se colocava atrás dela, segurando-a suavemente pelo braço, tentando acalmá-la - ELA NUNCA FARIA UMA COISA DESSAS COM VOCÊ, ELA SEMPRE TE DEU TUDO, POR QUE VOCÊ ACHA QUE TEM O DIREITO DE CHAMÁ-LA DAQUILO? VOCÊ PENSA QUE É O DONO DELA OU O QUE?
- Bia se acalma, por favor.... - Manuel ainda tentava impedi-la de bater em mim, as pessoas ao redor nos olhavam surpresas.
- ME SOLTA MANUEL! - ela se soltou do meu primo e apontou o dedo pra mim - SORTE SUA QUE EU NÃO SOU DO TIPO QUE PARTE PRA VIOLÊNCIA, MAS ESCUTA BEM UMA COISA.....nunca mais faça o que você fez hoje, com mulher nenhuma, eu não vou te dar uma segunda chance.
Eu entendia toda aquela raiva e sabia que merecia ouvir tudo aquilo.
- perdão eu....
- não quero te ouvir...e não é pra mim que você tem pedir desculpas - ela me interrompeu, me olhou de cima a baixo e virou para Manuel - vou pegar um táxi, nos falamos amanhã - deu um beijo na bochecha dele e entrou no carro.
- Víctor eu...
- vamos pra casa......por favor - supliquei e ele concordou com a cabeça.
Agradeci com o olhar e fomos pra casa. Depois de um longo banho, (que a propósito muita gente não sabe como eu tomo banho, Manuel prepara a banheira pra mim e me ajuda a entrar e sair), fiquei olhando pro teto do meu quarto por muitas horas, pensando em tudo que a Helena e eu tínhamos vivido.
O dia que nos conhecemos; quando decidimos formar a Moondust; no Lucas, meu pobre irmão, como eu sentia falta dele; das vezes em que fugíamos de casa no meio da noite para poder tocar em lugares que nossos pais jamais deixariam e que até hoje nunca descobriram; das inúmeras conversas aleatórias e sonhadoras que nos faziam chegar no impossível, como daquela vez que imaginamos fazer uma canção com Steven Tyler, e que Helena fez questão de ressaltar que era ele que iria nos mandar um pedido de parceria. Lembrei também do dia em que eu prometi a ela que nunca nada, nem ninguém faria meu amor por ela acabar, e quando pensei nisso meu coração doeu tanto que não pude conter minhas lágrimas.
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"Narra Thiago"
Fazia muito tempo que não a via. Desde de que ela partiu, com a promessa de que iria me ligar todos os dias, e eu esperei. Mas das poucas vezes que me ligava, apenas me perguntava como andavam as coisas e depois desligava com a desculpa de que Víctor precisava dela. E como doía ouvir aquilo, saber que outra pessoa tinha o amor dela, e de que talvez a nossa amizade também tivesse chegado ao fim. Pensar que talvez ela não se importasse mais.
Mas depois de algumas semanas eu aprendi a lidar com a dor, evitava pensar nela, e quando o fazia, me forçava a me distrair com outra coisa.
As coisas na residência não estavam lá muito boas. O dinheiro que tinha investido, ou melhor, o único dinheiro que eu tinha, não estava voltando com o aluguel das pessoas. A cada dia que passava mais gente deixava de morar aqui. O motivo? Talvez Deus quisesse assim. O processo dos bens dos meus pais no Brasil parecia que nunca iria chegar ao fim, e isso me impedia de voltar também. Estava bem desanimado, cheguei quase a entrar em uma depressão, mas com a ajuda de Pietro e Daisy lidei como podia com a situação.
Estava na sala de piano, organizando as inúmeras contas que tinha que pagar, por data de vencimento, parecia que não tinha fim e eu tentava manter a calma quando escutei alguém bater na porta. Olhei no relógio, estava tarde para ser entrega de alguma coisa. Levantei apressado e me dirigi a porta.
Quando a abri tive uma surpresa enorme, era a última pessoa que pensei que estaria por detrás dela. Ela estava com os olhos e o nariz vermelho por ter chorado, sua respiração estava acelerada e o cabelo um pouco bagunçado, mas mesmo assim estava linda, a mulher mais bela que eu já tinha visto.
EAI SENHORAS E SENHORES? ESTÃO GOSTANDO?? PRA CONTINUAR PRECISO SABER SE TENHO LEITORES, VCS SÃO TIME VÍCTOR OU TIME THIAGO???
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YO QUISIERA
Fanfic"Há tanto tempo que te vejo Mas de forma totalmente diferente. Tenho certeza que nem imagina Qual é o sentimento que invade minha vida. Desde a primeira vez que te vi, Algo estranho aconteceu, Não sei se foi amor, calor ou atração, Ou todos de uma s...