Era um dia chuvoso na grande San Riguran. O trânsito era desgastante e a impaciência dominava os donos dos automóveis presos no meio daquele aguaceiro. Mas era possível imaginar algo realmente bom naquilo tudo.
Margaret conseguia ver algo realmente ótimo naquilo.
Normalmente, as pessoas fecham as janelas em dias de chuva e se prendem dentro de casa, mas Margaret encarava isso de maneira diferente. Ao invés de fechar a janela e ler um bom livro bebendo uma xícara de chá, ela preferia abrir a janela do quarto, para deixar todo o frescor da chuva entrar em seus pulmões, e desenhar algo incrível.
Hoje era um dia fascinante para se desenhar algo bom. E o clima da casa ajudava muito. Sua irmã mais velha -Apenas três anos mais velha- havia colocado um disco de Jazz clássico e acendido uma essência de jasmim maravilhosa e isso fazia que o clima ficasse ainda mais apreciável. Margaret se perguntava se poderia existir alguma sensação melhor que aquela.
Suas mãos eram firmes e ao mesmo tempo suaves ao toque. Molhava o pincel na tinta com delicadeza e depois a depositava com precisão na tela. Suas mãos sujas de tinta trabalhavam maravilhosamete bem. Era difícil imaginar algo feio saindo de tenta delicadeza.
Ela usava tons mais frios em sua obra. A mesma estava fazendo um campo bem amplo coberto de neve alvas, e bem no meio daquela imensidão branca havia uma única árvore de cerejeira, com os troncos já gastos pelos outros invernos que outrora havia suportado.
Ao longe ouve alguém bater em sua porta e abri-la.
- Margaret, não acredito que ainda está neste estado. Vamos sair em poucos minutos e você está toda suja de tinta!- A mais velha não estava nada contente de ver a irmã naquele estado.
- Para quê serve todo este chelique, minha irmã?- Fala pacificamente a mais nova, não tirando os olhos e mãos da sua obra.
- Serve para dizer que estamos atrasadas para ir ao aeroporto, Margaret!
Sua agonia faz Margaret perder o foco de seu desenho.
- Acabei de me desviar do foco.- Lamenta colocando o pincel no apoio do seu cavalete.- Eu estarei no carro em questão de segundos.- Diz levantando do seu banquinho, indo em direção ao banheiro.
Mary bufa ao ver a irmã se lavar, porém sente-se feliz ao vê-la quase pronta. Ela grita que estaria a espera de Margaret no carro.
Margaret por sua vez, apenas resmunga um sim e continua a se lavar.
Depois de suas mãos lavadas, ela se olha no espelho por alguns segundos e descide prender para trás suas franjas longas e negras, deixando apenas o resto do cabelo solto. Passa um pouco de gloss e pisca sorrindo para o seu próprio reflexo.
Depois de sair do banheiro, Margaret pega sua mala já pronta em cima da cama e apaga a luz do quarto para assim sair. Mas quando já estava do lado de fora do cômodo percebe que estava esquecendo seu pingente da sorte, um mini pincel dourada. Volta rapidamente para dentro acendendo a luz, clareando o local, para assim começa a procurar encansavelmente seu pingente.
Ouve ao longe sua irmã bosinando, esse era o sinal que ela devia correr. Mas ainda não tinha achado seu pingente.
Mais uma vez escuta sua irmã bosinar, e com aquilo, Margaret entendi que não poderia ter mais tempo para procurar o colar.
Sem muita demora pega sua mala novamente e sai do cômodo apagando a luz mais uma vez.
Atravesar a casa inteira e vai para a porta. Pega seu guarda-chuva e abre a porta. A chuva havia passado um pouco, mas alguns pingos ainda molhara o chão.
Saiu pela porta e a fecha em seguida, depois abre o guarda-chuva e sai correndo em direção ao carro.
A mesma abre a porta do Novo Uno verde e entra.
- Por quê está com essa cara?- A mais nova a questiona.
- Não achei o pingente.- Lamenta colocando o cinto de segurança.
- Poxa, sinto muito.- Consola sua irmã.- Mas tenho certeza que quando voltarmos você vai encontrá-lo.
O rosto da mais nova contorceu em desapontamento. Pois sabia que elas não voltariam para casa nem tão cedo. Isso porquê, Mary era escritora e estava indo à Nova York para iniciar sua turnê mundial. Nessa turnê, ela visitará os países que mais compraram seus livros e fará um dia de encontro entre ela e fãs e dará autógrafos. Tudo isso levará 3 meses. Por isso Margaret estava exalando desapontamento.
- Ora, vamos lá, sem tristeza. Temos uma grande viajem pela frente. - Mary se estica e da um beijo na bochecha de Margaret, e em seguida da a partida no carro.
Mary liga o Bluetooth do carro e coloca a música Lover - Taylor Swift .
- Ah não. Por favor, tenha piedade da sua irmã.- Margaret implora ao ouvir as primeiras melodias da música.- Tira essa música!
- Não vou tirar, eu amo essa música.- Diz Mary olhando para frente.
- Você só ama porquê te faz lembrar do Felipe.- Margaret cruza os braços jogando as palavras no ar.
- Quem é Felipe? Nem me lembro mais desse sujeito.- Faz cara de pouco caso.
- Você sabe quem é. Essa música era de vocês. Não se faça de sonsa.- Margaret sorri provocando-à.
- Ok. Admito. Eu sei quem é me lembro muito bem dele. Nossa como eu o amava.- Mary solta suas palavras num tom romântico.
- Você não o amava.- Responde direta.- Você amava o jeito que ele te fodia. Você pensa que não ouvi vocês mês passado? 'Ain Felipe... isso... mais por favor.... não para... não tira dai'- Emita seus gemidos, apenas para fazer chacota de sua irmã.
Mary fica corada por um tempo, depois de descobrir que sua irmã havia ouvido seus gemidos de prazer. Mas logo aquilo passa e ela diz:
- É fazer o que, ele me levava as alturas e o que falar do tamanho do... Você sabe.- Mary olha para Margaret que segurava o riso com a boca. Mas logo as duas começam a gargalhar.- Você sabe que nem podia falar de mim né? Eu também ouvi você e aquele Bruno. Ele mandava a ver mesmo. Prefiro nem imitar o que você dizia.
- Credo Mary, não sou tão safada assim. E não lembro de nenhum Bruno. - Revira os olhos cruzando os braços.- Mas... Pensa num cacete grande.- Diz com um tom de inconformidade.
- Acho que a partir de agora essa música vai significa transa ou algo do tipo.- Margaret concorda com a cabeça.
Ambas então começam a cantar junto com a música.
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Aquarelas Dela
FanfictionMargaret Sysod descide acompanhar sua irmã em sua jornada para fora de sua cidade natal, San Riguran. Para ela, isso seria mais uma viajem qualquer, mas não será nada do que ela imagina.