Prólogo

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A chuva continuava intensa, e Alice era a única que havia ficado ao lado do tumulo. Ela não queria, não conseguia, acreditar que estava sozinha...

Ela morreu....

A chuva ainda caia, e ela acabara de deixar o guarda-chuva de lado. Estava ensopada, mas ela não se importava com isso. A chuva naquele momento era boa, porque ela se misturava com suas lagrimas e com suas dores.

A quem estava tentando enganar?

Não poderia ficar ao lado do tumulo de sua mãe para sempre, mas também não poderia voltar ao Maravilha... não estava em condições.

A chuva parou depois de alguns minutos, e só então Alice percebeu que já era noite. Uma linda noite, com uma lua que lembrava o sorriso do gato risonho, chegou até a lembrar algumas pequenas divergências do mesmo com o .... Chapeleiro, seu doce e louco Chapeleiro.

Ah, como sentia saudades da sua terra de maravilhas, de seus amigos, do melhor deles. Por Deus! Como seu coração conseguia doer mais só de pensar que além de estar sozinha, nunca mais veria seu Chapeleiro.

[...]

Um pouco de mais de uma hora havia se passado, e ela ainda estava ali. Estava sem forças, vontade de se mover. Ela apenas estava ali com seu coração e sua mente travando uma guerra, onde o que a ferisse mais sairia ganhador. Simplesmente patético...

Ele ainda se importaria...?

Porque? Porque pensava nele? Seu mundo tinha se quebrado diante de seus olhos e mesmo assim ainda pensava no chapeleiro.

O sol começara a nascer, e ela ainda estava ali...

[...]

Duas semanas...

Foram apenas duas semanas e mesmo assim ela ainda insistia em passar algumas horas junto ao tumulo de sua mãe. As vezes quando ia vela sentia que estava sendo observada, outras vezes antes de pegar no sono ouvia múrmuros chamando seu nome, a chamando para a floresta densa e sombria como aquele cemitério.

“ Alice.... Por favor venha. ” - O primeiro múrmuro da noite fora ouvido, e por algum motivo aquela voz soava tão familiar para si...-

“ Quem está ai? ”- sua estava tão roca e tão baixa por conta dos choros e berros, mas ainda sim se poderia decifrar o tom de receio que ela carregava. –

“Alice, eu sinto sua falta...”- a voz falava chorosa. –

Aquela voz... poderia ser? Sem dúvidas! Era o Chapeleiro!

“ Chapeleiro! Aonde você está?!”- Gritou eufórica, se levantando automaticamente e olhando em volta, na esperança de acha-lo. –

“ Na floresta.... Alice. ” – A voz do Chapeleiro ficou fraca e para o desespero de Alice se calou –

O desespero tomara conta de seu corpo. Ela não estava mais pensando, ela só estava correndo enquanto chorava. Determinada a achar o Chapeleiro...

[...]

Lá estava ela, correndo entre as arvores e se cortando em alguns galhos. Adentrando naquela floresta, procurando algo, alguém que a falasse que tudo aquilo era um pesadelo e que sua mãe não estava morta. Ela não estava sozinha!

Suas emoções se misturavam a medida de seus passos se tornavam mais rápidos, estava com medo de perder o Chapeleiro e ficar para traz...

Sua euforia era tanta que nem percebeu quando tudo aconteceu. Ela caiu na toca de um Coelho... E quando acordou estava lá, estava finalmente na sua terra de Maravilhas.

" Alice!? "- foi ao som da mistura de vozes conhecidas que ficou inconsciente.-

Pode me consertar...?Onde histórias criam vida. Descubra agora