Um dia, descobri o que fazias, disse-te que não era correto, ajudei-te a ultrapassar, e assim foi. Meses depois esse assunto não me saia da cabeça, era difícil deixar de pensar no que se sentia quando a lâmina tocava na pele e quando as bolinhas de sangue saiam... Não deu para não o fazer, parecia a única solução. Quando o fazemos nem notamos, a adrenalina é tanta que nada mais importa.
Nesse dia fui ao cinema, tentei esconder ao máximo o pequeno corte, mas não aguentei e tive de partilhar. Todas me julgaram porque eu não tinha razões para fazer aquilo e que a minha vida era perfeita, mas não era. A vida nunca é perfeita, se está tudo bem de um lado do outro está tudo a cair aos bocados.