2222 - O CÉU NÃO É O LIMITE

O Arcanjo

Stella exitou por um segundo processando as palavras embaralhadas de Kannopus. Ela tirou os óculos, espreitou os olhos e lançou um sorriso largo e desafiador. Apesar de não aparentar, houve uma época na vida de Stella em que a mesma frequentava boates de Strip então para ela, ver uma mulher nua não era de fato algo muito novo, pelo contrário.

Kannopus sorriu também, estava gostando do rumo das coisas apesar de saber que a Stella de 16 anos jamais lhe lançaria um sorriso daqueles. A morena estava começando a se tocar que a mulher que a acompanhava já não era tão inocente quanto antes.

– Bom... fique à vontade então. - disse Sirius jogando o cabelo para trás, Natasha a olhou, seus olhos denunciavam espanto mas sua boca se curvou num sorriso de lado. Estava surpresa mas estava gostando daquilo.

– Ta certo, só não vá se assustar. - Se levantou e limpou os vestígios de grama do bumbum.

– Pode ficar tranquila Nate... Eu não vou.

Nate suspirou pesado depois dessa, sabia que a Ruiva estava lhe provocando de proposito, Estava a desafiando e testando os seus limites mas mesmo assim não voltou atrás com sua decisão um tanto comprometedora.

"se ela quer ver então vou mostrar a ela."

Kannopus se afastou um pouco de sua casa, o quintal era bem espaçoso, dava para correr por ele a vontade. Ela se certificou que nada atrapalharia seu espaço e então ficou de costas para Sirius, a mesma ficou um pouco distante e sem entender nada mas era melhor assim.

Natasha sem muita cerimônia começou seu pequeno show de exibicionismo. Era uma militar e sem sombra de dúvidas sabia que tinha um corpo bonito, nada muito extravagante, a mesma repensou se aquilo era certo apenas por lembrar de suas cicatrizes mas manteve sua decisão. Sirius se mantinha atenta como nunca antes, prestava a atenção em tudo o que ocorria. Primeiro a morena arrancou a camiseta e a jogou no chão e em seguida arrancou o top sem muita frescura.

A Ruivinha não piscava, olhava para aquele suor, as costas fortes, os ombros tensos, até as cicatrizes a deixavam mais bonita, Mas será possível! A pele morena com um brilho dourado do sol do fim de tarde, lhe causava uma sensação de paraíso por mais que naqueles tempos em Maçuna nada lhe parecia paradisíaco. Suspirou pensando que talvez não fosse uma boa ideia ter entrado nesse jogo com Kannopus.

Do outro lado, Natasha se sentia um pouco nervosa mas não podia admitir, fazia tempo que não fazia isso, e por um instante lhe veio um flash a cabeça e ela se recordou do seu primeiro voo na força aérea, sorriu pensando e bateu na própria testa negando com a cabeça em desaprovação. Bom... agora já está feito, não tem como voltar atrás...

Nas costas de Kannopus haviam duas cicatrizes, as maiores de seu corpo, ficavam em cima das omoplatas e corriam para a metade de suas costas. Sirius viu todo o procedimento, Duas grandes asas negras saíram da carne, no princípio eram pequenas, pareciam ser hábeis em aumentar e diminuir de tamanho, Mas sua envergadura total parecia chegar a pelo menos três metros e meio de uma asa até a outra. As penas eram negras como a noite, combinavam com a morena por mais incrível que aquilo parecesse para Sirius.

Natasha bateu asas duas vezes sem sair do chão, apenas para tirar os resquícios de sangue das penas. O barulho das asas sobre o vento era alto e rajadas de ar atingiram o corpo da mais baixa causando-lhe um frio imediato, esta que pensava em milhões de coisas e tinha milhões de dúvidas em sua cabeça, Ver Natasha naquele modo tão empoderada e quase nua fez sua mente compará-la realmente com um anjo.

A ruiva estava de queixo caído de tão fascinada quando Kannopus se virou mostrando seus belos seios, havia um piercing em um deles o que fez Stella suspirar por alguns longos segundos. A Mais alta ali vendo a situação ficou séria e estendeu a mão convidando Stella a se aproximar, a mesma sem pensar muito se levantou e caminhou quase hipnotizada pelas asas, Estava com as pernas tremendo, não por medo ou nervosismo, estava ansiosa para estar perto de Kannopus.

Sirius pegou a mão da morena, a proximidade fez a Ruiva se sentir quente outra vez.

– É isso o que é ser um arcanjo... – A Morena mordeu o lábio inferior inconscientemente.

– Nossa... – A mais baixa variava seu olhar entre os seios e as asas, dois pares maravilhosos ao ponto de vista de Stella.

– Eu também achava loucura no começo, mas elas estão tanto tempo ai que eu já nem me impressiono mais... – Sorriu vendo a mais baixa toda impressionada olhando por cima de seu ombro. - Você quer tocar?

– O que!? – Seus olhos brilharam brevemente. - Ah... acho que eu não devo...

– Por que não?

– Porque... não acho que é uma coisa para ser tocada... – Ela riu nervosa e Kannopus Gargalhou.

– Você também não é algo para ser tocado mas eu quero te tocar... - A morena disse em súbito.

– Você é muito safada! – Riu um pouco envergonhada. – Não se diz algo assim quando se esta seminua Nate...

– Falando sério agora... Você pode tocar se quiser...

Sirius olhou exitando para Kannopus e então fez um gesto para que a mesma se virasse de costas, Kannopus obedeceu e então a ruiva tão receosa e com medo de fazer algo errado tocou delicadamente uma das penas, sentiu as fibras macias em seus dedos e quando percebera estava perdida há minutos fazendo carinho nas asas, toda intrigada, a mais alta apenas ria de vez em quando e lhe lançava um olhar por cima do ombro.

De repente, Sirius acariciou entre as duas asas, um lugar com uma penugem profunda o que fez Kannopus gemer em resposta e abrir as asas por reflexo. Stella se assustou um pouco, então ouviu a risada gostosa de Natasha que a fez relaxar e acompanhar a morena rindo.

– Alguns lugares são bem sensíveis... – Kannopus avisou se virando para Sirius.

– Ah é... Bom saber.

Natasha olhou para Sirius, essa que tinha seus olhos mais perdidos do que nunca, as bochechas estavam rosadas e ela tinha um sutil sorriso enfeitando os lábios, Kannopus pode sentir o seu cheiro e acabou se aproximando mais automaticamente, Sirius sentiu o calor e a autoridade sobre ela e tensionou o corpo inteiro. Ela baixou a guarda, estava relaxada e descontraída e então Kannopus a capturou sem muito esforço. A pergunta era, será que dessa vez dava para escapar?

Natasha estava muito perto de fato, suas respirações se misturavam e deixavam a ruiva inebriada. Os olhos da morena não pararam de fitá-la nem por um segundo e a mesma apenas desviava o olhar algumas vezes quando resolveu intervir.

– Nate e.. -.

Kannopus a interrompeu rapidamente a segurando pela cintura e a puxando fortemente causando um choque corporal, a pequena soltou um suspiro sofrido e mordeu os lábios. Os olhos de Nate estavam sérios como quem diz que não está para brincadeira, o mundo ao redor pareceu desaparecer num piscar de olhos. Natasha sorriu, não um sorriso comum, um sorriso de lado, "um sorriso sacana" pensou Sirius. E por um momento a Ruiva imaginou as coisas que Nate fazia quando estava com aquele sorriso no rosto.

– Não fuja... – não era um pedido e Sirius sabia disso.

Então Kannopus desceu pelo pescoço de Stella fazendo uma trilha de beijos e a cada estalo a menor suspirava, sem se conter a morena chupou seu pescoço nada que lhe causasse alguma marca mas Stella acabou soltando um gemido tão sutil que devido ao som Natasha não pode escutar. Os lábios quentes de Natasha percorreram até encontrar a boca de Sirius que pedia silenciosamente para acabar logo com aquilo.

Começaram com apenas selinhos inocentes logo depois a língua de Natasha encontrou a de Stella e esse era o ponto final, a menor não resistiria mais. O beijo era quente e lento, Kannopus gostava desse ritmo. Se apressar pra que...?

Entre beijos e gemidos não contidos, Natasha acariciou a cintura da menor ali com firmeza, estava obtendo o controle depois de muito tempo e só de pensar nisso o seu corpo todo entrava numa espécie de extase. Ela queria mais então segurou Sirius pelas pernas parando o beijo por um segundo. Nesse ponto as duas tinham algo molhado em comum além dos beijos que davam.

Quando pararam de se beijar, perceberam que estavam a poucos metros do chão. Elas não perceberam que Kannopus tinha aberto voo enquanto se beijavam. Sirius abraçou forte a morena para não cair morrendo de medo da altura, Kannopus ria descontraidamente mas decidiu que seria mesmo perigoso ficar voando com Stella então decidiu pousar sem enrolar muito.

CONTINUA...