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Fazia um calor infernal quando as portas da escola pública em que Jungkook estudavam se abriram. O menino saiu esbaforido, esfregando a testa e o pescoço para enxugar o suor. Caminhou alguns metros, até que chegou ao ponto de ônibus e parou. Do outro lado da rua, os colegas de turma passaram e apontaram para ele. Em seguida, pararam e cochicharam algo nos ouvidos uns dos outros, soltando risadas sarcásticas.
- Olha lá a bichinha! - Cantarolou um deles, apontando o dedo para Jungkook e rindo feito um demônio.
Na mesma hora, Jungkook sentiu o rosto arder. Abraçou a pasta e desatou a correr, sob as risadas dos outros meninos, que continuavam a apontar para ele e a gritar:
-Lá vai a bichona!
-Pega, pega o viadinho!
-Espera ai, boneca....Jungkook correu tanto que nem percebeu que disparava a caminho de casa. Somente quando viu o portão de ferro de seu jardim foi que se deu conta de que havia chegado. Apoiou a mão no portão, tentando respirar e lutando para não chorar. Por que não o deixavam em paz? Porque viviam o acusando de algo que não era?
- Veio a pé, Jungkook? - Era a Voz de Hyuna, que vinha chegando da faculdade. - O que houve? Você está pálido.
Hyuna era a irmã querida, a única que parecia realmente se importar com ele. Cinco anos mais velha, ingressara na faculdade de letras e era muito bela. Jungkook correu para seus braços e desatou a chorar. Era sempre assim: os meninos da rua ou da escola implicavam com ele, e era Hyuna quem sempre o defendia e consolava.
- O que lhe fizeram? - Prosseguiu ela, com ar bondoso. - Foram os garotos de novo? Debocharam de você?
-Ah, Hyuna, não sei por que fazem isso comigo. Não sou nada disso que eles dizem que eu sou!
-Sei que não, meu doce. E você não deveria se importar.
-Mas eu me importo. Sabe o que papai vai dizer.
-Ele não vai dizer nada. Você não precisa contar.
-Mas ele tem um jeito de adivinhar as coisas...
Era verdade. O pai de Jungkook era inspetor na escola em que ele estudava, trabalhando em dois turnos para sustentar a família. Era honesto e correto, gozando de prestígio com o diretor. Não havia nada que acontecesse na escola que ele não descobrisse.
- Você acha que alguém viu e vai contar a ele? - perguntou Hyuna, preocupada.
- Não tenho certeza...
- Mas o que lhe fizeram dessa vez? Bateram em você? Xingaram?
- É. Eu estava no ponto, esperando a condução. Os meninos passaram e me chamaram de Bichinha, viado... só porque não tenho uma namorada...
Jungkook fez um beicinho trêmulo e agarrou-se a irmã, que acariciou e beijou seus cabelos.
- Vamos entrar. Se papai chegar e brigar com você, direi que não foi sua culpa. E não foi mesmo. Que culpa tem se os garotos implicam com você?
- Você sabe que papai vive me cobrando coisas. Só porque não quis ir ao tal bordel, não quer dizer que não sou homem.
- É claro que não! Papai é um tolo. Pensa que sair por aí deitando com qualquer vagabunda é sinal de masculinidade. Mas você não precisa ir, se não quiser. Não tem que provar nada a ninguém. Nem a ele. No dia em que conhecer uma garota legal, vai ver como as coisas mudam.
Jungkook silenciou-se. Achava muito dificil conhecer uma garota legal. Quer dizer, conhecer, conhecia muitas garotas legais, mas nenhuma que o fizesse mudar. Mudar em quê? Ele era homem, disso não tinha dúvida... Mas, então, por que ele não se interessava pelas meninas? Hyuna dizia-lhe que ele era muito novo e ainda não conhecera a garota certa. Mas como seria a garota certa? Loura? Morena? Alta? Baixa? Gorda? Magra? Ele não sabia. Só o que sabia era que algo dentro dele lhe dizia que jamais encontraria a garota certa, o que lhe causava imenso desgosto, um quase desespero. O que o pai faria se ele não namorasse ninguém?
Enquanto Jungkook se trocava, ouviu o bater das panelas na cozinha, e a voz da mãe se elevou, falando algo com Hyuna. Mesmo sem entender, Jungkook sabia que falavam dele. Hyuna, na certa, contara a mãe o que acontecera. A mãe era uma mulher muito bondosa, mas tinha medo do marido e não ousava contraria-lo. Por mais que tentasse proteger o filho, não se atrevia a contestar as ordens do marido, e Jungkook, muitas vezes, apanhava sem que a mãe sequer levantasse os olhos.
Apenas Hyuna interferia. Ela era danada! Meiga e decidida. Educada e atrevida. Carinhosa e corajosa. Jungkook queria ser como ela quando crescesse. Ah! Se tivesse nascido menina, nada daquilo estaria acontecendo. Ele poderia ser ele mesmo, sem ter de corresponder ás expectativas do pai. Jungkook era medroso e arredio, tímido e calado, mas sabia ser generoso e sentia que seu coração era um oceano de sentimentos. Era sensível, gostava de plantas e de animais. Adorava crianças e respeitava ps idosos. Era um menino amável e extremamente educado, o que o pai interpretava como sinônimo de fragilidade. "Um homem deve ser forte e destemido", era o que dizia. "Deve ser viril, másculo e proteger as mulheres, jamais se miaturar com elas ou com suas bobagens."
Mas Jungkook adorava as "bobagens femininas". Gostava de poesia, de apreciar a natureza, de escutar o canto dos pássaros. Amava ver a irmã vestir-se para sair, passar batom, empoar o rosto, levantar o cabelo em um coque ou rabo-de-cavalo. Chorava com as fitas de cinema, emocionava-se até com novelas. Lia romances e mais romances, derretendo-se com os beijos e as carícias que os personagens trocavam.
Em nada disso Jungkook conseguia vislumbrar problema ou defeito. Mas seu pai se aborrecia e gritava com ele todas as vezes que o flagrava admirando os vestidos da irmã ou lendo um romance água-com-açúcar. Pior ainda quando Jungkook apanhava na rua ou chegava em casa choroso, magoado com as piadinhas que os colegas faziam. Ele não entendia. Não fazia nada para provocar tantos gracejos. Nem desmunhecava. Mas o fato era que todos dubvidavam de sua masculinidade, e o pai ficava furioso quando ele voltava para casa fugido, após ter sido humilhado pelos outros garotos.
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Notas da autora: Oi pessoal, eu tenho alguns avisos para dar sobre o livro.
1- como eu disse, essa obra não é de minha autoria, é uma adaptação de um livro que eu ganhei, que achei incrivel.
2- os capitulos realmente serão bem mais longos, e a escrita é formal, espero que não se importem.
3- Eu pretendo atualizar de sete em sete dias. Motivos: eu estudo e estou no ultimo ano, preciso me esforçar muito.
4- se encontrarem algum erro ortográfico, peço que me ajudem e me auxiliem para conserta-los.
5- Contem cenas fortes de estupro, sexo e violência. Então se você é sensivel com algum desses assuntos, recomendo que, para o bem da sua saúde mental, pare de ler por aqui.
6- aceito criticas positivas. As negativas seram ignoradas porque eu pouco me importo.
7- Os personagens no livro real, se chamam "Romero" e "Mozart". Então se por um acaso você ver um desse nomes, foi porque eu acidentalmente troquei. Romero é jungkook e morzart Jimin.
E é isso, espero que tenham gostado, e até a próxima atualização.
Não qmesqueçam de votar, eu ficaria muito feliz e me motivaria a continuar T - T
Jame vu!
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O Preço de Ser Diferente - Jikook
RomanceEste livro é dedicado a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, foram alvo de algum tipo de preconceito. Porque o amor não conhece fronteiras nem esbarra na convenção dos limites. ❌Esta óbra não é de minha autoria, é apenas uma adaptação❌