capítulo 1

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Kellen Brown olhou para os arranjos de flores no
refrigerador da seção do supermercado. Ele estava aqui de pé por
cinco minutos, tentando descobrir qual ramalhete Brooke gostaria
mais. Um sorriso tomou seu rosto. Ela estava voltando para casa, e
tudo ia ficar bem novamente. A equipe Ashe estava quebrada sem
ela, mas agora ela estaria de volta, e todos eles iriam cuidar bem
dela para que ela nunca tivesse que sair novamente.
Seu tio costumava levar rosas para sua mãe. Minha mãe
sempre disse que elas eram suas favoritas. Com uma carranca para
afastar as memórias, ele pegou um buquê de rosas cor de rosa, em
seguida, rolou o carrinho de rodas instáveis em direção a uma caixa
de aparência aborrecida.
"Parece que você está tendo uma festa," a mulher na frente
dele disse tão suavemente. Mesmo com sua audição sensível, ele
quase a perdeu. Ela era uma mulher aparentemente tímida que
tinha conseguido esconder-se completamente em uma grande
camisa de flanela vermelha e preta com desajeitadas botas e
leggings pretas.
Seu cabelo escuro era liso e longo, cobrindo a maior parte do
seu rosto.
Um flash de um verde impressionante congelou-o no lugar
quando ela olhou para ele, depois desviou o olhar.
"Sim", ele murmurou. "Brooke está voltando para casa. Tal
ocasião merece uma celebração."

A mulher passou seu cartão de crédito para uma pequena
quantidade de mantimentos que estava comprando e deu-lhe um
olhar confuso. "Bem, esta Brooke parece ser uma mulher de sorte."
"Ela é. Todos nós somos."
A mulher não podia segurar seu olhar, nem sequer por um
momento. Ele inalou, farejando-a para ver se suas suspeitas eram
verdadeiras.
Aroma frutado, o cheiro suave que as meninas possuem, e
um fundo animal o atingiu. "Eu sei o que você é."
"O quê?", A mulher sussurrou. Ela deu a ele um outro flash
daqueles olhos impressionantes que ela estava tentando manter
escondidos, mas desta vez, eles pareciam assustados.
"Eu não sei qual animal exato você é, mas eu sei o que você
é", ele esclareceu.
"Obrigada", ela disse ao caixa parecendo confusa que lhe
entregou um recibo. Com uma carranca para Kellen, ela
praticamente correu para fora da loja, os sacos de plástico com os
alimentos batendo nas pernas.
Kellen suspirou ao vê-la sair. Ele nunca tinha sido bom com
as mulheres, nem com ninguém, na verdade. Ele deixava as
pessoas desconfortáveis por algum motivo. Tagan, seu alfa, dizia
que as pessoas simplesmente não o entendiam ou a forma como ele
foi criado, mas às vezes parecia mais do que isso. As vezes parecia
que ele nunca seria capaz de manter uma conversa com ninguém
fora da equipe Ashe.
Essa revelação o fazia solitário.
Havia uma velha máquina de Coca-Cola fora da loja, uma
que vendia garrafas de refrigerante de vidro. Ele sempre pegava
um, quando vinha para a cidade, mas quando viu a mulher
esperando em um banco na frente, ele comprou dois.

Kellen colocou o carrinho contra o encosto de modo que não
deslizaria, em seguida, sentou-se ao lado dela.
"Me desculpe, eu te irritei. Me perdoe?" Ele entregou-lhe a
garrafa fria e estalou a tampa da sua própria.
Ela pegou a garrafa lentamente, inclinando-se para longe
dele como se ele estivesse lhe entregando as peças de
funcionamento de uma bomba. "Não há nada a perdoar. Eu não
conheço você."
Maldição, ela era boa em esconder o rosto. Ele queria ver
seus olhos de novo, mas ela puxou todo aquele cabelo escuro na
frente dela e não inclinou a cabeça em sua direção.
"Você não devia sentar-se comigo. Meu namorado vai estar
aqui a qualquer minuto para me pegar, e ele vai ficar muito
zangado se vir você falando comigo."
"Por quê?", Kellen Perguntou.
"Porque o que?"
"Por que ele estaria com raiva de você por falar com outra
pessoa?"
"Porque essa é a maneira como os homens são. Eles são
ciumentos e possessivos."
"Não. Essa não é a maneira que tem que ser. É apenas a
maneira como alguns homens escolhem ser. Aqui, deixe-me." Kellen
abriu a garrafa, em seguida, entregou-lhe.
"Você disse que você sabe o que eu sou", ela sussurrou.
"Como você sabe?"
Ele sorriu para uma mãe carregando seu trio de crianças
jovens em toda a rua. "Porque nós não somos tão diferentes." Sem
pensar, ele estendeu a mão e correu a junta do dedo por baixo do
queixo para a base de sua garganta.

A mulher congelou mas permitiu isso. "Você não deveria
fazer isso. O meu namorado..." Ela não conseguia encontrar mais
palavras.
"Sou Kellen Cade Brown", ele disse. Quando ela não
respondeu, ele perguntou: "Qual é o seu nome?"
Sua atenção se lançou em outra direção e em todos os
lugares, menos para ele. "Eu não deveria – Skyler. Meu nome é
Skyler."
"Nome bonito para uma mulher bonita", ele disse o assunto
com naturalidade. Com um aceno de cabeça, ele bateu sua garrafa
de refrigerante contra a dela.
"Sua namorada não gostaria que você estivesse dizendo
essas coisas a outra mulher", Skyler disse.
"Minha namorada?"
"Brooke. Para quem você comprou as flores".
"Oh, ela não se importaria. Ela é legal."
"Você é estranho", Skyler murmurou.
Essas duas palavras o evisceraram. Claro, elas eram
verdadeiras, mas ele não queria ouvir isso dela.
Ele queria que Skyler o visse de uma forma diferente do que
todos os outros faziam. Ele se curvou para dentro contra a dor.
"Sim." Ele engasgou com a palavra Essa doeu. Ele sorriu pra
ela, mas ela não o via. Ela ainda estava fazendo um excelente
trabalho de evitar os olhos.
"Foi bom conhecer você, Skyler."
Outro clarão de verde quando ela inclinou a cabeça, num
gesto afiado que lhe diria o que ela era, mesmo que seu nariz não
estivesse funcionando hoje. Ela baixou o olhar para a ponta de suas
botas de trabalho, e ele se perguntou se todos de sua espécie eram
tão submissos.

"Eu não deveria ter dito isso", ela murmurou. "Foi
mesquinho. Eu sou estranha, também. "
"Não", ele disse enquanto puxava uma rosa do buquê que
descansava no carrinho e colocava-a no banco ao lado dela. "Você
é perfeita." Kellen agarrou a alça do carrinho e evitou o desejo de
olhar para ela novamente pela oportunidade de ver aqueles olhos
deslumbrantes mais uma vez. Empurrando o carrinho em direção
à faixa de pedestres, ele rangeu os dentes contra a dor em seu peito.
"Kellen?", Skyler perguntou.
Quando ele se virou, ela estava junto ao banco com o rosto
inclinado para o chão segurando a flor e a garrafa cheia de Coca-
Cola na frente de suas coxas. "Eu não acho que meu namorado está
vindo pra mim. Você pode me dar uma carona até minha casa?"
Kellen olhou ao redor do parque de estacionamento,
surpreso que seu namorado idiota iria deixá-la aqui sem uma
carona. "Certo. Meu caminhão está ali." Ele arrastou o carrinho de
volta para ela, pegou suas sacolas de supermercado ao lado do
banco, carregando-as com as suas, e seguiu em direção ao seu
caminhão.
"Vamos."
Ela seguiu alguns passos atrás, e os primeiros tentáculos de
suspeita enrolaram ao redor de seu coração.
Ele não podia dizer se ela era naturalmente submissa ou se
ela estava com medo, mas a ideia do último acendeu algo feio em
seu intestino. Ele não gostava quando as mulheres estavam com
medo.
"Você tem medo de mim?", ele perguntou quando se sentou
ao volante e ela estava sentada no banco de seu caminhão, o mais
distante possível.
"Não, mas eu deveria estar."

"Não, você não deveria. Eu nunca te machucaria. Do que
você tem medo?"
"Ser vista com você." Sua resposta foi simples e honesta, mas
não fez nada para abafar a chama em seu estômago.
"Onde você mora?"
"Vire a direita na Avenida West Bridge e siga todo o caminho
através da cidade. Roger é dono de uma cabana fora dos limites da
cidade. Roger é meu namorado", ela explicou.
O jeito que ela ficava dizendo namorado o incomodava. Não
porque ele estava com ciúmes, mas porque faltava emoção. Ela
poderia ter dito conhecido com tanto sentimento como ela colocou
no título.
"Roger é seu companheiro?", Ele perguntou, a testando.
Ela empurrou o olhar para ele, então o afastou. "Você não
deve falar assim", ela avisou em voz baixa.
"Ele é?"
"Sim." Sua voz falhou, como se ela não a tivesse usado em
um tempo, e a chama em seu intestino tornou-se mais brilhante.
"Você não é submissa, naturalmente, não é?"
Skyler girou a alavanca do volume do rádio até que uma
música country tocava em um nível desconfortável.
Bem. Ela não queria falar, e sua vida não era seu negócio, de
qualquer maneira. Isso é o que Tagan lhe diria, e Tagan sabia sobre
as pessoas. Ele era bom em falar com elas e fazê-las sentirem-se
confortáveis. Ele era bom em negociar com os compradores de
toras quando a equipe Ashe tinha conseguido madeira limpa o
suficiente para vender para a serraria em Saratoga. Se Tagan
estivesse sentado no caminhão com ele agora, ele diria a Kellen
para se livrar da mulher e apressar-se de volta para o Asheland
Mobile Park, onde era sua casa.

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⏰ Última atualização: Aug 11, 2019 ⏰

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