"Vitória! Importaste-te de chegar aqui?" Leonor chama numa voz austera. Em segundos, ouvem-se pequenos passos apressados pelo corredor.
"Sim, mamã?"
"Quem é que desenhou na parede?"
"O pai." A pequenina responde, recebendo, em troca, um olhar severo de quem não aceitava a resposta.
"Pronto, fui eu mas não me castigues!" Vitória pede ainda com alguma dificuldade em pronunciar as palavras."O que é que o pai fez?" Bernardo inquire a menção a si próprio, ao entrar na sala com Martim entre os braços.
O bébé de quase um ano mordia o dedo com a gengiva, pois apenas dois dentinhos tinham rebentado. Esse hábito dava aso à brincadeira do pai, que lhe puxava o indicador para fora da boca, perguntando-lhe várias vezes, numa voz fina e em tom de brincadeira se tinha tanta fome que estava a comer o próprio dedo.
"A Vitória já admitiu a verdade, não foi?" A pequena assente. "Então agora vamos limpar a asneira, está bem?" Leonor dirige-se à menina de caracóis avelã.
"Eu vou buscar o pano!" Vitória anuncia, correndo pela casa.
"É tal e qual como tu..." Leonor comenta com Bernardo.
"O quê? Eu?" O jogador questiona, indignado por ser associado à asneira.
"Sim! É matreira e bem esperta!"
"Deixa-me só pousar aqui o nosso campeão no berço e já te digo o que é ser matreiro."
"Bernardo, não comeces! Olha que ficas com o jantar hoje..." Leonor ameaça, afastando-se lentamente do internacional português por adivinhar o que iria acontecer.
Depois de deixar Martim, que regressa alegremente aos seus brinquedos, seguro, o Co-capitão dos Citizens volta-se para a mulher da sua vida.
Ainda hoje, quando olhava em volta, sentia-se o homem mais sortudo do mundo.
Ignorando os avisos da morena, num movimento veloz e ágil, agarra em Leonor, que solta um pequeno grito, e coloca-a às costas. Apesar de oferecer alguma resistência, a lisboeta sabia que, em medidas de força, ir-se-ia apenas cansar em vão.
Vitória, divertida com a situação que encontra quando volta à sala, incentiva o pai.
"Boa, pai! Apanhaste a mãe!" Festeja com um punho no ar.
"E agora nunca mais a largo." Bernardo promete, piscando o olho enquanto esfrega carinhosamente as pernas da mulher pendurada no seu ombro.
"Sorte a minha." Leonor retorqui ironicamente, revirando os olhos.
"Depressa, pai! Traz a prisioneira!" Vitória pede, apressando-se a construir um forte de almofadas no sofá.
Bernardo obedece ao pedido da filha e deita Leonor na cela improvisada, prendendo o corpo entre os seus braços.
"Por ordens da rainha, está presa!" A pequena anuncia com seriedade.
"E há algo que possa fazer para voltar a ser livre, vossa majestade?" Leonor questiona.
"Hum, não sei..." Vitória finge estar a pensar, tocando com o dedo na cabeça repetidamente ao estilo de Winnie the Pooh (um favorito lá de casa).
"Eu acho que só com o beijo mágico é que o papá te deixa sair, mamã." Acaba por responder, roubando um sorriso aos pais.
"Achas que resulta?"
"Não custa tentar." Vitória encolhe os ombros, dando meia volta e encaminhando-se à sua zona de brinquedos. "Vou ver dos outros prisioneiros."
"Um beijo mágico, han?" Leonor sussurra ao moreno sentado a seu lado.
"Não me perguntes... Ouviste a rainha." Bernardo encolhe os ombros como se não fosse nada com ele.
"E as ordens são para cumprir." A jovem corrobora, como se não houvesse outra opção.
Com isto, Leonor ergue o seu corpo e Bernardo baixa o seu de modo aos seus rostos se encontrarem num beijo carinhoso que prolongam durante algum tempo.
"Amo-te." Leonor diz-lhe. Os seus rostos continuavam tão próximos que as pontas do nariz se tocavam.
"E eu amo-te a ti. Estou tão feliz." Bernardo sussurra.
💙
Quem leu, talvez já nem se lembre bem da história, mas não quis deixar de publicar o primeiro one shot destes dois. Tenho mais um planeado, portanto espero regressar daqui a não muito tempo. Espero que tenham gostado! Um beijinho.
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Only You | Bernardo Silva
Fanfictie«Dancing with your silhouette In the places that we met Ooh, tryna find you in the moon» » Capa editada pela talentosa @CarlotaNunes [concluída]