Nome de nascença era Isaias
Mas sempre se considerou donzela
Rejeitada em sua moradia
Sempre a mercê de sua cidadela
Pobre princesa presa em grades masculinizadas
Mesmo em zombaria do destino teve forças pra voar
Infelizmente de Ícaro e Sol é feito o mundo
Suas asas se desfizeram de par em par
Pena por pena, lagrima por lágrima
Maculando um coração sofrido, porém ameno
A queda foi brusca e o choque demasiado
Mas não quebrou seus sonhos dourados
Pois seus pés ainda aguentavam a caminhada
Porém quando menos se espera foi apunhalada
Por criaturas disfarçadas de ovelhas bem aventuradas
Por trás de bondade e simpatia, monstros se retorciam
Com presas ferozes, insanos e sedentos
Pelo sangue de pequenos e pequenas
Que fossem diferentes de seu circulo animalesco
Emboscada e sem saída, viu-se perdida sem mãos amigas
Miocárdio fraco, cansado e sofrido
Foi devorada sem piedade ou intercessão ou abrigo
Seres ferozes rasgaram seu corpo pequeno com violência
E pela terra virou semente, pois Gaia tem clemência
Vocês nunca ganharam o reino dos céus
Assassinando tamanha alma benevolente
Que os céus lhes dobrem raios, dores e serpentes
Enquanto Isa a bela voa com suas majestosas asas celestiais
Rumo ao paraíso que sempre lhe foi negado em terra fria
Por seres de alma e existência emboloradas e vazias
A bela musa agora pinta o céu de dourado
Com seu sorriso imenso, doce e iluminado.
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Corações Enegrecidos
PoetryFerro rubro que bate forte Violência insana que se alimenta de morte Isso é o humano que em cada homem habita. "O homem é o lobo do homem."