Última chance (Concluído)

Capítulo 17 (bônus)

[David]

Amanhã o namoradinho da Lucy vai vir aqui almoçar e isso me deixa puto. Ela ainda é um bebê.

- Amor, eu sei o que você está pensando. Mas lembra que me prometeu se comportar amanhã e tratar bem o rapaz.

- Ela ainda é pequena, não sabe nem o que é essas coisas, Clara.- Falei mais irritado.

- Continua pensando desse jeito.- Ela falou baixo.

- O quê?

- Nada não.- Ela desconversou.- Se você se comportar amanhã, pode fazer o que quiser comigo a noite.- Ela veio fazendo massagem nas minhas costas, mas parou assim que ouvimos barulho de carro estacionando na garagem.- Quem será?

Colocamos um roupão e descemos para ver quem era, a porta se abriu e uma Becca sonolenta entrou. Assim que ela nos viu, veio correndo e se jogou no meu colo, como sempre faz.

- Aconteceu alguma coisa, filha?- Ela negou, mas eu senti que tinha algo ai.- Tem certeza?

- Tenho. Lucy pediu para eu vir para casa.- Ela deu de ombro e desceu do meu colo, indo abraçar a mãe, Clara falou algo no ouvido dela, que concordou. Depois ela foi em direção aos quartos.

- Ela não está bem, amor. Você viu? Os olhos dela estavam sem brilhos.- Falei abraçando minha mulher.- Não gosto de ver ela desse jeito.

- Ela vai ficar bem.- Me deu um beijo.

Fomos na cozinha e Clara fez um sanduíche para a gente. Ficamos conversando sobre o restaurante e depois subimos, antes de ir para nosso quarto, paramos no quarto da Lucy e encontramos nossos filhos deitados nos colchões que estavam no chão, assistindo filme como sempre fazem. Demos boa noite, fomos para nosso quarto, tomamos um banho quente e dormimos.

.......

[Becca]

Acordei com alguém fazendo carinho na minha cabeça e antes de abrir os olhos sabia que era o Lucca - Como? Simplesmente sei - Então antes de abrir os olhos e saber o que ele estava fazendo aqui, continuei de olhos fechados, aproveitando.

- Eu sei que você está acordada.- Aff, odeio o fato dele me conhecer bastante.- Vamos, Becca.- Abri os olhos e ele estava sentado do meu lado, olhando para mim.

- O que faz aqui?

- Cheguei em casa e vi seu bilhete, então dormi e peguei um táxi de manhã. Eu tinha que falar com você, já que seu celular estava desligado.- Então ele não dormiu com a Letícia?!

- Hum. Como foi a festa?

- Não foi, eu decidi entrar e falar com a Letícia que não dava para eu ficar, mas nem precisei, já que quando a encontrei, ela estava no colo do Gabriel aos beijos. Daí peguei e fui para casa.- Eu ia falar, mas ele não deixou.- Eu estava com raiva de você e aceitei a me encontrar com a Letícia, então acabei ficando com raiva de mim por isso. Era para eu ter chamado você para conversar e falar o que estava me deixando magoado.- Eu o interrompi.

- Eu lembrei.- Ele me olhou como se eu tivesse três cabeças.

- Você lembrou?

- Lembrei ontem, minutos antes de você entrar no meu quarto.

- Por que não me disse?

- Porque eu fiquei puta que você aceitou sair com alguém que eu não gosto. E se você tivesse gostado do que aconteceu, não teria aceitado sair com outra.

- Eu fui um idiota.

- Você foi, mas eu também fui e te devo desculpas por isso.

- Não precisa pedir desculpas, a culpa foi mais minha. Eu sempre te amei, mas quando você chegou me dizendo que tinha beijado um garoto pela primeira vez, eu quase morri de ciúmes e percebi que não te amava só como primo e amigo, era mais que isso e todos esses anos me senti muito sujo por sentir isso por você. Mas não consigo parar de te amar, entende?!

- Eu senti ciúmes ontem. Eu não sei o momento, mas comecei a sentir atração por você e aproveitei que estava bêbada, para fazer o que queria fazer sóbria e não tinha coragem. Você sabe que também te amo.

- Então vamos nos dar uma chance?

- E se não dar certo?

- A gente não vai saber se não tentar.

- Então eu aceito.- Ele tentou me beijar, mas eu nem tinha escovado os dentes ainda.

- Por quê?

- Eu acabei de acordar. Não vou te beijar com bafo.- Levantei e fomos para meu quarto.

Tomei banho, quando sai do banheiro, ele estava deitado na minha cama e tinha uma bandeja com café da manhã para mim, frutas, suco de laranja e bolo de cenoura da mamãe. Depois de comer, ficamos nos beijando, até alguém bater na porta.

- Pode entrar.- Me ajeitei do lado de Lucca e fingimos que estávamos vendo alguma coisa no seu celular.

- Filha, não vai vir almoçar?- Ela nos olhou desconfiada e sei que hoje não saio daqui sem contar para ela.- Vocês estão trancados aqui a mais de horas, o namorado da sua irmã já está aí e já conversou com seu pai.

- Como foi?

- Foi do jeito David de ser, com muito drama e ameaças. Mas ele aceitou.

- Tem dedo da senhora nisso que eu sei.- Ela sorriu e eu sabia que tinha dedo dela.- Estávamos assistindo aqui e nem percebemos o tempo passar. Já estamos descendo.

- Sim, não demora.- Ela olhou de Lucca para mim e saiu.

- Você acha que ela percebeu?

- É dona Clara né, Lucca. Ela sempre sabe de tudo. Vamos descer.- Dei um selinho nele e levantei puxando ele para fora do quarto.

.....

Já estávamos na sobremesa, que era um bolo trufado, muito gostoso por sinal.
Estava todo mundo na mesa do Jardim como sempre fazemos é o silêncio estava me incomodando.

- E ai, cunhadinho. Bem vindo a família.- Falei com o Diego e ele sorriu.

- Obrigado.- Faleu um pouco tímido.

- Não tem como isso piorar.- Papai falou emburrado.

- Estou namorando.- Todo mundo olhou para mim e papai se engasgou com o bolo.

- Quer dizer, não tem como piorar mais.- Papai me olhou quase chorando.

- Comigo.- Lucca pegou minha mão e me deu um beijo na bochecha. Todo mundo, menos Diego soltou o talher e nos encarou.

- PORRAA. ACHO QUE ESTOU ENFARTANDO, CLARA. CHAMA A AMBULÂNCIA.- Papai gritava com a mão no peito.

- Calma, David.

- Como te calma? Minhas duas filhas namorando. Elas são só duas crianças ainda.

- Amor, elas já são duas mulheres.- Ele olhou de cara feia para a mamãe e ela soltou ele na hora, cruzando os braços a cima do peito.- Parabéns filha, sempre soubemos que vocês iam acabar juntos.

- Como assim, Clara?- Ela deu de ombro e me levantei, sentando no seu colo.

- Paizinho, fica calmo. Você sempre será o homem da minha vida.

- Pensei que era eu.- Tio Dylan cruzou os braços.

- Vocês dois em primeiro lugar.

Depois do almoço, ficamos todos contando histórias e teve uma hora que o namorado da Lucy ficou vermelho e começou a passar mal.