Liza Ribeiro
*3 Anos Antes...Foi um erro que cometi sei disso, mas não dá pra voltar atrás. Penso comigo mesma se conto para o Léo ou fico na minha...
Procurei a Ana o mais rápido possível, estava correndo desesperada pelos corredores do ensino médio, corro até o pátio na esperança de encontrá-la mas me deparo apenas com Léo e sua namorada, aquilo apertou meu peito de uma forma que não senti minhas pernas.
Eu sei que errei, me sinto tão culpada. Homens, tudo culpa deles, porque os homens são tão cachorros assim. Mas bem que a vadia mereceu também.
- Ta tudo bem amiga? - pergunta Ana ao me ver suando frio.
Anastácia é minha amiga desde o prézinho, crescemos juntas e ela é tudo o que tenho. Depois que meus pais morreram em um acidente de carro a 8 anos quem me criou foi a mãe dela, que por coincidência é minha madrinha.
- A gente tem que conversar. - falei e puxei ela pro banheiro feminino.
- Menina fala logo, tá me assustando.
- Tá. Lembra quando eu disse que tinha saído com o Léo?
- Lembro.
- E você lembra quando eu disse que transamos no carro dele?
- Lembro! Quer chegar logo ao... - parou de falar quando me viu estender o teste de gravidez em sua direção.
- dois tracinhos é positivo não é?
- Liza do céu! O que tu fez menina! - ficou tão perplexa quanto eu. - A mais aquele filho de rapariga vai assumir o que fez.
- Ana espera! - corri atrás dela que tinha saindo igual um furacão. - se contar pro Léo eu, esqueço nossa amizade pra sempre!
- contar o que pra mim? - perguntou Léo aparecendo atrás de Ana que escondeu o teste rapidamente dentro da manga do casaco.
- fui amiga boa sorte! - me deu um abraço disfarçado pra esconder o teste no meu bolso.
- você me paga. - sussurrei no ouvido dela.
- então... - cobrou uma explicação depois que Ana saiu.
- então o que? Tenho nada pra te falar não! - soltei brava, cruzando os braços.
- Não é o que tá parecendo. - se aproximou de mim até ficarmos a um palmo de distância apenas. - porque não me conta logo?
Seu alito de menta fez minhas pernas amolecerem, me afastei antes que alguém nos visse.
- Me dá uma carona e no caminho eu te conto. - falei e saí andando.
- Tá querendo replay? - ouvi ele perguntar mais nem dei confiança.
*Mais tarde*
Ouço o sinal tocar, finalmente terminei o ensino médio, era o último dia de aula e como sempre fui uma boa aluna passei direto em tudo.
- Minha mãe tá vindo nos buscar, vamos? - disse Ana.
- Pode ir amiga, vou pegar carona com o Léo, ainda não contei pra ele.
- ok então. Boa sorte! - me deu um beijo no rosto e saiu.
Fiquei parada na porta da sala por mais alguns minutos me perguntando, como eu contaria pra ele. Por algum motivo eu não estava tão assustada quanto devia, talvez porque ano que vem já faço dezoito e já vou poder adquirir a herança deixada pelos meus pais. A tia Rosa sempre me disse que era um bom dinheiro, mas que não era pra mim sair gastando atoa, pelo menos estrutura para meu filho eu terei...
- Iae vamos? - Léo me assusta me tirando dos meus pensamentos.
- Hã?
- Você tá pálida, tá tudo bem? - perguntou segurando na minha mão.
- tá sim! - respondi - Vamos antes que sua namorada apareça.
Saí disparada na frente dele e ele veio me seguindo, no estacionamento do colégio vejo seu Range Rover preto estacionado e a sua namorada encostada no carro.
- O que essa pirua está fazendo aqui amor? - perguntou com aquela voz de hiena engasgada.
- Agora não Rebecca eu tô ocupado! - tratou-a com ignorância.
- Ain amorzinho não fala assim.
- Rala Cara, tô ocupado. - abriu a porta e me empurrou pra dentro do carro, entrou do outro lado e deu partida.
- você me machucou. - falei enquanto ele dirigia.
- Me desculpa, eu não aguento mais essa garota. - falou - Mas o que você queria comigo mesmo.
Respirei fundo e contei até 10...
- É tão sério assim? - perguntou.
- Léo, eu não sei nem de que forma te contar isso... Mas se lembra de quando saímos?
- Idai? Vai dizer que....
- Eu tô grávida! - o interrompi.
Léo pisou fundo no freio fazendo com que meu corpo voasse para frente, senti minha cabeça se chocar contra o para brisa e apaguei.