Estou de volta para minha cidade e para minha escola, vou tentar levar uma vida normal finalmente, pois agora eu posso marcar encontro com minha menina, estar ao lado dela sem a consciência pesada e tentar finalmente ser feliz. Mando uma mensagem para ela dizendo que estou em casa e que irei para a escola amanhã e ela não visualiza me deixando arrasado. Como posso gostar tanto de uma menina que não está nem aí para mim?
Fico um bom tempo com o telefone em mãos e decido que devo combinar com papai como será o noivado, pois agora não quero mais um jantar simples para a família, o festival está chegando aí e sei que vamos ter oportunidade de louvar juntos, então quero fazer do meu jeito.
Passo uma boa parte da noite conversado com papai e mamãe e inclusive dizendo que sinto um pouco de rejeição da parte dela para mim e eles me contam como foi a estadia dela e da amiga aqui em casa.
- Filho eu acredito que o tempo irá fazer o amor aflorar no coração dela, dê tempo ao tempo e tenha paciência também. - minha mãe diz muito sábia e eu não resisto e beijo sua cabeça.
- Isso mesmo que irei fazer mãe.
Me despeço dos dois e subo para meu quarto, preciso descansar da viagem e quero estar revigorado para voltar a escola e ver minha amada. Olho mais uma vez para o celular e nesse momento chega uma mensagem dela que dizia estar feliz com meu retorno, sorri abobalhado olhando a mensagem mil vezes antes de adormecer.
Assim que acordo mando um versículo para ela e um bom dia, sou logo retribuído do mesmo jeito, então tomo coragem e digo: "Que tal almoçar comigo hoje? Temos o que conversar não acha?". Recebo dela uma confirmação positiva e nem a frieza que partiu dela me fez não comemorar, saí pulando pelo quarto feliz em saber que hoje será nosso primeiro encontro.
As aulas da manhã passaram numa morosidade imensa, senti uma vontade imensa de adiantar o relógio e sair correndo da sala em direção ao nosso encontro. Fecho meu livro e começo a redigir uma música na última página de meu caderno. Escrevo com amor, falando através da música a nossa história. Ouço o sinal tocar e saio correndo em direção ao lugar marcado.
Já de longe a vejo sentada a minha espera meu coração bate acelerado e lembro que ela não está tão animada assim com nossa união então paro, respiro e tento fingir normalidade, onde minha vontade é agarrar ela pela cintura e lhe beijar.
- Demorei? - falo me aproximando e ganho o sorriso mais lindo do mundo em troca.
- Cheguei agora também. - ela diz um pouco tímida. Eu lembro que ela é tímida, nos ensaios ela sempre corava na hora das suas falas, mas na hora que está louvando parece que ganha asas.
- Vem o restaurante é aqui perto. - digo a mostrando o caminho.
Seguimos calados por todo o caminho, escolhi um restaurante italiano que tem na rua do nosso colégio que é posicionando bem no centro da cidade, facilitando termos tudo por perto da escola. Puxo a cadeira para ela sentar e sento de frente para ela, um garçom chega com nossos pedidos e peço que ela escolha por nós dois, ela faz o pedido de um jeito inseguro e eu fico admirando o jeito doce com que se dirige para o garçom.
- Você é muito gentil. - comento a fazendo me olhar um pouco espantada e corar ao mesmo tempo.
- O-obrigada. - diz um pouco gaguejando.
- Onde está suas amigas? - pergunto para tentar puxar assunto.
- Elas foram para minha casa, temos um trabalho para fazer. - responde olhando as mãos que estão apoiadas na mesa.
- Seu primo? - ouço ela perguntar ainda sem me olhar, agora brincando com o garfo.
- Ele está se recuperando ainda, a pior fase já passou e por se achar melhor me expulsou de casa. - digo e ela me olha sorrindo, posso confessar que sou viciado no sorriso dela?
- Então voltou porque foi expulso? - ela diz ainda sorrindo.
- Isso mesmo. Ele ficou muito mal quando descobriu que tinha perdido os movimentos da perna, então eu me vi na obrigação de ficar lá e dar apoio, até porque ele precisa de ajuda para algumas coisas ainda, principalmente para sair de casa.
- Você se sente culpado não é? - ela me perguntou me olhando com ternura e eu senti meu coração apertar.
- Me sinto sim, fui buscá-lo naquele dia para ir junto comigo te conhecer. Somos os únicos meninos da família e somos da mesma idade, então crescemos tão juntos que as vezes me atrapalho com que seja meu pai se tio Tadeu ou papai. - falo e ela sorri fofo.
- Como cristão você sabe que não pode impedir que fatalidades aconteça. - ela diz colocando a mão em cima da minha mas puxando rapidamente.
- Eu sei, mas mesmo assim me culpo, poderia ter mandado o motorista ir buscar ele, mas como era costume ele vir comigo de moto não pensei que fosse acontecer algo.
- Não temos como prever isso. Só aceitar e tentar viver. - ela diz e eu abaixo a cabeça, estou me sentindo um babaca ultimamente com meu primo e minha garota me dando lição de moral.
- Acho que o acidente me desorientou um pouco de muita coisa. - falo tentando me consertar.
- É normal quando passamos por traumas ficarmos assim e principalmente você que quase perdeu alguém importante. Mas agora tudo está se normalizando.
- Nem tudo. Ele ainda está na cadeira de rodas e talvez não volte a andar tão cedo.
- Deixemos Deus trabalhar. - ela diz.
- Posso fazer uma pergunta?
- Claro que pode. - ela diz e cora.
- Se fosse ele o seu pretendente iria casar com ele mesmo em uma cadeira de rodas?
- Com toda certeza. - ela diz séria. - Isso é fora de cogitação, quando aceitei cumprir a vontade de Deus em minha vida não procurei pesquisar se era bonito ou feio, se tinha pernas ou rodas, só fui lá e disse sim.
- Eu sei, desculpa ter feito papel de bobo. - digo me sentindo arrasado por ser tão babaca.
- Não precisa se desculpar, acho que fui áspera também, tenho esse problema as vezes. - ela diz com vergonha.
- O único problema aqui é que nunca ficamos sozinhos conversando, não sabemos nada um do outro e precisamos nos conhecer. - digo falando a verdade.
- Concordo. - ela diz e eu sorrio.
- Vou estar mais tempo aqui, então poderemos ficar mais tempo juntos. - digo puxando sua mão e passando o dedo em cima e vendo como me olha surpresa.
- Só queria lhe pedir que se pudesse deixar as coisas normais de namorados para depois do casamento. Eu prometi a Deus que daria meu primeiro beijo no altar. - ela fala dando uma tragada na comida e eu engulo em seco.
- Não se preocupe, não vou avançar nenhum sinal com você, temos que tentar primeiro nos conhecer. - no meu pensamento eu digo:"tenho que primeiro conquistar você.".
Terminamos o nosso almoço e seguimos para a praça perto da escola, o assunto entre nós se baseou na ida dela para minha casa e na peça que estamos fazendo juntos, era ótimo ficar perto dela e estar com ela. Já quase no final de tarde fui deixá-la em sua casa e ela não quis que eu entrasse assim sem avisar aos pais que eu iria, concordei come la mais me senti triste, talvez ela não queira casar comigo, mas só o amanhã dirá.
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Ao encontro do amor
عاطفيةLivro 13 Laís é uma jovem cristã, Alegre e cheia de vida, que faz um voto de ser obediente a Deus em todos os momentos. É surpreendida por seu pai ao dizer que em pleno século XXI ele a prometeu em casamento. Então começa um enredo de luta espiritua...