Capítulo 5 - Queixa

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Boston, quarta-feira

Casa da Vanessa - Fayette St, 29

20:20

VANESSA P.O.V

"Presta queixa na delegacia". As palavras do cretino do Ben não saíam da minha cabeça. Aquele desgraçado não me ajudou em nada e ainda por cima debochou de mim.

—Chegamos –o motorista de uber falou.

Olhei pela janela do carro e vi que já estava na porta de casa. Fui o caminho inteiro remoendo, na minha cabeça, a conversa que tive com Ben, que nem percebi que já estava em casa.

—Obrigada –agradeci e desci do carro.

Eu ia caminhar até a porta de entrada do prédio, mas um carro sedã preto parado em frente ao prédio chamou minha atenção. Eu sentia que tinha alguém dentro do carro me observando.

Tive que pensar rápido. Eu não sabia se eu corria e entrava no prédio ou se ia na direção do carro para ver quem era. Se eu entrasse no prédio correndo e realmente tivesse alguém dentro do carro, a pessoa poderia entrar junto comigo no prédio e aí ela teria acesso ao meu apartamento, o que poderia ser pior, já que seria mais fácil roubar tudo. Agora se eu fosse na direção do carro para ver quem era, eu poderia ser pega a força, poderia tomar um tirou ou ser sequestrada. Eu realmente não sabia o que era pior.

Antes de eu ter que decidir que atitude tomar, o vidro da janela do carro sedã preto abaixou, revelando uma Alexandra Daddario nada simpática. O que essa doida queria agora?

—Biscate! Estava com o Ben? –Alexandra falou.

—Quantas vezes eu vou ter que te falar que EU NÃO ESTOU TENDO UM CASO COM O SEU MARIDO?! –falei nervosa com a situação —Se seu marido tem uma amante, não sou eu!!! –falei mais exaltada.

—Vai se foder sua vadia! –Alexandra gritou e saiu cantando pneu.

Era só o que faltava para encerrar a minha noite.

As horas seguintes passaram muito devagar. Tive insônia forte e não consegui dormir. Essa situação com a Alexandra Daddario estava me afetando muito. Eu estava ficando nervosa e com medo. Eu não sabia o que essa mulher era capaz de fazer e isso estava tirando o meu sono.

Assim que o dia amanheceu, dirigi-me à delegacia mais perto de casa. Eu tinha decidido: iria prestar queixa por perseguição contra Alexandra Daddario e iria pedir uma medida restritiva que a proibia de chegar a menos de 100 metros de mim.


Boston, quinta-feira

Delegacia - Harrison Ave, 650

07:02

—Bom dia, como podemos ajudar? –um policial falou logo que entrei na delegacia. Eu estava na recepção.

—Eu vim denunciar uma perseguição –falei firme.

—Quem é a vítima? –o policial perguntou.

—Eu –respondi.

—Vou precisar de um documento seu com foto –o policial falou.

Abri minha bolsa, peguei minha identidade e entreguei para o policial, que a pegou.

—Preciso que preencha esse formulário –o policial falou me entregando uma prancheta com um papel e um caneta.

—Tudo bem –respondi.

Peguei a prancheta e comecei a ler o formulário antes de preenchê-lo. O formulário pedia informações básicas sobre mim como meu nome, data de nascimento, local de nascimento, profissão, estado civil, endereço, endereço do trabalho, nome da minha mãe e telefone de contato.

Ben Daddario, o marido infielOnde histórias criam vida. Descubra agora