|Third|

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   Era terça-feira e eu estava ansioso para ir para escola. Ontem eu havia saído com Jeon Jungkook – estava mais para um esbarrão casual de amigos – e, por incrível que pareça, eu consegui dar uma boa impressão. Eu acho. Ficamos conversando de coisas aleatória e eu juro, tipo juro mesmo, que talvez ele estivesse flertando de cinco em cinco minutos comigo. Porém, eu sou muito inocente para essas coisas e posso ter entendido errado, mas meu inútil coração foi tocado e agora eu não parava de pensar nele. Fora que Jimin quase me matou quando eu cheguei na casa dele muito além do horário combinado e com a desculpa que estava numa cafeteria com Jungkook até a chuva passar. Ele começou a rir desesperadamente e no começo fiquei sem reação, entretanto quando notei que ele ria de mim, me senti levemente ofendido. Poxa, era tão difícil acreditar?

  — Conta outra Yoongi! Até parece que o garoto emo problemático ia te chamar para sair, a única coisa que ele faz é matar aula com aquele outro esquisito e dormir... – disse Jimin, risonho. Eu revirei os olhos magoado, mas ele não tinha tato para isso as vezes, por isso na maior parte das vezes eu relevo.

   — Mas estou falando a verdade, ele até pediu meu número! – retruquei, gesticulando. Um dos meus defeitos, porém funciona quando estou nervoso, porque o Park me conhece e sempre sabe que eu faço isso quando ninguém acredita, mas é a verdade.

  — Está bem, está bem... – fala levantando as mãos, como se estivesse rendido. Pelo seu tom eu já sabia que estava concordando para deixar para lá, mas eu apenas fiz um bico emburrado e virei a cara. – Então quando ele mandar alguma mensagem me avisa...

  — Ok. – respondi, orgulhoso.

   A pior coisa que fiz, pois naquela noite Jungkook não me mandou mensagem e o garoto ficou me infernizando.

   Eu e ele ficamos conversando sobre o novo "namorado" dele, depois assistimos um filme clichê que ele adora e então pedi para minha mãe ir me buscar por já ser tarde. A senhora Park me chamou para passar a noite, mas eu não me senti confiante para dormir ali. Eu podia ter alguma crise a noite, então preferia ficar perto da minha mãe. Sim, eu sou o bebê da mamãe e não me orgulho disso.

   Às vezes acho que armam contra mim, porque não é possível. Quando cheguei em casa, corri colocar meu celular no carregador e esperar pela mensagem. E adivinhem, ela não veio. A senhora Min, sempre observadora, começou a prestar atenção nos meus movimento repetitivos de ir olhar o celular e jantar. Talvez ela tivesse ficado nervosa porque me olhava muito brava.

   — Yoongi! Você acabou de sair da casa do Jimin, senta e come, daqui a pouco vocês conversam. – disse ela, um pouco alterada.

   — Desculpa mãe, mas eu não estou esperando mensagem do Jimin... – falo com um biquinho triste. Passei a mão no meu cabelo e comecei a cutucar a comida. Eu estava um pouco decepcionado.

   — Quem é então? – questiona, com uma visível mistura de sentimentos, entre elas choque, surpresa, curiosidade e até mesmo esperança.

   — Um novo amigo, conheci ele hoje e ele me chamou para ir numa cafeteria... — começou para depois ser interrompido com uma tosse. Olhei para minha mãe e ela parecia ter se engasgado. – Mãe, você está bem? – perguntou, depois ter dado uns tapinhas em sua costa e ela voltar a respirar normal.

   — Meu filho foi a um encontro e eu nem fiquei sabendo? Quando você vai trazer ele aqui? – pergunta afobada, atropelando todas as palavras e eu mordi os lábios, corando até o último fio de cabelo.

   — Não foi um encontro, mãe! A gente só estava se escondendo da chuva... — revelo baixinho, olhando fixamente para meu prato.

   — Ah tá bom! – resmunga ela com um risinho cínico. Revirei os olhos e continuei a revirar a comida. O bom foi que minha mãe nem questionou o fato de ser um garoto.

Head Above Water | YoonKookOnde histórias criam vida. Descubra agora