Margarida
Minha pequena aliança brilhava sob a luz do sol enquanto eu colhia algumas ervas do meu jardim para fazer um chá para meu pobre pai, que sofria de uma doença pouco conhecida.
Eu não o culpo por ter me obrigado a casar com o Joseph, sabia que ele queria um bom futuro para mim e meus futuros filhos, mas talvez nosso Deus não tivesse aprovado, e, como prova de castigo, jogou sobre ele essa terrível doença.
Me viro para entrar em casa quando um homem aparece, vestido de casaco preto, um chapéu em sua cabeça e segurando uma maleta grande e escura de couro.
_ Boa tarde bela moça – tira seu chapéu e coloca-o sobre o peito – venho de Londres a pedido do Mr. Lambertini para tratar do seu sogro, que segundo ele, sofre da doença da tosse.
_ Oh! Não sabia que meu marido havia chamado um doutor para cuidar de meu pai. Se me permite saber, como é seu nome?
_Me chamo Alexander Lafaiete.
_Pois bem, Alexander, entre comigo que vou lhe mostrar seu paciente.
Entramos em casa e coloquei a cesta repleta de ervas em cima da mesa, tirei do fogão o pote de água fervente que havia deixado preparado para receber as ervas que iriam se transformar em chá, e limpei minhas mãos no meu avental pendurado à minha cintura, sobre meu vestido.
_Não me dissestes seu nome, Mrs. Lambertini.
_Me chamo Margarida.
_É um belo nome, igual a senhora.
_Não me chame de senhora, doutor. Pode me chamar apenas de Margarida.
_Me desculpe, Margarida.
Nunca alguém tinha me olhado da forma que ele me olhava, seus olhos azuis como a água, me encaravam de uma forma hipnotizante, parecendo que estavam lendo minha alma, nem mesmo meu marido me olhava com tanta atenção como aquele homem, que por sinal, era o homem mais bonito que eu já conhecera.
_Pode me seguir doutor, meu pai enfermo está deitado neste quarto ao lado.
Enquanto seguíamos para o quarto, eu sentia seus olhares sobre mim o tempo todo, observando meu pescoço nú, e minha silhueta debaixo do vestido pouco transparente. Certamente aquele homem não sabia respeitar uma mulher casada, mas, por incrível que pareça, aquilo não me incomodava, era bom saber que alguém me observava, mesmo sem saber se ele me desejava. Meu marido não costumava fazer o mesmo que ele, o máximo de contato que já tivemos foram poucas noites de amor, mas mesmo assim, eu não tirava meu vestido, e ele pouco se importava, na maioria das vezes chegava em casa bêbado e com cheiro de outras mulheres em seu corpo. Aquilo me entristecia, mas não me deixava enciumada, pois eu não amava aquele homem, o meu próprio marido.
Quando chegamos ao quarto, apresentei o doutor ao meu pai e o avisei, que a partir daquele dia, ele iria receber tratamento de um médico de verdade.
Meu pai não conseguiu dar sua opinião sobre isso, já tinha uns dias que ele delirava por causa das febres e dores, basicamente tudo o que ele conseguia fazer era tossir, uma tosse cheia de sangue.
_Meu pai, este é Alexander Lafaiete, o homem que cuidará de ti com medicamentos farmacêuticos e tratamentos medicinais, não mais o senhor tomará chá de ervas como remédio.
O pobre homem deitado na cama apenas deu uma tosse pesada e suspirou, fechando os olhos com força enquanto se recuperava.
_Do que o doutor precisa? – disse à Alexander.
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Meeting You Again
RomansKian e Madeleine se conhecem de outras vidas. Literalmente. Uma maldição foi capaz de os separar ha 5 vidas atrás, mas mesmo assim, o amor dos dois sempre volta a os unir. Será que o amor dos dois vai ser forte o bastante para vencer a maldição? Com...