créditos do plot para @jinsouloves
amor é assustador.
eu, park jisung, depois de ler tantos livros e tantas poesias cheguei à conclusão que nunca vou amar ninguém, não há ser humano capaz de fazer minha mente mudar. eu sou frágil, me conheço, e sei que se me quebrar por amor, não haverá sentimento que me cure. talvez eu seja apenas um jovem imaturo e estupido por pensar dessa forma, mas tenho medo e não quero me arriscar, eu nunca escolheria amar alguém.
porém amor não é uma escolha. e a vida é tão engraçada, porque naquela segunda, após ler mais um romance trágico, eu me apaixonei e não só por um garoto e sim por dois. zhong chenle e na jaemin.
primeiro eu vi zhong chenle na cafeteria, não era primeira vez que o via mas foi ali a primeira vez que o observei. ele é do segundo ano A, um garoto risonho, divertido, simpático, parecia acessível mesmo quando irritado. ele é absurdamente fofo. e, como uma demonstração do absurdismo, eu me apaixonei por ele em um piscar de olhos. me assustei, a ansiedade me invadiu, quando percebi que estava encarando demais, sorrindo demais, meu coração batendo rápido demais.
demais, demais, demais... tudo era demais para mim! e foi só o começo.
sai atordoado, perdido como um carro sem motorista (e não era o mcqueen), tudo parecia uma confusão! e claro, ia piorar. ao sair da cafeteria, corri para meu abrigo. meu refúgio... a biblioteca. lá, pela primeira vez, vi na jaemin. sentado no canto, rodeado de livros, os fios loiros quase sumindo atrás de um livro enorme de história. o primeiro relance que tive de seu rosto, fez meu coração parar. há tipos de amor diferentes, descobri da pior maneira; assim que o vi, me senti dilacerado, destruído e reconstruído logo a seguir, o mundo tinha se tornado outro após o que vi, eu era outra pessoa. não podia crer que era possível se apaixonar duas vezes, no mesmo dia e, ainda mais, de maneiras tão diferentes.
te digo, amar chenle aquece o coração, é como um chá em um dia frio, é clichê e gostoso. conforto, calor, paixão, alegria, nostalgia! amá-lo era, de fato, um gerador infinito de aconchego. e amar jaemin era quase contrário à tudo isso, era sair do cotidiano e aceitar a loucura, era viajar em devaneios e prazer, é amor que vem tão forte que chega a doer; amor incondicional, incólume, doloroso, gostoso, de roubar-me o ar dos pulmões.
ali, no pátio da biblioteca, o encarando percebi que estava incrivelmente fodido e não me restava mais um pingo de medo de amar. agora eu tinha pavor! não podia amar, quê isso? duas pessoas ainda? um crime contra eu mesmo, mas como eu disse antes: amor não é uma escolha.
segui os próximos dias evitando ao máximo vê-los de novo, pois a sensação boa que eles me causavam estava se tornando viciante, mas eu sabia que a vida ainda iria me forçar a enfrentar meus medos e isso aconteceu quando entrei na cafeteria, após a aula de química, e ela estava lotada. sobrava uma única cadeira em uma mesa do canto onde na jaemin e zhong chenle tomavam um café juntos.
fiz meu pedido, rezei para alguém ir embora, esperei encostado na bancada, pedi a deus para alguém ir embora, recebi meu chocolate quente e ninguém foi embora. me aproximei da mesa, sentindo meu coração explodir, ambos sorriam um para o outro de maneira quase... como um flerte? não sei dizer ao certo, mas me fez surtar por dentro. quando notaram minha presença, antes mesmo que eu abrisse a boca, chenle sorriu para mim.
— err... oi? então, e-eu posso sentar aqui? desculpa incomodar, se quiser eu saio, mas é que 'tá tudo lotado. — me bati mentalmente por gaguejar e ainda mais por ficar tão vermelho na frente deles.
— claro que sim! é park jisung, não é? eu adoro ver seus vídeos de dança no site da escola! — chenle disse entusiasmado. ele sabe meu nome!
— oh, você é park jisung? seus vídeos são de fato fascinantes. onde aprendeu a dançar daquela forma? manténs todos hipnotizados com teu ritmo e energia. — a voz de jaemin surgiu, baixa e grossa, fazendo meu estômago dar voltas.
— oh, obrigado. eu aprendi a dançar sozinho, usando a internet. vi vídeos e pratiquei quando podia. — eu falei baixinho, ter a atenção deles em mim me fazia... porra! nem consigo descrever! livro nenhum me avisou que amar era dessa maneira, tudo tão desconcertante.
— nós nem nos apresentamos, mil perdões. sou na jaemin e esse é zhong chenle. eu estudo no terceiro A e ele no segundo A.
— é um prazer conhecer vocês. — respondi ainda baixo, mas agora soava como um ser humano descente.
— você é muito fofinho, jisung. posso apertar seu nariz? — chenle disse, fazendo olhos pidões e me fazendo ficar ainda mais envergonhado.
— chenle, por favor, deixe o garoto viver.
— o que? olha, ele parece um nenemzinho. você namora? — me perguntou. o que está acontecendo aqui?
— eu não tenho namorado, por que? — até parece que ele está interessado em mim. hahaha impossível.
— nada. — disse e riu. vi jaemin arquear a sobrancelha em direção a ele, revirar os olhos e então sorrir para mim. ambos me encheram de perguntas e de atenção à tarde toda, tive medo de perceber tarde demais que era apenas um sonho.
felizmente, era real. após aquilo, nos tornamos amigos e fazíamos questão de andar para todos os lados juntos. e eu? bom, aceitei o sofrimento que sentia ao tê-los do meu lado não como queria, era bom tê-los pelo menos ali.
mas, amigos, a vida às vezes é gentil. em um domingo que podia jurar ser qualquer, quando estava deitado na cama de jaemin, o vendo escrever alguma poesia enquanto chenle cantava baixinho algo aconteceu. o mais baixo parou por um segundo e nos bombardeou com uma pergunta.
— vocês acham que teriam coragem de entrar em um relacionamento poliamoroso? — meu coração parecia que ia sair pela boca.
— sim. — eu e jaemin sussurramos juntos. e então jaemin continuou.
— sou sincero e honesto, acho que guardar sentimentos é perda de tempo então admito, que não e sim pois eu só entraria em um se fosse com vocês dois. achei que era claro como água meus sentimentos mas vocês, perdoem o uso de palavra chula, são lentos para caralho. então, serei direto: pelo amor que sinto por ambos, eu aceitaria sem pensar duas vezes. — senti vontade de chorar, de alegria? talvez. sentia tantas coisas naquele momento que nem reação suficiente consegui ter. chenle foi mais rápido que eu para processar o que aconteceu e logo respondeu.
— se isso foi um pedido de namoro, eu aceito. — ele disse sorriso radiante.
— eu também aceito. — murmurei, trazendo a atenção deles a mim graças a minha voz chorosa e então me desmanchei quando eles me abraçaram.
— por que choras, meu amor? — jaemin sussurrou.
— porque eu amo vocês desde quando descobri o que é amor. — e era verdade, apenas naquela segunda-feira eu descobri o que era amar.
hoje, sendo amado como sou, admito que amor é para os corajosos, covardes, medrosos, burros. amor é para todos, inclusive eu, porque o amor se adapta a forma de amar de cada um. quando me deito no peito de jaemin, ouvindo quão rápido o coração dele bate, e encaro os olhos de chenle que está deitado no outro lado, eu percebo que eu, park jisung, tenho dois universos inteiros ao meu alcance.
amar dois infinitos me torna sim o melhor astronauta, mesmo que ainda seja um tanto imaturo.
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𝐈𝐌𝐀𝐓𝐔𝐑𝐎
Short Story• imaturo. jaemin + chenle + jisung. jisung se acha estupido e imaturo demais para amar. morre de medo desse tal de amor. mas acaba se apaixonando por duas pessoas. créditos do plot para @jinsouloves. 1# em chenji.