A cortina

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3

Annabel virava os olhos enquanto a irmã chorava.

"Pobre criatura", disse Selina. "Pobre criatura."

"Cale-se, Selina", disse Annabel.

"Alguém está de mau humor", a Velha riu e as cabeças jovens a acompanharam. "Onde está toda aquela sua esperança, criança?"

Annabel bufou, evitando o olhar.

"Eu pensei que alguém conseguiria dessa vez", suspirou Annabel.

"Espero que tenha aprendido a lição. Não há razão alguma para ter esperança nesses seres."

"Pode não ter acontecido hoje", Annabel rebateu, "mas um dia alguém vai entrar por aquela porta e sair feliz. Ouçam o que eu digo."

Houve uma perturbação naquele momento. A cortina se moveu, como se o vento a soprasse. A sala passou a tremer, como que em um terremoto e a cortina se abriu.

Uma face com olhos cor de mel e cabelos negros emergiu por entre a cortina. Algumas ali ficaram caladas, enquanto outras gritaram, surpresas.

"Que notícia maravilhosa!", regozijou a Velha. "Não esperávamos sua presença tão cedo, criança."

Sussurros e risadas voltaram a preencher o salão.


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A Cortina (Conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora