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Annabel virava os olhos enquanto a irmã chorava.
"Pobre criatura", disse Selina. "Pobre criatura."
"Cale-se, Selina", disse Annabel.
"Alguém está de mau humor", a Velha riu e as cabeças jovens a acompanharam. "Onde está toda aquela sua esperança, criança?"
Annabel bufou, evitando o olhar.
"Eu pensei que alguém conseguiria dessa vez", suspirou Annabel.
"Espero que tenha aprendido a lição. Não há razão alguma para ter esperança nesses seres."
"Pode não ter acontecido hoje", Annabel rebateu, "mas um dia alguém vai entrar por aquela porta e sair feliz. Ouçam o que eu digo."
Houve uma perturbação naquele momento. A cortina se moveu, como se o vento a soprasse. A sala passou a tremer, como que em um terremoto e a cortina se abriu.
Uma face com olhos cor de mel e cabelos negros emergiu por entre a cortina. Algumas ali ficaram caladas, enquanto outras gritaram, surpresas.
"Que notícia maravilhosa!", regozijou a Velha. "Não esperávamos sua presença tão cedo, criança."
Sussurros e risadas voltaram a preencher o salão.
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A Cortina (Conto)
TerrorLis vai ao encontro de um ser chamado "a vidente" na esperança de reencontrar seu falecido amor, porém, ela deve lembrar que os mortos não foram feitos para ficar fora de descanso. 🏆 Conto destaque de novembro de 2019 pelo ContosLP