Acordei com o suor cobrindo meu corpo, os lençóis achavam-se jogados para fora da cama, meu coração estava acelerado, havia tido outro daqueles pesadelos. Já era o quarto ou quinto só essa semana, havia se passado apenas um mês desde a morte dele, as lembranças me atormentavam com frequência a noite.
Christopher estava morto, eu o Matei. Ainda sentia um desconforto enorme, no meu coração toda vez que alguém citava seu nome, ou mesmo quando minha mente insistia em me fazer pensar nele, as vezes me encontrava no parque e a imagem dele vinha a cabeça, as vezes naquele bar, ou até mesmo em casa. Em qualquer lugar onde ia, meu pensamento era dominado por ele, o que mais me abismava em toda essa situação, era que senti uma dor tremenda no peito após dar aqueles três tiros nele, como se os tiros fossem em mim mesmo ou em algum dos meus filhos.
Quando ele atirou no meu ex-marido, a dor que experimentei não se comparava a que senti por aquele marginal, devia estar perdendo minha sanidade, pois havia atirado em quem merecia, um chefe de gangue violento e mesmo assim estava quase que arrependida. Conseguia ainda lembrar daquela noite assustadora com detalhes vividos, Christopher havia praticamente me sequestrado e levado aonde um dia foi a casa dele, Turner estava amarrado em uma pilastra todo ensanguentado e Rio pondo novamente uma arma em minha mão, tentou me convencer a atirar no agente. Minha cabeça estava uma bagunça e tudo por culpa dele, ele era meu problema.Nunca quis machuca-lo, nunca se quer passou pela minha cabeça atirar nele, mas naquela noite não aguentei toda aquela pressão. Quando saí de lá, andei todo o caminho até em casa, as lágrimas já haviam parado mas a maquiagem devia estar borrada, não me importava com isso, não conseguia raciocinar corretamente no momento, mas lembro que quando cheguei em casa, peguei meu celular no carro e entrei, Dean estava na cozinha com as crianças, só consegui abraça-lo e chorar por que havia atirado em alguém, matado um ser humano, não qualquer um, mas logo ele. Sentia uma ligação muito forte e anormal com aquele homem de tatuagem de águia no pescoço, por mais incomum e conturbada que fosse nossa relação, ansiava a cada dia por vê-lo.
Era só ele. Ninguém nunca me fez se sentir como ele fazia. A verdade era que eu nunca me senti mais viva do que quando estava com Rio. Quer era tratando da lavagem de dinheiro, ou as reuniões sobre as drogas, ele alimentou em mim um fogo competitivo. Ele me impulsionou a fazer mais, e sempre melhor. Me mostrou quem eu realmente era, antes a mãe recatada e do lar, sem nenhuma ambição além da de cuidar das crianças e da casa, preparar seus lanches, ajudar em alguma festa na escola e pronto, e agora essa Beth tão livre, tão solta, tão decidida, uma verdadeira chefe, em pouco tempo aquilo havia se tornado mais do que um simples trabalho. Era sobre ser desafiada, respeitada. Tudo o que o Rio me ofereceu era muito perigoso, mas muito excitante. Estar com ele me fazia sentir coisas que jamais havia sentido.
Amava meus filhos mas apenas ficar em casa não me satisfazia a tempos, queria uma aventura, queria me divertir, ainda mais após descobrir da traição de Dean e do fato que estávamos falidos, não era exatamente o tipo de diversão que tinha em mente no começo, não esperava que um assalto a um mercadinho teria a dimensão que teve, mesmo assim todo aquele mundo me atraiu, quando fui procura-lo naquele galpão, foi o momento que fiz algo por mim, ninguém iria prestar alguma ajuda, precisava fazer alguma coisa e salvar minha família, Dean se mostrou um filho da puta, extremamente imbecil. Não conseguia entender como àquele cara que me apaixonei na escola, havia se tornado isso. Me perguntava, se ele sempre foi assim, e eu que não percebi? Ou o casamento fez isso com a gente?
Mas nesse instante isso era o menor dos meus problemas, tinha uma casa e um novo império para construir, precisava convencer Annie e Ruby, passamos por muitas coisas desde que isso começou e por mais que tentasse não conseguia simplesmente deixar essa vida pra lá, até tentei, mas ele me puxou de volta e mesmo sendo algo perigoso era extremamente divertido, era um sentimento muito bom ser muito boa em algo. O FBI por fim havia saido da minha cola, esperava que permanentemente dessa vez.
Deus onde eu fui me meter?
Ainda precisava me livrar daquele corpo no quintal, tanta coisa pra resolver mas meus pensamentos insistiam em voltar para aquele homem e para todos os momentos que tivemos juntos, principalmente a noite, quando não eram os pesadelos sobre a sua morte era os sonhos eróticos, quando entrava no quarto e deitava na cama, me lembrava daquela vez que o trouxe a minha casa e fizemos sexo nessa cama que um dia já foi minha e do Dean.
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The New Bosses On Kingdom -Good Girls
Romance*Fanfic se passa depois do final da segunda temporada, com algumas cenas da 3° e 4° temporada.* Após Beth atirar em Rio, ela resolve criar seu próprio império com a ajuda de sua irmã, Annie e sua melhor amiga, Ruby, e agora também de uma designer. E...