O SOTÃO

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Eu estava lá, naquele canto escuro e frio escutando os passos lentos e aterrorizantes que subiam as escadas. Quanto mais ele subia mais o som de metal que estava sendo arranhado no corrimão da escada aumentava. O som dos gritos de minha mãe aterrorizava minha mente. O vento batia na janela do sótão onde eu estava escondida. Meu coração estava acelerado e eu estava tentando ao máximo segurar o choro. Os gritos se calaram e o som dele se aproximava cada vez mais. O cheiro de sangue estava forte. Vi sua sombra no piso aumentar. De repente ele parou, olhou para os lados e se virou. De repente ele empurrou as caixas em que me escondia atrás dela e disse com uma voz fria e trêmula:

-Te achei fedelha!

Gritei com todas as minhas forças na esperança de que alguém me ouvisse. Comecei a me afastar em direção a parede onde se encontrava uma prateleiras cheia de livros velhos e pesados, e um globo de vidro que minha avó me deu no Natal passado. Esbarrei nela, e alguns dos livros caíram em mim. No impulso e medo de morrer comecei a jogar livros nele, mas minha horrível mira não ajudou. Ele, com aquela adaga levantada falava com aquela voz de psicopata:

-Hoje essa família inteira vai pagar por tudo isso! Não deveriam ter pego o que não era de vocês! Mas hoje tudo vai mudar! Hoje eu, Ricky vou pegar o que é meu!

A velha prateleira começou a balançar e a tombar. Eu sai debaixo o mais rápido que podia. Ele também era rápido mas não tão ágil, parecia bêbado, então antes da prateleira despencar em cima dele ele cravou a adaga em minha perna. A dor me consumiu, e então parei um minuto. Com muito sacrifício, tirei a adaga da minha perna. O sangue dele escorreu por baixo da prateleira. Mesmo ferida e quase sem forças, desci as escadas com minha perna sangrando, e vi a pior cena que vi na minha vida inteira; Meus pais e meus irmãos todos mortos com os corpos cheios de sangue esparramados no chão da casa. Chorei muito. Minha vista estava turva, então me desesperei achando que iria morrer ali mesmo, então abri a porta de casa e sai gritando por ajuda. Os vizinhos saíram de suas casas desesperados. Tombei no chão de asfalto. As luzes dos postes de iluminação é a última coisa que me lembro antes de apagar e acordar na cama de um hospital com meu namorado segurando minha mão e um policial me dizendo, "Meus pêsames!".

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⏰ Last updated: Sep 11, 2019 ⏰

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