Vento morno em meu rosto
Sons e sabores desta grande cidade
Todos e ninguém num mesmo ambiente
Quantos poderiam ouvir meus desejos mais profundos?
Bastaria um passo, talvez um grito, alguém daria alguma atenção?
Estamos tão presos em nós mesmos
Tão concentrados em nossas necessidades,
Que o "nós" mais parece uma competição de "eus"
Ah, este vento morno em minha face faz-me refletir!
Caminhar por estas ruas é como se tudo eu pudesse absorver
Como se nada fosse escapar a minha compreensão
Em meio aos meus pensamentos me perdi
Acho que, facilmente, as coisas me escapariam
Sob todas estas luzes senti!
Mas é como se meus sentimentos estivessem suspensos e eu a observá-los
Pareciam tão alheios a mim
Não pertenciam a ninguém
Ao meu redor eles se movem, mas quem são eles?
Estão suspensos de si também
E o vento morno a envolver-me num abraço aconchegante
Tão cheio de mim, que em mim só havia eu
Poderiam eles sentir o que sinto agora?
Como se nada pertencesse a mim apenas porque pedi que não fossem para mim
Posso caminhar somente, pois a noite está tão agradável.
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Av. Paulista
PoetryUm pequeno poema Uma pequena distração pelas ruas, pelos trens, pelos metrôs.