Com a pulga literalmente atrás da orelha, Renato atravessava o lixão seguindo a direção que Pluto indicava. No caminho encontraram uma barata tonta.
"Renatowisk! Tu não quer mesmo um pouquinho!?" Perguntou Bartolomeu oferecendo de sua garrafa de vodka.
"Não, valeu." Recusou.
"Essa vodka é tão barata que tem sabor de vinagre." Comentou Pluto.
Bartolomeu forçou a vista e conseguiu enxergar a pulga na cabeça do rato.
"Finalmente aprendeu alguma coisa comigo Renatowisk!" Disse o barata orgulhoso. "Agora finalmente vai ganhar dinheiro de verdade! Hahahaha!"
"Sim, claro, claro." Renato apenas concordou e seguiu seu caminho. Sabia que não teria como se comunicar com Bartolomeu bêbado daquele jeito.
"Do que a barata tonta tava falando?" Pluto ficou curioso.
"Nada demais." Respondeu o rato. "Acho que ele pensou que estou explorando sua força de trabalho, como ele faz com as formigas."
"Ei, como assim? Pensei que as formigas trabalhassem pra rainha." A pulga ficou a pulga atrás da orelha.
"É, as formigas também pensam isso. Na verdade a rainha não existe."
"Não acredito."
"Não pedi pra você acreditar, só estou dizendo. A rainha é uma mentira que faz as formigas trabalharem sem reclamar. A verdade é que elas apenas enriquecem as baratas."
"Esse cigarro ta te deixando maluco Raimundinho." Concluiu a pulga. "Vamos, temos um ponteiro pra pegar."
Renato deu de ombros. Ser chamado de Raimundinho por uma pulga o irritou o suficiente para acender um cigarro.