Capítulo 15 - Bruxa

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Phillip subia as escadas para o andar de cima quando ouviu o estrondo de uma porta se fechando.

"Que estranho", pensou. "Não está ventando hoje".

Continuou andando para o quarto de Frida, a fim de lhe levar um cobertor que recolhera do varal.

Ouviu o barulho do trinco se fechando por dentro do quarto quando chegou em frente à porta.

Estaria Frida se trocando? Resolveu esperar alguns minutos até que ela pudesse se vestir, se é que estava se vestindo.

...

George não teve tempo de terminar a frase nem de gritar por socorro. De repente esqueceu-se dos últimos minutos agonizantes que passara no quarto. Ao ver Frida colada em si, confuso, ele perguntou, apenas:

– O que eu estou fazendo aqui?

Frida fez cara de ofendida.

– Ora, você veio me ver! – as vozes deles eram sussurros.

– Ahn... E... Bom...

– Ah, você estava dizendo que me achava linda... – Ela passou as mãos pelo abdômen de George. Ele estremeceu.

– Eu estava, é? – George estava nervoso.

– E você ia me beijar...

– Eu ia, é? – George estava achando tudo muito estranho, mas nem teve tempo para pensar em qualquer coisa. Os lábios de Frida atiçaram-se aos seus.

Era bem provável que George realmente estivesse prestes a beijar Frida, visto seu histórico com as mulheres. Por isso ele nem ligou. Acreditou que era verdade.

Frida envolveu-o com os braços enquanto o beijava e, do nada, soltou-se dele e o empurrou para sua cama. George caiu deitado.

– Ei, calma lá... – Ele disse, rindo para esconder o nervosismo. – Não me lembro de ter tantas intenções assim...

– Você não estava se lembrando de nada George. – Frida agora estava séria.

As mãos delas estavam escondidas atrás das costas.

– Mas acho que não é uma boa ideia, Frida... Eu vou sair...

– Não, você não vai...

George começou a se irritar.

– Olha, você vai me desculpar, mas não sei o que estava fazendo aqui e eu vou embora agora.

Frida sorriu maldosamente dessa vez, calando George. Aquela sensação ruim que ele estava sentindo antes de se esquecer de tudo voltara. Agora ele via a mão direita de Frida sair de trás das suas costas. Havia uma maçã nela.

– De onde isso veio? – Ele perguntou. Não se lembrava de ter visto nenhuma maçã no quarto, e os braços de Frida estavam ocupados demais agarrando-o para que ela pudesse estar segurando a fruta.

– George, George, George... – ela riu – Ingênuo George... Não importa de onde as coisas vêm... O que importa é para onde elas vão e o efeito que causam em nossas vidas... – A maçã começou a murchar na palma da mão de Frida, deixando George apavorado.

Ela largou a fruta apodrecida e ergueu levemente a sua mão.

– Será que você gosta de garotas com unhas compridas, George?

Ele engoliu em seco. Não foi capaz de responder. Não diante daquela visão. A mão de Frida se transfigurava em uma figura escura, amarronzada, e deformada. Dedos longos surgiam, e deles, unhas afiadas cresciam.

O Cavaleiro e a PrincesaWhere stories live. Discover now