Booty Call

Locked in heaven

Obrigada por lerem! Eu amo essa história com todo meu coração. ❤️

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All the love, Pâm 💋

                            🍻

"Você não 'ta bem!"

Niall diz na quinta-feira, depois da terceira aula do dia.

Não dormi direito no domingo, depois de sair correndo da casa de Harry, e na segunda de manhã eu parecia um zumbi. Inventei uma desculpa qualquer para Niall, que para minha surpresa estava de cabelo rosa - resultado da ultima festa- do porque estar com olheiras enormes e segui o dia como se ele fosse mais um dia normal. Um dia normal sem Harry.

Mesmo meu bloco não sendo o mesmo que o do curly, tentei me esgueirar e passar despercebido o tempo inteiro. Eu não queria vê-lo, não sem antes saber o que estava acontecendo comigo. Então demorar para voltar para casa depois do trabalho e me trancar e fingir que não o escutei tocar a campainha naquele dia foi fácil.

Na terça foi um pouco mais complicado. Mesmo eu tendo mentido que sairia mais cedo todos os dias daquela semana por ter trabalho com a turma e que Harry não precisava me dar carona, o que era um sacrifício duplo já que eu não estava mais acostumado a acordar tão mais cedo e a pegar ônibus para ir à faculdade, Styles fez questão de sair no mesmo horário que eu. Fiquei meio sem reação no início e tentei agir o mais natural possível diante dele, mesmo meu peito batendo desenfreado e meu rosto quente, e acho que adiantou pois Harry apenas seguiu calado para o carro, me guiando junto. Ambos estávamos sonolentos e com a aparência estranha, mas ninguém precisou dizer nada.

Assim que entrei em seu carro e deixei a mochila aos meus pés, adormeci. O cheiro familiar dele estava por toda parte e era confortável estar ali. Não vi quando chegamos ao estacionamento da faculdade, apenas senti os beijos quentes de Harry em minha bochecha me acordando para viver aquele dia. Ele tinha parado para comprar café para gente, coisa que não me lembro pois provavelmente estava no décimo quinto sono, e agradeci com um sorriso acanhado. Tudo ao nosso redor estava deserto, obviamente, e quase me arrependi de ter mentido para ele com a intenção de ficar longe, visto que, pelo menos naquele dia, isso não tinha dado certo.

Ainda muito calados, aparentemente nossos corpos se conheciam demais para que nossas vozes precisassem ser ouvidas, Harry me puxou em uma posição estranhamente confortável perto de si. Seu cheiro era ainda mais forte ali, em seu pescoço e camiseta, e me deixei adormecer mais um pouco. Acordei com uma enorme vontade de chorar, mesmo sem eu saber o porquê disso, então a reprimi até que meu peito quase explodisse e eu precisasse me desvencilhar dele. Doeu mais, se possível, estar longe e ver sua expressão confusa, mas coloquei um sorriso no rosto e lhe dei um beijo rápido antes de sair do carro e murmurar um 'obrigado pela carona'.

Não o vi o restante do dia.

Na quarta Harry não acordou para me levar. Fiquei aliviado e triste ao mesmo tempo. Eu sabia que tinha que falar com minha mãe sobre tudo isso, mesmo que bem lá no fundo eu tivesse uma ideia do que poderia ser.
Eu estava tão aéreo que durante uma aula prática que tive quase quebrei uma das chapas de acetato, um plastico especial para radiografar, durante um exercício. Apenas fiz exatamente o contrário do que o professor tinha mandado, mas ele deixou para lá quando notou que fora apenas um susto e um descuido meu, aproveitando para me usar de exemplo sobre o que não fazer. Quando voltei a me sentar para tentar não causar mais nenhum problema, Stephania - que adorava tagarelar para sala toda como tinha sido ficar com Harry Styles em algum sonho seu - veio sentar-se ao meu lado e perguntar se eu conhecia o "cachinhos", já que ela tinha me visto de carona com ele algumas vezes.