Vestígios de loucura

19 6 1
                                    

A conversa foi longa e cansativa, os dois rapidamente se encantaram ou desgostaram do mundo de cada um. Era tudo muito irreal e ao mesmo tempo fascinante, nunca havia passado na mente dos dois a idéia de que poderia haver outras realidades.

No caso de Natalie ela até pode reconhecer alguns fatores que se comparava ao de seu mundo, como o sistema feudalista ao qual aquelas pessoas viviam, que já não existia mais em seu mundo, mas o fato que mais surpreendeu Natalie não foi aquilo.

Como se no mundo de Natalie a tecnologia tivesse avançado e naquele mundo de alguma forma, outra forma de poder surgiu e transformou aquele lugar. O que para Natalie era magia, mas que João Head explicou ser algum tipo de envolvimento com a natureza, todos ali podiam em diferentes níveis controlar o ambiente.

Daí vinha os 4 grandes Reis, apenas eles podiam reinar pois somente eles tinham esse nível de controle num elevado grau e manter o equilíbrio dentro de seus territórios. Poético se não houvesse o mesmo problema de sempre: Ganância. Ao que parece os seres humanos continuam iguais independentemente da diferença de mundos.

De longe o mais fascinado com tudo era o ladrão, João Head não perdia uma única aventura, e aquele mundo novo que a garota falava era sem igual, o desejo dele era de conhecer aquilo tudo.

Como poderia algum dia sonhar com aparelhos que facilitava a vida das pessoas, e todas as variadas descobertas científicas que a garota lhe contou como se fosse algo qualquer, mas que para ele era uma nova forma de ver o mundo.

Natalie e João Head também estranharam o fato de conseguirem comunicar entre si, sem dificuldades, mas a forma como escreviam era totalmente diferente. A garota jamais imaginária tais letras complexas como se fosse árabe, mesmo não sabendo falar outras línguas além da sua, ela conhecia um pouco de cada e surpreendeu o ladrão ao dizer que lá haviam várias línguas e não apenas uma como era por ali.

Enquanto encaravam o céu azul de Cedro, que iria se pôr a poucos minutos, milhões e milhões de pensamentos se passavam na cabeça de cada um. E Natalie como era muito curiosa, percebe-se logo no primeiro capítulo, não resistiu e pediu para que João Head lhe mostrasse sua "magia".

Ele se divertia com aquilo, ela era quase como uma criança, e ele adorava se amostrar por ai, ainda mais quando era uma bela garota o pedindo.

Precisava se concentrar ao seu redor, sentir como se cada pedaço daquela terra o pertencesse, respirava a vida daquela floresta e se tornava parte dela. Não era uma coisa fácil de se fazer e era exaustivo. Ele não era um dos Reis ou seus antecessores, que faziam aquilo com tanta facilidade.

Natalie estava muito ansiosa e o observava minimamente, aquilo era demorado e ela quase se arrependeu de pedir aquilo para aquele estranho, mas depois de um certo tempo, o vento parou de súbito e como se toda a vegetação dançasse uma música sem som.

Flores brotavam e surgiam belíssimas pétalas sem igual. Era quase um filme da Disney, e a garota segurou seu fôlego perante aquilo, ela sentia algo no ar, muito poderoso e gentil ao mesmo tempo, então ela presumiu ser ele, aquele cara ao qual ela havia brigado e depois conversado como bons amigos de bar.

E ele mesmo se sentindo cansado amava fazer aquilo, viver junto com a floresta e transmitir a ela os melhores desejos de seu coração. A profundidade daquelas emoções soltas quase fizeram Natalie chorar de alegria, era tudo muito intenso e ela sentia algo incomum, como se tivesse injetado em suas veias uma enorme dose de serotonina.

O garoto caiu de joelhos depois daquilo, nunca havia se esforçado tanto, mas como ele poderia negar o pedido de uma donzela tão encantadora quanto toda aquela floresta, mesmo que nunca dissesse a ela que aquela havia sido a primeira vez que tinha passado se todos os seus limites demonstrativos.

Natalie se preocupou com ele, realmente ele demonstrava estar cansado, mas sua preocupação se foi quando ele abriu a boca.

-Todas as outras garotas também ficam extasiados com o meu poder.- Ele disse aquilo não só porque era uma babaca, mas não gostava de deixar as pessoas preocupadas com ele.

-Sério isso? Você não passa de um galinha, nem achei tudo isso.

-Então quer dizer que no seu mundo sem "magia", você já viu melhores?- Fez aspas na palavra magia.

-Não seja idiota ladrãozinho.

-Eu quero ajuda-la a voltar para o seu mundo.

-Muito gentil da sua parte mais tem algo por detrás de toda essa sua gentileza- Disse uma Natalie desconfiado com toda a bondade e o sorriso do ladrão.

-Nada demais, só quero ir junto com você para esse novo mundo, eu quero aventuras e não sei se esse lugar tem algo a me dar.

-Está bem, você será meu guia aqui e eu serei sua guia lá. Acordo fechado?

-Sim, prometo guiá-la no que precisar, até mesmo se quiser conhecer outro tipo de mundo comigo- disse malicioso.

-Não pense em fazer nenhuma gracinha, apenas vou usá-lo para voltar à minha poluição, não quero nada demais com um babaca como você.

E assim tinha ficado decidido, os dois se encaminharam para o pequeno vilarejo que estava o cavalo de João Head e também para conseguirem mais suprimentos para a viajem, de maneira nada honesta. Decidiram então que iriam para as grandes bibliotecas de cada reino, e também perguntariam a uns supostos amigos de João Head que trabalhavam no submundo do roubo. Também definiram que não podiam contar aquela história louca de que Natalie era de outro mundo, chamaria muita atenção, então ela teve que roubar umas roupas para que que não chamasse atenção.

Durante essa viajem muitas coisas vão acontecer, e esses dois ainda apontarão muito por aí, sem sombra de dúvidas eles iram dar o que falar e todo esse papo de discrição não vai rolar.

Ihhhhh senta que lá vem história, esses dois são estúpidos demais pra andar junto e imagino a confusão que vai dar. Essa música da mídia é bem romântica, mais queria fazer esse trocadilho, take me home.

Empecilhos Onde histórias criam vida. Descubra agora