Hostage - Reason Of A Love (HIATUS & REVISÃO)

11 | Childhood Ride

aqueles que estavam me seguindo vão voltar para o mesmo lugar...

Continua....

───※ ·❆· ※───

Estou cruzando a avenida quando vejo Jorge acenando para meu carro. Ainda estou assustada com tudo que aconteceu e ele parece perceber. Coloca as malas no porta-malas e se oferece para dirigir. Ele não diz uma palavra sequer até pararmos no sinal, muitos minutos depois de sairmos do aeroporto. Ele está mais calmo, mas a algo em sua forma de segurar o volante que me deixa preocupada.

Jorge: Não sei se sabe disso, mas há uma nova regra na cidade. - ele diz arrancando o carro novamente - Quando estava fora algumas coisas mudaram Lydi, inclusive uma..

Lydia: Oque? - pergunto desinteressada olhando o caminho pela janela. Tudo está sem vida do lado de fora, e do lado de dentro do meu coração. - Eles podem matar qualquer pessoa agora, como sempre fizeram?. Para sua curiosidade aquela "tinta" era sangue de algum animal.

Jorge: Depois do seu acidente, o senhor Kim achou inadmissível oque Liam fez. Mesmo sendo seu filho. - ele suspira - Decretou uma nova lei junto as outras gangues, pouco tempo depois de vocês três tomarem caminhos diferentes. - ele coloca a mão sobre o peito após lamentar sobre a morte de Mendes - Foi decretado que nas 48 horas antes e depois de uma reunião é proibido ataques ou até mesmo desrespeitar o toque de recolher. Isso serve para todos.

Ele diz tão friamente e dolorosamente que entendo bem mais do que deveria. Suspiro, encolhi meu corpo no banco e deito minha cabeça sobre o vidro. Não quero perguntar nem ouvir mais nada, já basta a noite que tive. Jorge pousa a mão sobre minha coxa, deixa um leve aperto e faz carinho em círculos. Quero dizer que estou bem, quero expor o quão mentalmente preparada estou para fazer isso, mas estou mentindo para mim mesma quando digo que quero subir naquele palco amanhã e dizer aquelas palavras que jurei nunca mais dizer.

Jorge: Sei que está pensando sobre amanhã, e não quero te deixar desesperada sobre isso. Mas se não quiser ir, irei entender. Irei assumir a responsabilidade por isso e não tenho medo de sofrer as consequências. - ele diz enquanto aperta minha perna delicadamente -

Lydia: Eu vou. - digo convicta de algo em minha mente - Eu vou sofrer as consequências de vê-los novamente amanhã. Vou lá e irei fazer o papel que nasci para encenar. Não se preocupe, ninguém pode encostar em mim sem a minha permissão.

Ele diz que sim com a cabeça lentamente, olha em meus olhos e o brilho tão esverdeado me deixa tonta. Jorge tem tanto poder sobre mim que tenho medo. Estamos subindo até seu apartamento e apenas quero me deitar e dormir. Minhas roupas ainda estão molhadas e meu cabelo está unido, não sei se quero um banho quente ou deitar na cama e dormir. Sei que agora estou deitada sobre o peito de Jorge e sinto vontade de chorar. Ele está dormindo a alguns minutos, ou fingindo muito bem. Tento não pensar tanto nas coisas que me assustam, mas é quase impossível.

Acordo com a luz do sol iluminando o quarto refletindo sua luz natural em meu rosto. Abro meus olhos devagar e me mexo ficando em uma posição confortável. Sinto braços ao meu redor e penso em Billie, o quão iludida uma pessoa pode ser?!

Jorge se mexe o suficiente para sentir a claridade em seu rosto, abre os olhos devagar. Ainda está com os braços ao meu redor e parece não querer levantar.

Lydia: Vamos levantar, temos trabalho a fazer! - digo ainda entorpecida pelo sono -

Jorge murmura algo baixinho, passa alguns segundos imóvel até se levantar e ir para o banheiro. Me levanto logo em seguida, faço a cama a tento deixar suas coisas arrumadas sem sucesso algum, Jorge bagunça tudo novamente. Vou para o banheiro e faço minhas higienes antes de irmos embora. Quero parar em uma lanchonete para comer algo antes de irmos trabalhar, mas penso ser melhor comer na casa de meus pais. Estamos quase chegando quando passamos pela mesma rua de ontem. Pergunto o que estamos fazendo ali, já estou traumatizada o suficiente. Jorge diz que quer apenas ver o lugar, estudar minha rota de fuga. Quer ver se eu não fui trazida para cá. Quer saber se estou bem.