Capítulo 16 - No Bosque

3 0 0
                                    

Phillip, Kile e George puseram o pé na estrada bem cedo na manhã seguinte. É verdade: Phillip finalmente resolvera se juntar ao grupo. Por quê? Ninguém sabia dizer ao certo, até porque seria mais normal uma pessoa fugir de bruxas, e não ir atrás delas.

Na verdade, Phillip, assim como George, sentira nas veias o desejo de ser cavaleiro ao ver os outros em ação. Era estranho, mas ele sentia que tinha se achado. Aceitou a proposta de Kile e estava seguindo os rapazes, montado em sua pequena, porém esperta, pônei, chamada Meg.

Kile adorou a companhia de Phillip. Agora, além de mais um aliado, possuía alguém conhecedor de várias características de bruxas – Phillip já lera o diário de seu bisavô várias e várias vezes e sabia tudo de cor e salteado. Agora o cavaleiro não precisaria ficar perdendo tempo lendo o diário.

– Tô com fome. – George disse, emburrado, depois de três horas e meia de estrada.

– Espere, eu trouxe suprimentos. – disse Phillip. De fato, em suas costas ele carregava uma mochila enorme, maior que sua cabeça. Ali, ele guardara vários estoques de comida e água, assim como cobertores, algumas poucas mudas de roupa, panelas, cordas, mapas, dinheiro e outros objetos que julgava ser úteis.

Ah, já ia me esquecendo! Na madrugada eles haviam se reunido depois do temeroso incidente com Alex e discutido os efeitos da água benta e da cruz na bruxa. Realmente, não sabiam explicar porque a água benta não funcionara, mas chegaram à conclusão de que, em relação às cruzes, não eram elas que queimavam as bruxas, mas o material de que eram feitas. Por isso, Phillip guardou em sua super mochila todos os objetos de ferro que encontrou pela casa que fossem úteis. Também, após folhear os diários do avô, encontrou anotações de pesquisas feitas em lendas e mitos antigos, que diziam que o sal, a prata e água corrente também podiam fazer mal às bruxas. Phillip acabou com vários dos potes cheios de sal em sua cozinha, armazenando tudo dentro de vários saquinhos plásticos de tamanho médio. Quanto à prata, era pobre demais para ter um objeto de material tão valioso.

Eles fizeram uma pequena refeição e prosseguiram. Viajaram o tempo todo para o oeste, ruma ao litoral inglês, pois o destino que almejavam, caso tenham se esquecido, era a sombria e misteriosa Irlanda. Já estava no fim da tarde quando Kile decidiu parar para montarem um pequeno acampamento e descansarem.

Embrenharam-se entre as árvores dos bosques laterais e encontraram um local que julgaram seguro para acampar. Resolveram não acender uma fogueira. Aquela região era marcada pelos constantes saques, e não queriam chamar a atenção de um possível grupo de bandidos.

Fizeram um jantar gelado, e a noite não demorou muito a cair. Fez um frio terrível, e Kile mais uma vez agradeceu que Phillip estava com eles, por ter trazido cobertores. Sem fogueira, seria uma noite difícil.

– Chequei alguns mapas. Amanhã devemos chegar a Hogwarts, um grande e famoso vilarejo que fica a quatro horas e meia daqui. – Declarou Phillip.

– Excelente! – Exclamou Kile. – Lá certamente encontraremos um ferreiro, e mandarei forjar espadas para vocês dois. A não ser,é claro, que prefiram arcos. Depois, começaremos a treinar. Ensinarei a vocês tudo o que sei.

Phillip pegara consigo uma velha adaga de seu pai e dera uma faca de cozinha a George, para que se defendesse. Mas obviamente nenhuma das armas era tão poderosa como uma espada ou um arco. Ambos os jovens preferiam uma espada.

– E então seremos considerados cavaleiros? – perguntou Phillip. – Digo, quando voltarmos, Silar nos consagrará cavaleiros da ordem do reino?

O Cavaleiro e a PrincesaWhere stories live. Discover now