Phillip, Kile e George nem tiveram tempo de reagir depois da flecha passar por suas cabeças. Cordas surgiram das árvores nas quais segundos atrás eles estiveram recostados, e homens com várias lâminas de vários tipos e formas desceram delas.
Da escuridão, foram surgindo silhuetas. Várias delas apontavam outras lâminas para eles, de modo que os emboscados colocaram suas armas delicadamente no chão.
Quando fizeram isso, foram amarrados nas mãos, nós pés e no peito, e recostados nas árvores, sentados. Eram uns vinte homens armados, que começaram a tirar tudo de dentro da mochila de Phillip. Sem encontrar nada de muito valor, apenas pegaram a comida e a água. E alguns mapas também. A espada de Kile e a adaga de Phillip foi confiscada. Um homen pegou a faca de George e cortou as unhas com ela (eca!).
– Por favor! – Tentou Phillip – Parem, precisamos disso! – Seu tom de voz implorava misericórdia para com seus pertences e suprimentos.
– Calado! – Um dos homens falou. Eram todos homens grandes e fortes.
– Por favor, não! – Phillip ainda tentava. – Precisamos disso para...
Phillip parou. Não deveria contar os objetivos dos três, mas agora já havia dito demais.
– Para quê? – Surgiu uma voz, de alguém que ainda estava nas sombras. Kile localizou a silhueta do homem, que estava com o ombro apoiado em uma árvore, os pés com grandes e belas botas de couro marrom um pouco cruzados.
Phillip engoliu em seco e ficou calado.
– Para quê?! – A voz repetiu mais alta e mais impaciente.
– Não falamos com fantasmas! – Berrou George de onde estava. Ele não conseguia encontrar onde estava o dono da voz.
Lentamente, ele se aproximou.
– O que três jovens, dois esfarrapados e um certamente cavaleiro de um rei, sem pertences valiosos, fazem aqui?! – Perguntou a voz. Kile agora podia ver o contorno de suas coxas... e um pouco do tronco. O homem parou. Seu rosto ainda continuava na sombra. – Quem são vocês?
– Quem é você? – perguntou Kile, em tom de ameaça.
Todos os homens ao redor riram. Kile percebeu que estava falando com o chefão do grupo. Ele caminhou mais alguns passos, rindo também, até seu rosto ficar totalmente à mostra à luz da lua.
– Sou o chefe do grupo de saqueadores mais temido destas bandas. Meu nome é Khalil Airzahrah... Mas sou popularmente conhecido por... – Ele chegou perto de onde os três estavam amarrados – O GATO DE BOTAS!!!
Os rostos de Kile, Phillip e George se contorceram em uma careta e mais uma vez eles irromperam em risadas.
– Gato de botas?! – Riu alto demais George – Ah, conta outra! De onde você tirou esse nome hilário?
O tal de Khalil pareceu ofendido e surpreso ao mesmo tempo.
– Alô-ô?! Olha pra mim! Eu sou um gato! E estou usando botas!!! Não é óbvio?
Os três riram novamente.
– Nunca ouviram falar de mim? – Perguntou Khalil, estranhando.
– Meu Deus Kile! E eu que te chamei de vaidoso! Esse aí, além de vaidoso, também é convencido! – Disparou George.
Nem os capangas do "Gato de Botas" aguentaram. Ficaram gargalhando com os prisioneiros até que Khalil pegou um arco de trás de suas costas e encaixou nele uma flecha retirada de sua aljava, também presa às costas.
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O Cavaleiro e a Princesa
Fantasía'Água, fogo, terra, ar e o quinto elemento. A natureza foi desafiada e mudará seu comportamento. Para que o equilíbrio aconteça, é necessário que o quinto elemento apareça. Uma princesa que não é filha do rei que governa conquistará o coração do úni...