Nico

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Ele odiava aquilo, como todos os semideuses: Pesadelos na hora do sono. A diferença era que os sonhos de Nico pareciam reais. Se um monstro o machucasse, ele acordaria dolorido ou até com um ferimento.

- NÃOOOOOOO - berrrou ele.

Wil Solace do Chalé de Apolo veio ver o que aconteceu. E então, o garoto começou a explicar.

- Eu sonhei que Hazel estava em perigo e quando eu ia ajudá-la, um monstro iria me matar e eu não sabia onde estava minha espada de ferro Estígio. E então, eu usava um de meus poderes do Mundo Inferior - Wil balançou a cabeça reprovando a ideia de que usasse aqueles poderes - , a viagem pelas sombras. - explicou o garoto.

- Isso pode ter sido uma visão, ou um aviso ou apenas um sonho. - Wil passou a mão pelos seus cachos dourados.

- Tá, mas o que você tem a dizer sobre o sonho? Alguma ideia?

- Mais quatro dias de repouso. - E se virou para ir embora.

- E por quê? - perguntou Nico.

Solace rolou os olhos.

- Di Ângelo, você quase morreu várias vezes essa semana, precisa ficar em observação. - explicou o filho de Apolo.

- Mas eu achei que observação era repouso por apenas um dia.

- Nico, você participou da Guerra dos Titãs, foi o embaixador dos dois acampamentos durante um bom tempo, foi para o Tártaro, ficou preso durante uma semana em um jarro, viajou no Argos II, fez uma viagem pelas sombras de Roma até aqui, com perigo de morte, e ainda enfrentou um exército de monstros da Mãe Terra. - ele fez uma pausa para respirar. Nico não achava que era tanta coisa assim. Ele era um semideus. Não levaria uma vida normal tão cedo. E ainda mais um filho de Hades. - E - continou ele - Se não fosse o Treinador Hedge você teria morrido antes mesmo de chegar aqui. Teria desaparecido em meio as sombras. E se não fosse eu, você poderia estar agora no palácio do seu pai, atravessando paredes e tentando se lembrar de quem foi um dia.

Mas provavelmente eu me lembre de quem fui, que sou filho do deus do Mundo Inferior, pensou Nico, pensou em dizer, mas guardou o pensamento para si mesmo.

- Mais alguma pergunta?

- Não.

- Fique aqui, vou trazer mais um pouco de poção de unicórnio para você. - pediu Wil.

Ah claro, se estou quase virando fumaça vou tentar fugir daqui, pensou Nico.

O curandeiro voltou alguns minutos depois, trazendo mais do que um simples vidro com poção de unicórnio.

Depois de mais algumas doses de remédio, dos quais Nico preferia nem saber do que eram feitos, ele pegou no sono novamente.

Nico passeava pelos Campos De Punição, quando a avistou.
Não, pensou. Parece sólida demais para ser uma fantasma.

A jovem estava sentada, em uma pedra, observando ao redor enquanto ajeitava os cabelos. Usava uma capa preta e longa, com um arco e flecha nas costas, seus cabelos loiros escorrendo pelos ombros.

Ele a reconheceu. Quer dizer, nunca havia falado com ela, mas sabia de quem ela tinha puxado as características.

Caminhou, silenciosamente até ela, e quando estava próximo, perguntou em tom alto e claro:

- O que uma filha de Apolo faz sozinha, no Mundo Inferior?

Ela se virou, já pegando o arco e tirando da aljava uma flecha. Quando reconheceu, abaixou a arma.

- Eu só vim... - ela não terminou a frase. Uma nuvem negra sugou sua alma, deixando apenas uma criatura horrenda.

Em seguida, avançou em Nico.

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