001

26 0 0
                                    

    Essa é só mais uma daquelas histórias clichês onde os amantes fazem de tudo para ficarem juntos. Então, se você meu caro leitor não for um mero apreciador de romances água com açúcar eu te digo desde já, não saia desta história porque ela está bem longe de ser um romance fofo e com um felizes para sempre. Bom, Na verdade, eu espero que tenha sim um felizes para sempre no fim dessa bagunça toda, mas isso certamente não vem ao caso.

Como toda pessoa comum eu odiava primeiros dias de aulas em escolas novas, com novos grupos de amigos, novas pessoas pra conhecer e odiar e novos professores pra não irem com a minha cara. Sendo sincero, eu nunca fui alguém muito sociável e gentil com o resto do mundo mas mesmo assim qualquer divindade suprema que possa me ouvir não pensou que me deixar sozinho nesse mundão não era uma boa ideia, portanto, eu tenho três pessoas que conseguem suportar o meu mau-humor diário, minhas crises existenciais e também meus surtos de garotinha apaixonada por um certo garoto que nem sabe da minha existência e já começo a dizer por aqui que não vamos nos esbarrar pelos corredores da escola e vamos deixar cair nosso material e quando nos abaixarmos para pegar, nossas mãos vão se tocar gentilmente e dali surgirá um grande romance....Eu bem que queria, mas não estou nos estúdios Disney.

     Essas três magníficas pessoas que vos digo são: Evan Lewis, Lillian Collins e Liam Aguillar, os meus melhores amigos. Eles provaram que realmente são as melhores pessoas do mundo quando aceitaram minha ideia maluca de vir estudar na mesma universidade que meu atual crush supremo/senpai/amor da minha vida, e não, eu não sou um stalker ou algo assim, sou apenas um garoto que quer ficar sempre perto da pessoa que ama. Isso se parece com um stalker? Bom, Talvez...Mas ainda sim, como eles aceitaram se jogar de cabeça nessa minha ideia maluca estamos os três passando por aquela pré-tensão de primeiro dia de aula. Eu não tenho nenhuma vocação em me dar bem nesses dias, nem de conseguir passar uma boa impressão, pois tenho uma coleção de primeiros dias de aulas horríveis e tenebrosos e esse com certeza não iria passar em branco.

     Eu estou nesse exato momento observando pela janela do carro a pessoa que me arrancava milhares de suspiros apaixonados no ensino médio e que continuava os arrancando na universidade. Lá estava ele, com aquela postura impecável que nunca deixava a desejar correndo como um bom atleta que eu sabia que ele era. A quadra de basquete estava cheia de veteranos como ele e não pude deixar de notar que já conhecia alguns daqueles rostos. Ele era apenas dois anos mais velho e quando ele se formou eu ainda estava no primeiro ano do ensino médio, mas aquele garoto mexia comigo desde o fundamental. Me lembro quando ele passava correndo por mim com o mesmo sorriso sacana nos lábios e arrastando sua gangue de amigos baderneiros consigo. Quando ele se formou eu não conseguia imaginar como voltaria a vê-lo um dia já que a distancia me impediria e o fato de não seguirmos o mesmo caminho universitário também, mas é aqui que digo que algum Deus por aí me ama e ele me fez o favor de jogar o meu senpai em uma universidade com diversos ramos o que me dava a possibilidade de estudar com ele. Agora após dois anos ele estava ali, bem próximo de mim, mas de certa forma tão distante e inalcançável.

O carro que meu pai havia mandado para me levar até o colégio estacionou e dele descemos eu e Schmidders, o braço esquerdo do meu pai na empresa que eles tinham e também quase um segundo pai para mim. O mais velho sorriu e me ajudou a tirar minhas coisas do bagageiro e algumas caixas também. Estávamos parados na porta que dava pra entrada dos dormitórios já que havia marcado de esperar meus amigos por ali. Schmidders colocou a última caixa no chão e sorriu do seu modo gentil pra mim.

— Está entregue, Alec. — Ele sorriu usando meu apelido.

— Obrigado por me trazer até aqui, Michael. O chamei pelo primeiro nome.

—  Não precisa agradecer, somos quase da mesma família. — Ele sorriu. — Mas já vou indo, preciso resolver uns problemas do seu pai, ok?

 Ok! Puxe a orelha do velhote por mim. — Ri e ele também fez o mesmo.

O mais velho me deu um abraço e em seguida entrou em seu carro novamente dando partida no veículo. Acenei para ele que buzinou para mim. Coloquei minha mochila nas costas e empilhei as caixas com as minhas coisas dentro para conseguir ergue-las. Ali dentro estavam meus tesouros de uma vida inteira que tive que batalhar muito ajudando meu pai em sua empresa para os comprar. Minha coleção inteira dos mangás de One Piece estavam ali denunciando meu lado otaku que me perseguia desde o fundamental. As coloquei no chão de novo para poder mandar uma mensagem para os meus amigos e saber se eles já estavam chegando. 

"Portal pra Chernobyl"

Alexander:

Oe Galero, Cês já tão vindo?

Lillian:

Aleczinho, Estamos a caminho, ok? É que o Liam não queria sair de casa hoje e tivemos que arrasta-lo pra fora, sabe?

Liam:

Eu odeio vocês.

Evan:

Ama a gente e boa, estamos quase aí, Alec. Mais uns dois minutos e você mata a saudade da gente!

Alexander:

KKKKKKKKKK

Que saudade é essa, minha gente?



Fui tirado do meu mundinho quando ouvi aquela voz que fazia minhas pernas ficarem bambas e foi dito e feito, tremi na base. 

 Por um acaso o Princeso está esperando que seus súditos apareçam para levar suas coisas até o quarto? — Ele questionou parado em frente a um bebedouro que eu nem havia visto até então.

Ok, ele me chamou de.....Princeso???

Por acaso do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora