Ok, eu sei que preciso continuar a história do diário de ontem, mas antes preciso compartilhar uma experiência um pouco triste e engraçada. Eu estava escrevendo quando fui interrompido por um miado baixo, o que fez eu me assustar e cair da cadeira, afinal faz anos que não escuto um som tão verdadeiro, porém deixei para lá quando dei conta de estar morrendo de fome. Fiz o de sempre, desci até a loja que fica em frente, e comprei algumas comidas gordurosas e muito refrigerante, quando voltei pra casa, ouvi novamente o som, tive que esquecer completamente a fome e procurar de onde estava vindo.
Procurei desde o banheiro até no parapeito da janela, quando estava quase desistindo, sai uma pequena criatura de debaixo da cama, seus pelos negros como a noite e seus olhos amarelados, ERA UM GATO DE VERDADE* e pude sentir isso, agora estou com ele aqui e minhas noites não serão mais tão solitárias, MAS bora continuar a história que importa aqui.
Sim, Fê estava beijando outra pessoa, e para a surpresa de muitos (ou não), não era como se eu estivesse chocade, o costume de ver ela se relacionando com outros meninos foi algo doloroso, mas não era como se eu pudesse fazer algo, Fê nunca mostrou quaisquer indícios de gostar de mim, não quero estragar nossa amizade ou até mesmo, perder tudo isso de vez, a única coisa que posso fazer agora é sair daqui.
- Você deveria dizer a ela sobre seus sentimentos. - Daniel sabia disso, eu confiava muito nele.
- Acho que não é a melhor das decisões, álias onde tu pegou esse saco de batatinhas?
- A verdade é que tu não tem o mínimo de coragem pra isso e prefere viver nesse comodismo exagerado e cheio de dor.
Aquilo foi como uma cólica extremamente forte, Daniel parecia ser fofo com sua personalidade radiante, só que ele também era certeiro e duro com as palavras e ele me conhecia o bastante para saber que depois daqui, eu vou andar por ai com o Vader para esquecer disso tudo.
Eu era realmente apaixonade por Fê, mas o futuro me aterrorizava, a reação dela ao saber, o que fazer depois, tudo isso era demais para mim. Ela passava horas da madrugada falando para mim como gostava da liberdade, do seu futuro como ativista ambiental e até mesmo como uma possível presidente de outro planeta por galáxia, de como poderia correr maratonas e escalar montanhas para poder sentir o oxigênio dentro do seus pulmões. Eu não queria ser um empecilho dentro daquela vida que clamava por novas experiências.
A praia estava passando pelos meus olhos, quando eu precisei frear Vader por causa do toque do telefone.
- Alô?
- Marte? É a Fê, meu telefone descarregou, você ainda tá aqui na festa? Não tô te vendo aqui.
- Ahh, tive que sair para tomar um ar, mas tu já quer ir embora? Posso ir te buscar ai.
- Não precisa, eu tô com um amigo aqui, mas você tá bem? Posso ir até onde você está.
- Eu tô bem sim.
...
Aquele maldito silêncio.
- Então... nos vemos amanhã?
- Claro, boa noite Marte.
- Boa noite, Fê.
O barulho do meu despertador estava ensurdecedor, com aqueles números piscando "07:00", quando o desliguei, pude ouvir o barulho na porta fechando, minha mãe havia ido trabalhar, como sempre, quando nunca nos víamos, ela chegava muito tarde e ia muito cedo, paradas de médica, mas ela sempre foi muito acolhedora comigo e agradeço por isso.
Levantar da cama é sempre um desafio, até lembrar que tenho trabalho para fazer na cafeteria às 08h30 e preciso me arrumar logo.
- Bom dia Marte. o que vai querer para essa manhã de domingo tão linda? - Nick estuda comigo desde que nós éramos crianças e é bastante alegre como pode ver.
- Um café forte e que horas são?
- São... 09h00, e café forte? Algo deve estar perturbando você. - Mas elu foi sem questionar mais.
O dia estava realmente bonito, mas por alguma razão não conseguia parar de pensar na noite de ontem.
- Marte!, me desculpa por chegar atrasada.
- Não se preocupa Nanda, eu acabei de chegar também.
- Ahh, então me sinto menos culpada agora. - Eu acabava não percebendo, mas o riso dela era muito bonito.
- Oi Nanda, deseja algo?
- Nick, olha, pela primeira vez, eu não faço a mínima idéia do que pedir, então só quero um chá de hortelã.
- Certo.
- Você gosta de chá? - Ok, isso é novo para mim
- É minha bebida favorita depois de vitamina de abacate, eu não vivo sem esses dois nunca.
- Que engraçado, eu nunca tinha conhecido alguém da nossa idade que gostasse.
- Sério? Então estou aqui como sua amiga de chá.
Nós rimos, e foi tão sincero e tão bom.
- Aqui está, seu café, Marte e seu chá, Nanda.
- Obrigade Nick.
- Obrigada Nick.
- Marte, a gente nunca tinha conversado antes, não é? - Fê falou
- Não que eu me lembre, foi uma coincidência de trabalho de história mesmo.
- Incrível, então vamos começar logo isso porque pelo que eu pude ver, vai ser extremamente longo.
A tarde inteira foi muito tranquila e fazer o trabalho foi fácil pela companhia de Nanda, ela era muito inteligente e legal, mas algo me intrigou demais naquela tarde. Alguém que eu nunca tinha visto por ali entrou correndo.
- ALGUÉM AUMENTE O SOM DA TELEVISÃO, RÁPIDO.
A jornalista estava com aquele rosto sério de sempre enquanto algo pegava fogo atrás dela e assim ela informava:
"No sul da cidade, ocorre o décimo ataque do mês, um grupo ainda desconhecido vêm ateando fogo em casas e patrimônios públicos, autoridades suspeitam de ataques serem feitos por grupos preconceituosos."
*Os animais foram quase extintos pelas máquinas, além disso, o nome dele é Oliver.
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Vida e Revolução
Teen FictionMarte não sabe o que irá acontecer em seu futuro, seu prazer pela vida foi arrancado com tamanha força que apenas sonhar com o passado o faz sentir um misto de emoções, mas agora é a hora de falar, clamar por ajuda. Marte nunca será o mesmo, mas sab...