Capítulo 8 (A felicidade dela)

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Ele agarrou os punhos dela, ela tentou se soltar em vão, ele riu, aquele sorriso macabro outra vez. A jogou violentamente no chão, foi tudo muito rápido, e antes mesmo que Helena pudesse reagir, Thiago jogou Víctor e ela só pode escutá-lo gritar.

- nãaaaoooooooo - ela gritava e chorava.

- Ana? ei calma vai ficar tudo bem - ela escutava a voz de Thiago - Ana? acorda. 

"Narra Thiago"

Estava no meu quarto, já tinha me acalmado e tomado um banho para relaxar. Deitei na cama e respirei fundo, eu estava melhor, me sentia pelo menos mais aliviado. Eu sempre pensei que se eu chorasse significaria fraqueza, talvez frescura, mas percebi que era importante para limpar a alma do sofrimento que está presente no interior de qualquer ser humano. Decidi que seria bom dormir e descansar um pouco, apaguei a luz, deitei e fechei meus olhos. Mas eu a ouvi gritar, e instantaneamente dei um pulo da cama e sai correndo em direção ao quarto ao lado.

Ao entrar me deparei com ela dormindo, chorando e gritando, seu corpo suava, rapidamente fui em sua direção e desesperado comecei a chamá-la.

- Ana? ei calma vai ficar tudo bem - a sacudi pelo ombro suavemente - Ana? acorda - disse um pouco mais alto.

Ela acordou perdida, confusa e assustada, olhou pra mim e retrocedeu para o outro lado da cama e levantou correndo, como se estivesse com medo...de mim.

- ei fica calma...foi só um pesadelo, ta tudo bem - eu disse tentando acalmá-la.

- Víctor, eu preciso falar com ele...- ela disse procurando o celular no meio dos cobertores como se não tivesse me escutado.

- o que ta acontecendo? - eu disse preocupado pela reação que ela estava tendo, parecia que ainda estava sonhando.

- eu recebi um sinal.. - ela disse depois de encontrar o celular, me olhando nos olhos.

- um sinal? como assim? - acho que eu estava mais perdido que ela.

- um sinal Thiago..de que eu e o Víctor temos que ficar juntos, continuar tentando... - ela disse sorrindo com os olhos lacrimejados - eu o amo demais para deixá-lo partir assim...

Há coisas na vida, que não acontecem como você espera, te fazem sentir o mais desgraçado possível, te levam ao ápice do sofrimento. Você pensa que não vai aguentar, mas por alguma razão você suporta e supera, fingindo que nada aconteceu. Mas fazem parte e te ajudam a amadurecer, e naquele momento eu entendi que precisava lidar com aquilo tudo e apoiar minha melhor amiga, sem se importar se me faria mal. Se era o que ela queria, e o que fosse fazê-la feliz, não teria por que eu não apoiá-la nisso. Eu não podia ser egoísta e por mais que eu a amasse eu tinha que ficar feliz com sua decisão, compreendê-la, ser seu amigo, era o que ela precisava.

Eu sorri de volta, um sorriso fraco, mas convincente.

- é isso que seu coração diz? - ela fez que sim com a cabeça - ...se é isso que ele quer, então eu acho que você tem que escutá-lo....não perde tempo, vai atrás dele..

Ela sorriu, veio até mim correndo e me abraçou forte.

- obrigada...vou fazer isso... - ela disse me olhando intensamente.

Eu amava e odiava quando ela ficava muito perto de mim, pelo mesmo motivo, meu coração batia rápido demais. Olhei em seus olhos, admirando a beleza daquela mulher, inexplicável.

- bom..me deseje sorte - ela disse sorrindo indo em direção a porta.

Entrei em desespero, essa era a última chance que eu tinha de dizer a ela o que eu sentia, eu estava prestes a perdê-la, eu sabia disso, era agoniante, soava dramático, mas era a verdade. Por alguns segundo ignorei toda a concepção e raciocínio, ela mexia demais com a minha cabeça, e por desvio momentâneo me deixei levar pelas minhas emoções.

- Ana - eu a chamei por impulso, me arrependendo logo em seguida.

Ela parou e se virou para mim.

- o que? - ela disse se virando para me olhar nos olhos.

Eu suspirei, olhei para baixo, pensando bem se era o correto a fazer. Era tudo o que eu queria, o que eu precisava, mas essa era a questão. Era somente o que eu sentia, o que eu queria, e eu não podia pensar somente nos meus sentimentos, não era o momento correto, ela estava decidida, isso não a ajudaria em nada, ao contrário só iria piorar tudo, eu tinha que aceitar que ela nunca sentiria nada por mim.

- Thiago? - ela me chamou preocupada e eu encarei seus olhos - ei o que foi? - ela se aproximou e pegou na minha mão.

- nada - eu disse tentando me conter por conta da sua cercania - eu só queria te dizer que estarei aqui sempre que você precisar....

- eu te agradeço muito Thiago, eu nunca conheci alguém tão maravilhoso quanto você, obrigada por tudo, eu não poderia ter um amigo melhor - ela sorriu e me abraçou novamente.

Senti o cheiro do seu perfume, fechei os olhos para poder apreciar cada segundo. Eu sabia que se eles voltassem, ela sumiria outra vez, não a veria por um bom tempo, e toda aquela energia positiva que ela gerava na residência iria desaparecer junto com ela. A abracei forte, com melancolia, a saudade já invadindo o meu peito. Depois de se despedir mais uma vez, ela atravessou a porta sem olhar para trás e eu me senti novamente sozinho....

Minha cabeça estava consumida de dúvidas. Se ela soubesse de tudo faria alguma diferença? Ela ficaria por mim? Diria que sentia o mesmo, e talvez eu me sentisse um tonto por guardar esse segredo por tanto tempo. Ou ela sumiria pra sempre? E eu teria que lidar com a rejeição e talvez com o fim da nossa amizade. Eu tinha medo das respostas à essas perguntas. Mas a única coisa que eu esperava era que ela fosse feliz...era meu único desejo. 

OIEEE, O QUE ACHARAM? OS COMENTÁRIOS DE VOCÊS SÃO MUITO IMPORTANTES PARA MIM! O THIAGO SOFRENDO ASSIM DÓI NÉ, MDS. 

YO QUISIERAOnde histórias criam vida. Descubra agora