Noah
Henry nunca foi de ter muitas ideias. Acho que ele gastava tudo o que tinha de cérebro em piadas e bondade. Mas daquela vez eu fiquei boquiaberto com seu plano.
Ele me fez colocar um terno que era de seu falecido pai, que convenientemente caiu como uma luva. Não me deixou fazer perguntas sobre. Quando no carro ele me explicou seu plano, me dando meu caderninho e falando pra escrever alguns poemas para dar a allys. Os fiz colocando tudo o que senti por ela nos últimos tempos.
Quando chegamos sai do carro no meio da chuva , e ali fiquei. Lindsay subirá para fazer sua parte no plano. Me distraí olhando para o alto, eu sempre gostei de chuva, dava um ar de romantismo as coisas.
Eu pensei no que fiz. Fui um idiota. Se fosse ela a fazer isso comigo, eu ficaria destruído.
Escutei quando a porta do prédio foi aberta. Então me virei para ver a garota ao qual queria me declarar a um tempo. Meu coração deu um salto, estava com saudades.
Andei até ela e estendi minha mão. A partir dali o plano havia acabado, agora era tudo meu. Ela aceitou minha mão de imediato. A puxei para a chuva ouvindo seus gritinhos quando as gotas gélidas a atingiram.
A girei em meus braços , como na noite em que dançamos na rua. E ela entendeu, pois me abraçou e começamos a balançar de um lado a outro. Estávamos fazendo nosso momento, nossa dança sem música. E molhada, bem molhada.
Diferente da outra vez, essa eu estava distraído. Por que? Bem, allys estava com uma roupa de tecido fino, na chuva, ficava difícil não olhar pra baixo.
- não sabia desse seu lado tarado noah- ouvi ela dizer .
No mesmo momento desviei os olhos tento um acesso de tosse, fazendo assim, allys ter uma crise de riso.
Da pra imaginar a cena? Um casal dançando no meio da chuva, o cara tendo um ataque de tosse e a garota de riso. Com certeza não se via isso todo dia.
Quando consegui me controlar, allys tentava parar de rir sem sucesso. O que me fez rir junto. Ela parou com os olhos lagrimejando, e olhou fundo nos meus. Eu nunca me senti tão sereno, tão... vivo.
Ela se aproximou, tão perto que eu podia dizer cada detalhe de sua íris. E então, nos beijamos. Por ser um leitor de romances eu sempre imaginei como seria meu Primeiro beijo. Estava mais do que perfeito. Podia sentir o doce de seus lábios. Me lembravam nuvens com açúcar, ou melhor dizendo , algo parecido com algodão doce. Macio e açucarado.
Quando afastamos nossos lábios, estávamos ofegantes, e felizes. Muito felizes. Eu não conseguia parar de sorrir.
Quando olhei novamente para o prédio de allys, por um segundo vi alguém na janela nos observando. O pai de allys. A droga!! Agora ferrou. A puxei para a proteção da entrada do prédio, não estávamos mais na chuva, e melhor, longe dos olhos do pai dela. Que com certeza ia me matar.
Sentamos ali e ficamos conversando por um bom tempo. Eu contei o porque da mensagem dizendo para ela se afastar de mim, ela me descreveu como um bobo idiota por isso. Eu concordei.
Conversamos sobre poemas, músicas, livros e muitas outras coisas. Era bom estar ali. Do seu lado.Já nem sabia a quanto tempo tínhamos ficado conversando. Só sei que depois de um tempo ficamos em silêncio, só apreciando a companhia um do outro.
Ela me segurou e me fez deitar a cabeça em seu colo. Fiquei olhando para cima, e ela para baixo. Seus olhos eram tão lindos. Duas estrelas cadentes, selvagens e cheias de vida. Eu não precisava fazer pedidos as estrelas, eu já tinha o que queria.
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O Silêncio Das Palavras
Romanceromance/ drama As palavras mesmo no silêncio são belas, a visão de noah sobre o mundo é algo encantador aos seus olhos , uma pessoa que apesar de nascer sem poder dizer uma palavra as ama infinitamente. O seu bom coração e suas doces palavras conqu...