Os Monstros Não Estão Em Baixo da Cama!

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Era noite, a casa estava escura, ela sabia que seu pai não estava em casa, e novamente as teclas do piano não foram tocadas.

Heloise saiu do quarto, e com os pés firmes no chão, ela deu longos, lentos e leves passos a caminho do quarto de Christian.

Seria ela corajosa ou maluca o suficiente para ir ao encontro de seu irmão, mesmo depois dos beijos imorais que deram ao longo desses dias? Ela precisava conversar com alguém, e naquela altura, Christian era o único que conhecia a dor de Heloise.

Heloise entrou no quarto, mas não viu Christian. Provavelmente, ele não estava em casa e não retornaria tão cedo. Ela caminhou até a janela que ficava de frente para o jardim de inverno. Agora ela sabia como era a sensação de olhar todo o quintal florido e sentir-se serena.

Christian entrou no quarto, e fez o esforço para trancar a porta sem fazer barulho, e caminhou sem fazer qualquer ruído.

Heloise ainda não havia sentido a presença dele no quarto. Ele estava a três passos atrás dela, ele gostava de observá-la, desde que ela chegara na mansão de seu pai, ele a notou.

Christian afastou o cabelo de Heloise e começou a dar doces e leves beijos na nuca de Heloise. Ela sentiu o cheiro de nuvens, de chuva. O cheiro tão comum, e tão único de Christian.

As mãos de Christian desceram até a fina cintura de Heloise. Ao virar-se de frente para ele, Christian apertou seus lábios contra o dela.

As mãos de Christian encaixavam-se perfeitamente na cintura dela, enquanto as mãos dela descansavam nos músculos dele.

Ele olhou para ela com ternura, roçou seu dedo no lábio inferior dela e encostou sua testa na dela só para sentir mais de perto a respiração atrapalhada dela. Heloise apertou os olhos, se afastou dele e se encostou no vidro da janela.

Christian sentou-se no chão, próximo ao pé da cama e escondeu seu rosto entre suas pernas. Heloise caminhou e sentou-se na frente dele, ficou observando como Christian parecia um menino de 10 anos, encolhido no chão.

Quando ele levantou o rosto, Heloise ficou surpresa, havia uma lágrima escorrendo pelo rosto dele. Ela nunca havia o visto chorar, mas secou a lágrima com seu polegar.

Christian chegou perto dela, pegou o rosto dela com suas mãos e encostou sua testa perto da dela.

- Christian. - ela disse tirando as mãos dele de seu rosto e afastando seu rosto do dele.

Ele olhou confuso para ela, mas não saiu de perto, ela também não o fez.

- Desculpas. - ela disse. - Não queria te tratar daquela forma.

Heloise abaixou a cabeça.

- O que aconteceu? - perguntou Christian levantando o rosto dela.

- Eu não quero perder você. - ela disse abraçando Christian.

Christian não queria perguntar mais nada a ela. Ele sentia que assim que conseguisse ela iria procurá-lo e dizer o que estava acontecendo.

Christian abraçou Heloise, enquanto ela chorava, beijou a cabeça dela e disse:

- Eu prometo que vou te ensinar a ser forte e não vou deixar ninguém te machucar.

Era manhã, estavam no intervalo quando Louise puxou Heloise para sentar no banco junto com ela. Mas uma mão segurou Heloise, impedindo-a de sentar com a amiga.

Sussurros da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora