Capítulo 0 - Prólogo

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   Era uma linda manhã aquela, principalmente para nossa heroína; Ananda estava morando com seus pais novamente, depois de ter passado 5 anos longe da sua cidade natal. E assim, havia se formado para exercer a profissão que desde criança sonhava ter. Ela se sentia bem com está fase de sua vida, apenas uma vaga de Veterinária em alguma clínica poderia deixá-la ainda mais feliz – embora ela tivesse planos de tentar abrir a sua própria clínica –. Ananda amava seus Pais, tinha amigas com as quais trocava mensagens com certa frequência, e até estava gostando de um rapaz que conheceu em um supermercado perto de sua casa. Mas então, naquela linda manhã, uma notícia terrível vem para acarretar uma grande reviravolta, e para trazer uma mudança imensurável em sua vida. O destino bateu em sua porta, e ela abriu.

   – Senhora Oliveira? – Pergunta um homem na porta, ele devia ter por volta dos 30 anos, usava terno preto com gravata vermelha e carregava uma maleta marrom, tinha uma expressão séria que fez Ananda ficar um pouco nervosa.

   – A Senhora Oliveira é minha mãe, meu nome é Ananda...

   – Ananda Oliveira, é com a Senhorita mesmo que desejo falar – Ele a interrompe se corrigindo e dá um leve sorriso ao perceber que em seu nervosismo havia chamado de Senhora uma moça com pouco mais de 20 anos, mas então se lembra de seu objetivo e seu sorriso se desfez, ele assume novamente uma postura séria e se apresenta. – Meu nome é Fernando Gonçalves, sou advogado, e preciso conversar com você e sua família... é sobre sua tia Natalia Pires.

   Temerosa, ela o convida para entrar e ouvindo a menção a Natalia, a mãe de Ananda vem da cozinha para saber do que se trata, cumprimenta o Advogado e diz ser Cecília a Irmã de Natalia. O Advogado pede para que as duas se sentem, e com um pressentimento ruim as duas obedecem.

   – Eu nem sei como lhes dizer isto, normalmente esta tarefa não cabe a mim, mas como a Senhora Natalia perdera contato com vocês há anos, não tinha mais ninguém além de mim para lhes contar – o Advogado então olha para os rostos daquelas duas mulheres e muito nervoso continua – perdoe-me por não ser bom com as palavras, mas... A Senhora Natalia foi dada como morta há 2 dias.

   Aquelas palavras foram como um soco no estômago de Cecília e a deixa estupefata.

   – Minha irmã foi dada como morta?

   A expressão de Cecília era de pura incredulidade, há anos havia cortado contato com Natalia após uma briga e desde então só teve notícias de sua irmã quando ela enviava cartas para Ananda, embora Cecília nunca as tivesse entregado para sua filha e nem contado sobre elas. Ela tinha excluído sua irmã totalmente de sua vida e agora com aquela notícia se sentia uma tola e o sentimento de culpa começava a crescer forte dentro dela.

   – O que você quis dizer com dada como morta? – Pergunta Ananda – O que realmente aconteceu?

   Ela estava aflita e sentia um pequeno pesar em seu coração, pesar este que crescia com cada lembrança de sua tia que voltava das profundezas de sua mente e de um passado a muito esquecido. Ananda ainda era criança quando ia visitá-la durante as férias da faculdade de sua tia Natalia, ela se lembra dos biscoitos com gotas de chocolate, do pique-esconde dentro da casa, do bosque laranja que sua tia a levou para conhecer, e principalmente das histórias fantásticas sobre um lugar fabuloso; cheio de criaturas mágicas e terras de beleza exuberante. Por fim, se lembra do incidente que fez sua mãe e sua tia brigarem, aconteceu quando Ananda tinha 6 anos de idade e depois daquele dia, Cecília nunca mais deixou Ananda ver ou visitar Natalia, e sempre brigava quando ela perguntava por sua tia. O tempo passou e sua vida seguiu fazendo com que sua querida tia Natalia fosse esquecida tornando se um mero parente que vivia sua vida em um lugar distante.

Uma Jornada em Aigardia - Além dos Bosques, Castelos e Terras SombriasOnde histórias criam vida. Descubra agora