Uma noite de amor com a morte

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Em meio ao prédios da cidade a lua estava em seu auge de beleza, brilhava como se fosse a última vez, quem à via no céu tão linda não imaginaria que a poucos minutos atrás havia chovido e uma beleza daquela estivera coberta pelas nuvens.

Nas ruas haviam poças d'água de diversos tamanhos diferentes, você olhava para elas e poderia ver os prédios a volta; com seus outdoors, com as luzes dos apartamentos acesos, as pessoas passando pelas calçadas, fumando em becos, era incrível como poderiamos ver todo um ambiente daquele imenso tamanho em apenas uma das poças, como um espelho enorme.

Mais á frente, entrando em um táxi estava Ester, uma mulher de 35 anos, de cabelos cacheados e volumosos, sua pele morena brilhava ao refletir a luz do luar. Sentou-se no banco de trás e pediu ao motorista para levá-la​ ao Bar Blue Crystal.

O motorista olhou para Ester pelo retrovisor e perguntou:

- Está tudo bem? - Ele perguntou voltando seu olhar para frente.

- Sim. Por quê? - Ela perguntou enquanto procurava algo dentro de sua bolsa.

- Me desculpa, mas seus olhos estavam cheios d'água. Então pensei que tivesse acontecido algo.

Ela riu, mas dava para sentir uma leve vergonha no tom da voz.

- Obrigada, está tudo bem sim.

Ester olhava para a rua pela janela, via as pessoas passarem. Estava tão distraída que levou um leve susto quando o taxista avisou que haviam acabado de chegar.

Ao descer pagou o taxista e parou na porta do bar, tinha a leve impressão de estar sendo vigiada, olhou para um beco ali perto e viu apenas um gato preto que a observava com seus grandes olhos verdes e brilhantes. Ela suspirou um pouco aliviada.

- Você me assustou, gato. - rio nervosa.

Ela ajeitou seu vestido verde escuro e abriu a porta, logo ela foi tomada pelo som da música que estava tocando no bar.

Assim que ela entrou sentiu os olhares sobre si, lhe perseguindo enquanto caminhava até o balcão e se sentava para pedir sua cerveja.

Estava tão pensativa que demorou a perceber que um rapaz havia sentado ao seu lado.

- Oi... - Ele falou.

- Oh, oi. - respondeu ainda meio pensativa.

- Está tudo bem? - perguntou meio intrigado.

- Sim, e você? - respondeu rindo.

- Estou bem, por que está rindo?

- Oh, não é nada.

Ele riu.

- Gostei de você, parece divertida. - disse ainda rindo.

- Desde quando alguém que fala sozinho é divertido? - perguntou intrigada.

- Desde quando ser normal é divertido?

- "Touché". - respondeu e sorriu.

- Oh, meu nome é Juan. - ele disse  estendendo a mão.

- Ester. - falou enquanto apertava a mão dele.

Passaram um bom tempo conversando, sobre trabalho, planos para o futuro, entre outras coisas.

De repente começou a tocar Your Love do The Outfield.

- Eu amo essa música. - Ester abriu um sorriso.

- Eu gosto dessa música, mas prefiro All The Love In The World.

Ela levantou e o estendeu a mão.

- Quer dançar?

- Eu aceito.

Eles foram para o meio do bar onde já haviam outras pessoas dançando. Depois de um bom tempo Ester resolve olhar as horas.

- Já são quase 2 da manhã. - disse assustada.

- Já está bem tarde.

- Obrigada pela dança e pela conversa, mas preciso ir. - agradeceu indo em direção ao balcão para pagar a conta.

- Espera, eu te acompanho.

- Obrigada, mas não precisa.

Ela pagou a conta e saiu do bar.

- Espera, eu estou de carro, me deixe levar você para casa.

- Está tudo bem, eu vou chamar um taxi.

- Por favor, me deixe levar você, eu não me sentiria bem em saber que você foi embora sozinha para casa, pode ser perigoso. - Ele disse com uma cara envergonhada.

Ela voltou a rir.

- Está tudo bem então. - respondeu fazendo sinal de aprovação com a cabeça.

Eles caminharam até o outro lado da rua, ele abriu a porta do carro para ela. Ester reparou que o gato ainda estava lá e estava lhe olhando. Mas dessa vez o olhar era diferente, como um aviso, como se pedisse a ela que não entrasse naquele carro.

- Está tudo bem? - Ele perguntou e reparou que ela estava distraída com o gato.

Ele olhou para o gato com um olhar assustador, seus olhos negros, estavam vermelhos como sangue. O gato fez um som de reprovação e saiu correndo.

- Que estranho. - sussurrou.

- O que é estranho?

- Oh, nada não.

Eles entraram no carro e seguiram até a casa dela.

Ester morava em um prédio, perto de algumas lojas no Centro da cidade. Quando chegaram, ele a acompanhou até a porta de seu apartamento.

- É aqui. - Ela apontou para uma porta com o numero 401 nela.

- Bom, é isso, você está segura em casa. - Ele a fitou com um olhar envergonhado como se quisesse falar mais alguma coisa.

- Obrigada. - Ela sorriu.

Ela abriu a porta e entrou. Quando estava quase fechando, o chamou.

- Ei Juan.

Ele se virou e olhou para ela.

- Você quer entrar? - Ela perguntou muito envergonhada.

Ele sorriu e foi até ela, parou na frente dela e olhou em seus olhos.

Assim que ele passou pela porta, ela a fechou.

- Eu... - Ele foi interrompido por um por um beijo ardente.
Quando viram já estavam na cama.

Ele estava levantando o vestido dela, quando escutaram um barulho.

Ester olhou para os lados e viu através do vidro da janela, um gato. Ela sabia que era o mesmo gato que ela tinha visto na rua, como sabia ? apenas sentia isso.

O gato arranhava o vidro como se quisesse chamar a atenção.

Quando tentou se levantar sentiu algo segurar seus braços. Era Juan, seus olhos estavam vermelhos, suas mãos seguravam os braços dela.

- Ei, me solta, você tá me machucando. Disse Ester enquanto tentava se soltar.

Ele a pegou pelo pescoço e aproximou seu rosto do dela, olhou em seus olhos, abriu um sorriso horripilante mostrando 2 presas. Ela estava paralisada de medo.
O silêncio que se fez era 
Ele então cravou suas presas em seu pescoço, fazendo com que ela arregala-se os olhos verdes, ela apenas olhou o para o gato que parecia olhar em seus olhos, ele não parecia mais agitado, pelo contrário estava calmo, como se quisesse passar uma sensação de tranquilidade a ela.
Ester já nem lutava mais, sentia suas forças indo embora aos poucos.
Uma lágrima desce por seu rosto enquanto sua visão escurecia.











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