Capítulo 4

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– Eu... Tobin, acho melhor você ir embora. – Christen fala sem muita emoção

– O que? Eu falo que terminei um relacionamento por sua causa e você me pede para ir embora? – Tobin se exalta levantando da poltrona e Christen a segue.

– É por isso que você precisa sair! Não podemos, simplesmente.

– Por que? – Heath pergunta chegando perto da psicóloga, olhando no fundo de seus olhos.

– Sou a psicóloga da equipe e não vou perder meu emprego por conta de uma atleta! E outra, eu namoro e respeito meu relacionamento.

– Só uma atleta? Você só pode estar de brincadeira comigo! Só uma atleta, Christen? – Tobin pergunta virando de costas para a mulher e passando as mãos no cabelo, inconformada com o que estava ouvindo. – E outra, relacionamento? Você nunca me disse que tinha um relacionamento! – Heath questionou assim que se virou de frente para Press novamente.

- Sim, Tobin. Assim como eu sou apenas a psicóloga, você é só a atleta. E bem, não falei sobre meu relacionamento porque eu não devo satisfação pra você. É você quem tem que me contar as coisas, não eu.

Tobin desacreditada de tudo que ouviu da psicóloga sai da sala sem dizer uma única palavra porque sabia que não teria forças para ficar lá dentro mais um minuto.

Passaram-se vários dias depois da pequena discussão e Christen pediu ao treinador que não consultasse a jogadora, dando uma pequena desculpa de que estava bem e não precisava de terapia. Quando Heath ficou sabendo, sentiu-se magoada e machucada como se alguém tivesse enfiado uma faca no seu coração. Ela jamais imaginou que sentiria algo tão forte por alguém em tão pouco tempo, e o que mais doeu foi saber que essa pessoa a queria longe.

O rendimento de Tobin nos treinos começou a cair drasticamente ao ponto de o treinador a deixá-la no banco no ultimo jogo, frustrando-a ainda mais, afinal ela estava deixando um assunto pessoal atrapalhar o que ela fazia de melhor. Quando o último treino acabou e o treinador pediu pra que ela ficasse por ultimo porque precisava conversar a sós, ela sabia que não tinha ido bem e estava com medo; sabia que dali não sairia coisa boa. Tobin enrolou mais um pouco no gramado, tentando se preparar pra conversa e quando percebeu que não tinha mais o que fazer, foi em direção ao vestiário calmamente. Assim que entrou, encontrou o seu treinador sentado mexendo no celular e no momento que ele a ouviu, levantou-se rapidamente:

– Heath, finalmente!

– Eu estava treinando mais um pouco, senhor. – respondeu com a cabeça baixa.

– Isso é bom! O que esta acontecendo com você, Tobin? estou preocupado – ele foi direto ao assunto e Tobin respirou fundo, não podia falar a verdade.

– Eu não sei... Sinceramente não sei o que está acontecendo. Estou me esforçando, juro.

– Acredito em você, sei que você é nossa atleta mais esforçada mas nunca a vi assim. Tem algo pessoal que está te atrapalhando? Sabe que pode me contar, certo? – disse chegando próximo a Heath e tocando em seu ombro.

– Eu sei, senhor. Muito obrigada, eu acho que só preciso descansar um pouco... Nada mais.

– Vá para casa... Tenha o dia de folga amanhã, coloque essa cabeça no lugar.

– Senhor, eu não...

– Vá, Heath.

Atendendo às ordens do treinador, Tobin não discutiu mais. Pegou suas coisas indo em direção à porta do vestiário e no momento em que saiu, deu de cara com Christen, que estava saído de sua sala. As duas se encaram pelo que pareceram horas, mas Heath apenas abaixou a cabeça e foi embora.

Tobin chegou em casa, tomou um banho, pediu alguma coisa pra comer e foi até a geladeira para pegar algumas cervejas e foi pra sala. Ligou a TV, colocou em qualquer canal de esporte e começou a beber. Só parou quando a pizza chegou, mas assim que agradeceu ao entregador, vou a se sentar e beber. A jogadora estava cansada. Cansada dos treinos e principalmente de ir mal neles; cansada do que estava sentindo, do sentimento que a sufocava. Era tudo novo, nunca tinha sentido nada assim. Estava perdida; queria ir até Christen e gritar com ela, mas sabia que não era o certo. Sabia que precisava esquecê-la e que isso não era certo. Sabia também que se não melhorasse, seu destino do clube poderia estar ameaçado e isso a assustava demais.

Algum tempo mais tarde e depois muitas latinhas de cerveja jogada no chão, Tobin ouviu alguém bater na porta e pensou se deveria atender ou não. Não estava sã o suficiente pra lidar com qualquer pessoa, mas quando ela ouviu a porta pela segunda vez, respirou fundo e resolveu atender. Caminhando lentamente até a porta ela ouviu a terceira batida e assim que abriu a porta, ficou desacreditada com quem estava em sua frente:

– O que você esta fazendo aqui? – perguntou sem muita expressão.

– Precisamos conversar.

– Achei que já estávamos esclarecidas, não?

– Tobin... por favor.

Heath respirou fundo e deixou mulher entrar, fechando a porta logo em seguida e se encostando na mesma.

– O que você quer?

– Terminamos com pontas soltas. – Shirley responde fazendo Tobin rir sem ânimo.

– Você veio da França pra resolver as pontas soltar? – a jogadora rebateu se desencostando da porta e indo para o sofá com Shirley no seu pé.

– Sim, eu ainda amo você, Tobin. Quero lutar por nós, namoramos por anos. – Shirley respondeu em um sussurro sentando ao lado de Tobin.

– Ok, vamos resolver as pontas soltas. – Tobin diz olhando para a mulher e Shirley não acreditou que a jogadora havia aceitado conversar. Quando olhou nos olhos de Tobin, viu uma tonalidade diferente: ela estava bêbada, claramente, mas era mais do que isso. Antes que Shirley pudesse questionar qualquer coisa, Tobin avançou nela juntando seus lábios.

Shirley pensou em parar, estava ciente do estado de Tobin mas não era nenhuma santa e estava com saudades do beijo da mulher, então simplesmente aprofundou o beijo. A outra a puxou para seu colo e começou a passar a mão pelo corpo da mulher sem pudor algum: passou a mão pelas suas costas até chegar em sua bunda, onde apertou consideravelmente fazendo Shirley gemer; subiu as mãos até a camiseta da mesma a fazendo retirá-la o mais rápido possível e assim que o fez, começou a mover-se colocando Shirley de costas no sofá, parando o beijo e distribuindo-os sobre o pescoço da mulher até chegar no vale entre os seios. Abriu o fecho frontal do sutiã e assim que teve acesso livre, desceu os lábios até um dos seios, se demorando demais ali, fazendo Shirley perder a paciência.

– Tobin, anda logo com isso, preciso de você.

– Calma, Chris, vai ser bom. Relaxa, amor. – Tobin respondeu com um sussurro, descendo os beijos pela barriga de Shirley. Mas quando a jogadora do PSG percebeu o que a outra mulher havia falado, a empurrou imediatamente.

– Você me chamou de quê? – Shirley saiu do aperto de Tobin e se levantou já pegando seu sutiã no chão colocando-o no corpo, assim como a camiseta, antes mesmo que a outra chegasse perto.

– De shirley – Tobin respondeu levantando-se rápido demais ao ponto de cambalear por conta do álcool e foi atrás da mulher pegando em sua cintura. – Agora vamos parar de drama e voltar pro sofá? Estava bom – terminou dando um sorriso que logo se desfez quando um tapa acertou o seu rosto. – Você está louca?

— Se estou louca? Você é uma grande filha da puta, Tobin Heath! Quero que vá para o quinto dos infernos e que essa Christen vá junto! Se antes tinha alguma chance da gente voltar, acabou agora!

— O que a Christen tem a ver com isso? – Tobin perguntou ainda não entendo a situação e colocando a mão em seu rosto onde o tapa foi dado.

– Você me chamou de Christen, Tobin!

– Eu não fiz isso.

– Sim, você fez! Está tão bêbada a este ponto? O que aconteceu com você? Não é mais a mulher por quem eu me apaixonei.

Com isso, Shirley saiu da casa deixando uma Tobin plantada no meio da sala e pensando a que ponto sua vida havia chegado.

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