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「Ballet」

Johnny sempre se considerou um cara muito calmo, mas naquele momento seria capaz de cometer um crime de ódio caso seu irmão mais novo não se apressasse.

— Renjun, você tem dez segundos para descer essa escada e entrar no carro. — Johnny gritou enquanto checava a hora pela décima vez.

— Aish, será que dá pra você parar de gritar e se acalmar um pouco? — Perguntou o mais novo, já no pé da escada e com uma mochila sobre os ombros.

Huang Renjun e seu irmão mais velho Huang Youngho, Johnny para os mais íntimos, viviam juntos em uma pequena casa em Seul. Os pais dos jovens resolveram ter umas merecidas férias e passar um ano inteiro conhecendo o mundo, deixando Johnny responsável pela casa e pelo irmão.

Renjun sempre foi um jovem apaixonado por todos os tipo de arte, principalmente a dança, e finalmente iria começar seu tão sonhado curso de ballet.

— Finalmente Renjun. — O mais velho disse erguendo os braços pra cima em um ato totalmente exagerado aos olhos do menor.

—Mas hyung eu nem demorei tanto assim, só não estava conseguindo achar minhas sapatilhas. — Defendeu-se.

— Tudo bem, agora vamos logo. Preciso deixar você no estúdio e depois vou sair com os meninos. — Finalizou empurrando Renjun pela porta e trancando a mesma.

O caminho até o estúdio de ballet não era tão longo, em 15 minutos o carro de Johnny já se encontrava virando a esquina próxima ao local em que deixaria o irmão.

— Hyung, você pode me deixar aqui se quiser. — Disse Renjun encarando o maior, este por sua vez tinha os olhos fixos na rua.

— Não posso não e por dois motivos. Primeiro, estamos a menos de dez metros do lugar e segundo, eu preciso falar com o seu professor. — Respondeu o mais velho, olhando de soslaio para o jovem sentado ao seu lado.

Antes que Renjun pudesse protestar o carro estacionou em frente ao pequeno estúdio e o jovem se viu obrigado a descer na companhia de seu irmão.

Os irmão Huang estavam prestes a entrar no estúdio quando uma pessoa sai correndo de dentro de pequeno prédio, com tanta pressa que se quer notou em que direção seguia e acaba esbarrando em Johnny, fazendo com que os dois corpos se chocassem bruscamente.

Johnny estava prestes a cair no chão e, ao passo que o desconhecido agarrava seu pulso tentando evitar um acidente, de seus lábios saíam um pedido de desculpas afobado e ofegante. E seu irmão, que acompanhava toda a cena, com a garrafinha de água em sua boca como quem só observava a desgraça acontecer, fez questão de comentar sobre:

— Madeira... — Murmurou, soltando uma risadinha beirando a estranheza.

Johnny continuava caindo, mas o mundo ao seu redor parecia andar em câmera lenta no momento em que focou seus olhos no desconhecido em sua frente: ELE ERA MUITO GOSTOSO. Sua mente gritou por si própria e ele se viu perdido nos olhos escuros, bem como os cabelos do garoto que estava salvando sua vida.

— Me perdoa, eu estava com pressa e realmente não te vi aqui, não foi a intenção quase te derrubar! — Exclamava às pressas, atropelando as palavras. — Meu nome é Ten e... E eu preciso correr, desculpe!

Assim, deu as costas e correu em direção a um veículo preto do outro lado da rua, quase sendo atropelado nesse processo.

— Tá, o que aconteceu aqui? — Johnny questionou consigo mesmo, apoiando uma das mãos na testa e olhando para o irmão mais novo que ainda tinha um sorriso cúmplice nos lábios. — O que é, moleque?

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