A Essência de Holdsten

Um Ciclo Esquecido

O doce aroma dos cafés do bairro iluminado pelo trabalho dos artistas noviços de Paris proliferava-se sobre uma incansável procura capaz de atingir o paladar mais distante. Lá estava ele, observando com afinco através do Mont-Valérien, com seu baixo apoiado no colo e os dedos saltitando nas cordas do instrumento. Por tão melancólico que seja, justificado pelo céu acinzentado com sua perene solidão, ele instruiria a alegria com o que faz de melhor. O vento soprou como um espirro e, tornou-se um momento único para um encontro súbito com Sophie e sua pétala de cerejeira ao pé da orelha. Com suas pernas pálidas e finas, sentou-se com aptidão e elegância ao lado dele que, naquele momento, expunha uma personalidade excepcionalmente extrovertida. Cega, abrigou-se em um improviso momentâneo: convidá-lo ao Parc de Belleville. 

Nem um passo a frente poderia amenizá-lo de profunda dor ao pisar no jardim lapidado como uma esmeralda, pertinente em sua memória pelo fato de compartilhar seu terreno com o Cemitério Père-Lachaise. Ele se lembrou de sua primeira obra artística, da qual já se completava um ano desde a primeira projeção, cercado de escrivães e pintores contemporâneos, repletos de liberdade e paz ao consumirem o talentoso e infalível silêncio daquele ambiente. Esculpiram um anjo acima de um túmulo e saíram como se estivessem em uma marcha fúnebre. Hoje, os detalhes únicos remontam em um longo trajeto de pássaros brancos enfatizados à voar sob uma pressão jamais antes vista.